sábado, 27 de dezembro de 2014

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Japão atrasa por tempo indeterminado armazenamento de resíduos radioativos de Fukushima

Usina de Fukushima, após o desastre nuclear – Em 11 de março de 2011, o mundo soube da tragédia de Fukushima: um fortíssimo terremoto e um tsunami de grandes proporções, a que se seguiu a explosão de uma usina nuclear com todas as consequências de um acidente nuclear: a difusão de radioatividade, que permanecerá ativa durante anos, ameaçando muitas gerações. Foto: DW

O governo japonês atrasou, por tempo indeterminado, o armazenamento de resíduos radioativos recolhidos nos trabalhos de descontaminação perto da Central Nuclear de Fukushima, por não ter sido construído nenhum depósito seguro, segundo fontes oficiais citadas pela imprensa.

As autoridades tinham previsto começar a transferir os resíduos para depósitos nucleares em janeiro próximo, data que foi adiada de forma indefinida dadas as dificuldades em encontrar uma localização para as instalações, segundo a Agência Kyodo.

O governo central e os governos locais entraram em acordo para construir depósitos temporários destinados a abrigar os materiais radioativos nas localidades costeiras de Futaba e Okuma, as mais próximas da central nuclear, mas não chegaram a acordo com os proprietários dos terrenos escolhidos, informaram fontes governamentais à Kyodo.

Os materiais radioativos deveriam permanecer nessas instalações durante um prazo de 30 anos e depois seriam transferidos para depósitos permanentes de alta segurança, cuja localização ainda não foi definida.

Segundo o plano do governo, as instalações de armazenamento temporário vão ocupar 16 quilômetros quadrados em volta da central e vão ter capacidade para armazenar cerca de 30 milhões de toneladas de terra e resíduos recolhidos durante os trabalhos de descontaminação.

Os materiais radioativos retirados até agora estão atualmente depositados em vários terrenos próximos da central.

O terremoto e tsunami de março de 2011 geraram grandes quantidades desses materiais que se dispersaram em volta da central.

As emissões levaram à retirada de 46 mil pessoas que vivam perto de Fukushima e afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca.

Da Agência Lusa / ABr

Publicado no Portal EcoDebate, 26/12/2014
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Festas de fim de ano: sinônimo de fartura, e também hora de combater o desperdício de alimentos

É possível aproveitar as festas de fim de ano e ao mesmo tempo contribuir para a sustentabilidade por meio de ações simples. Imagem: PNUMAPrograma da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) lembra que é possível aproveitar as festas de fim de ano e, ao mesmo tempo, contribuir para a sustentabilidade por meio de ações simples. Confira as dicas.
Com a chegada das festas de fim de ano, consumimos mais alimentos, produtos e serviços do que o usual, o que faz crescer também a quantidade de comida desperdiçada e de lixo eletrônico gerado. Porém com pequenas atitudes é possível ajudar a solucionar os grandes desafios ambientais e, ainda por cima, economizar dinheiro.
A campanhaPensar.Comer.Conservar, promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) alerta que um terço de toda a produção anual de alimentos – cerca de 1,3 bilhão de toneladas – é jogada fora todos os anos.
Além disso, cerca de 300 milhões de toneladas de comida são descartadas por produtores, revendedores e consumidores. Em outras palavras, esta quantidade seria mais que suficiente para alimentar cerca de 900 milhões de pessoas que passam fome em todo o mundo.
Junto ao alto custo com o desperdício de alimentos, o processo de produção destes produtos envolve o uso intenso de energia, água, fertilizantes e terra, o que acaba gerando grandes impactos ambientais.
E apesar de os problemas serem difíceis de resolver, ainda é possível aproveitar as festas de fim de ano e ao mesmo tempo contribuir para a sustentabilidade com ações simples e fáceis.
Por exemplo, planejar as refeições, evitar comprar por impulso, não deixar de comprar verduras, legumes e frutas que não têm aparência perfeita e reaproveitar os restos das ceias na preparação de outros pratos.
Com isso, poderemos celebrar as grandes festividades e ainda sim fazer a escolha pela opção mais sustentável. Leia abaixo algumas dicas!

