sexta-feira, 22 de junho de 2012

Construção da hidrelétrica de Belo Monte é criticada em debate na Cúpula dos Povos


Cúpula dos Povos na Rio+20
Com objetivo de alertar a sociedade sobre os problemas socioambientais e econômicos envolvendo a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA), ativistas e membros da organização não governamental (ONG) Movimento Xingu Vivo Para Sempre se reuniram ontem (21) na Cúpula dos Povos, no Parque do Flamengo, na zona sul da capital fluminense.
A coordenadora da ONG, Antônia Melo, disse que construção das usinas representa uma tragédia em todos os sentidos possíveis, em relação à violação dos direitos humanos, culturais e ambientais. E que o governo defende a construção da hidrelétrica com base em motivos que considera falsos.
“O judiciário faz uso de um argumento utilizado durante a ditadura militar chamado de Suspensão de Segurança, que é quando o governo entende que o país está entrando em um caos energético, gerando um grande apagão. Portanto, é necessária a construção dessas hidrelétricas a qualquer custo. Isso é uma mentira, pois o Brasil não vai entrar em desordem por causa de energia”, disse.
O presidente da ONG ambiental Doga Dernegi, da Turquia, Guven Eken, também criticou a construção de usinas hidrelétricas sob o argumento de fonte de energia limpa. Segundo ele, com as mudanças climáticas, muitas instituições estão promovendo as hidrelétricas como fonte de energia verde e renovável, e os governos estão seguindo essa agendas. “Nós esperamos que seja feito o oposto, porque vemos como o povo vem sofrendo com a construção das usinas. Essa ideia representa o benefício das corporações, não das pessoas”, declarou.
A índia da etnia Kaiapó, de Mato Grosso, Nayalu, ressaltou que a Cúpula dos Povos não é um evento festivo, destinado à venda de artesanato, mas um fórum de debates para discussões de problemas imediatos e que atingem as populações marginalizadas. Ela destacou a questão das terras indígenas prejudicadas pela construções de hidrelétricas.
“Os governantes deveriam estar resolvendo os problemas locais, em vez de estarem pensando nos problemas globais. Nós, manifestantes, somos julgados criminosos, e estamos aqui para lutar pelos nossos direitos e pelas coisas que nos foram tomadas. Queria deixar bem claro que somos contra a construção da Usina de Belo Monte e de quaisquer outras hidrelétricas que venham a atingir nossas terras”, disse Nayalu.
Reportagem da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 22/06/2012

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