segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Vento – Um bálsamo para as agruras energéticas que vêm por aí, artigo de Antídio S.P.Teixeira


[EcoDebate] Entre as pessoas esclarecidas já está mais que entendido que tudo que consumimos e nos utilizamos depende do consumo e da utilização das mais diversas formas de energia: seja na produção, no beneficiamento, na conservação, no transporte, etc. Ocorre que mais de 90% das energias disponibilizadas em todo o mundo têm origem em processos que comprometem a integridade do meio ambiente e a segurança vital da humanidade como um todo. Enquanto isso, as diversas sociedades políticas e econômicas, utilizando-se da mídia, desenvolveram entre seus e outros povos, classes de consumidores inconscientes quanto aos problemas ambientais, incompatíveis com os potenciais energéticos inócuos disponíveis no nosso planeta.
Após a luz solar, é o vento a maior fonte de energia limpa que pode ser disponibilizada pela humanidade. Embora tenha sido ela utilizada de formas insipientes desde os tempos primitivos para impulsionar embarcações, elevar água e moer grãos, seu avanço tecnológico ficou estagnado desde o século 18, quando se começou a transformar a energia da biomassa em movimento através da pressurização do vapor. Com a utilização dos combustíveis fósseis logo no século seguinte, ela deixou de ser totalmente interessante economicamente, ficando esquecida no contexto evolutivo.
Somente a partir das crises do petróleo na década de 1970, as formas de obtenção de energias de fontes alternativas, entre elas a eólica, passaram a ser uma meta de ambientalistas e de muitos governos em todo o mundo. Só que as diversas formas que se tem tentado, impactam com os elevados custos de obtenção por unidades de KW, Cal, HP, etc.
O erro fundamental é que a Revolução Industrial teve como base de desenvolvimento a oferta de seus produtos e serviços nos mercados por preços aviltados, pela não incorporação nos custos dos valores representativos dos danos ambientais causados pela queima dos combustíveis fósseis, o que lhes deram asas. Hoje o mundo tem que pagar com pesados ágios esta conta acumulada desde os tempos de nossos tataravôs.
A evolução tecnológica de utilização da energia eólica, adormecida por cerca de dois séculos, teve um despertar nebuloso seguindo os mesmos caminhos trilhados no passado com a adoção das hélices nos moinhos e das velas redondas das caravelas, estas quando navegando à bolina. Tais sistemas, teoricamente, aproveitam apenas 1/3 do potencial eólico, pois, as hélices giram transversalmente às correntes do vento, assim como o fluxo de vento que impulsiona a navegação à bolina é transversal à direção seguida pela embarcação. Em ambos os casos o impacto é de resvalo com aproveitamento pífio. Comparemos com uma bala atirada perpendicularmente contra uma chapa e que consegue atravessá-la; agora, atirada contra a mesma chapa inclinada a 45º, a bala riscará a chapa produzindo aquecimento e se desviará na direção indicada pela posição da chapa, levando consigo o restante da energia não deixada no primeiro alvo.
Já as turbinas com eixo vertical têm a metade de suas paletas voltadas para o vento que as acionam na sua mesma direção. Assim elas absorvem totalmente a energia cinética que é impactada sobre elas. No entanto, grande parte dessa energia já absorvida é perdida quando a outra metade da corrente eólica colide com os reversos da outra metade das paletas em fase de retorno ao ponto de captação, neutralizando o resultado produtivo. Todo aperfeiçoamento que se tem aplicado no sistema até o momento, tem sido no sentido de reduzir a resistência dos reversos das paletas dando-lhes formas menos impactantes tais como boleadas, convexas, cônicas e tantas outras esdrúxulas que não fogem ao mesmo princípio de neutralização, fazendo com isso conferir como produtividade do sistema a diferença entre o potencial captado pela parte frontal das paletas e o que é perdido pelos reversos de seus pares.
A solução que encontramos para tornar este tipo de turbina altamente rentável, foi a criação de um anteparo móvel para proteção dos reversos capaz de desviar esta banda da corrente eólica para parte posterior da turbina onde a formação de vácuo passa a contribuir, por sucção, com a rotatividade do rotor em vez de freá-lo. Também, para ampliar a capacidade de incorporação energética pelas paletas frontais, fixamos na parte posterior da mesma estrutura que ostenta o anteparo, o retrosparo que é um painel idêntico ao primeiro e que força a corrente eólica a pressionar por mais tempo, as paletas coletoras. A esse invento denominamos Brás*Vento e você poderá vê-lo detalhadamente no Youtube clicando na barra do Google = Turbina Eólica Brás Vento [http://youtu.be/e_PWtCSn_vo] .
Forte abraço e votos de um bom 2.013
Antídio S.P.Teixeira é ambientalista, aposentado, ex-administrador de empresas industriais e de instituição beneficente, ex-empresário do ramo de máquinas e materiais rurais agropecuários.
EcoDebate, 14/01/2013

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