Desperdício de alimentos

Compras inteligentes: Planeje as refeições, faça listas de compras, evite compras por impulso e não se engane pelos truques de marketing que levam você a comprar mais alimentos do que o necessário.
Seguir essas estratégias pode significar que você não compre um peru gigante e, assim, evite o horror de comer desesperadamente sanduíches de peru durante toda a semana para tentar não jogar fora os restos.
Comprando frutas e legumes pela aparência: Muitas frutas e legumes são jogados fora por causa de seu tamanho, forma ou cor, que não são considerados “perfeitos”. No entanto, muitos desses alimentos aparentemente ruins são perfeitos para consumo. Evite o desperdício pelas aparências.
Entenda as datas de validade: Ao contrário das datas de validade, alguns produtos usam classificações como “Melhor consumir antes de” — geralmente estas são sugestões do fabricante para a “qualidade máxima”. A maioria dos alimentos pode ser consumida com segurança bem depois destas datas, portanto alguns dos produtos em sua geladeira podem muito bem ser bons para além do Natal.
Informe-se! Há diversas páginas na Internet e em outros meios que podem ajudar os consumidores a fazer receitas criativas e saborosas com as sobras de Natal. Informe-se e veja também as dicas do Instituto Akatu, por exemplo,clicando aqui.
Outras ações incluem: o congelamento de alimentos; a solicitação de porções menores em restaurantes, comendo sobras (se caseiras) ou levando para casa; reutilização de alimentos na agricultura; a doação de alimentos de reserva para os bancos locais de alimentos, abrigos e outros locais de recebimento.

Lixo eletrônico

Enquanto todo mundo adora um novo “gadget”, talvez você possa se perguntar se realmente precisa de um novo aparelho eletrônico ou eletrodoméstico para substituir aparelhos antigos, se estes ainda estão funcionando. Afinal, é legal ser retro ;)
Reparar ou atualizar, em vez de substituir. Muitas vezes, nós jogamos fora aparelhos com defeito ou desatualizados quando lojas de reparo locais podem consertá-los ou atualizá-los para nós.
Doar ou vender produtos eletrônicos velhos que ainda estão em condições de uso. Agora que você tem o seu novo laptop ou telefone, você ainda pode ganhar dinheiro com os antigos dispositivos e economizar um pouco para o Natal.
Da mesma forma, existem muitas instituições sociais e escolas em sua área que ficariam felizes de ter seus ‘gadgets’ antigos — para muitos, este aparelho velho pode ser o primeiro aparelho de suas vidas. Além disso, muitos fabricantes recebem produtos eletrônicos antigos e fazem ofertas de troca ou de reciclagem.
Se o seu telefone antigo não funciona nem com um bom reparo, talvez porque você deixou cair no copo de suco sem querer, procure na sua cidade projetos de reciclagem de lixo eletrônico. Há muitas páginas na Internet onde você pode encontrar empresas de reciclagem ou, melhor ainda, pergunta no seu bairro ou comunidade por opções.
Para mais informações (em inglês), clique aqui.
Publicado no Portal EcoDebate, 24/12/2014
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Poluição sonora e alfabetização auditiva, artigo de Marden Campos

poluição sonoraImagem: www.bibliotecavirtual.celepar.pr.gov.br
[EcoDebate] Em junho passado, fui aos Estados Unidos para participar de um programa de intercâmbio de jovens pesquisadores do "Sul Global", vindos de países que outrora foram chamados de "em desenvolvimento", "subdesenvolvidos" ou de "terceiro mundo". Me espantei quando, em um domingo de folga, ao dirigir-me a moderna biblioteca da universidade em que estávamos, deparei com um tipo de setorização da sala de estudos que nunca tinha visto: por decibéis! Lá, um espaço com poucos livros e muitos computadores, havia um vasto setor que, sobre mesas e cadeiras, via-se uma placa indicando o limite sonoro de 50 decibéis. Mais ao fundo, onde localizavam-se apenas mesas individuais, outra placa o limite de 25 decibéis. No fundo da biblioteca, com apenas mesas individuais, separadas por pequenas divisórias e entremeadas por confortáveis cadeiras para leitura, havia uma taxatória placa em que se proclamava por silêncio absoluto através do texto "00 decibéis". Minha primeira reação foi de admiração pelo grau de civilidade atingido pela elite de estudantes daquela universidade, notoriamente uma das maiores e mais caras daquele País. Contudo, logo em seguida, quando retornava para o alojamento, passei a pensar se as pessoas dali sabiam, ao menos aproximadamente, qual o volume sonoro e que tipo de barulho equivale a 50 ou a 25 decibéis, já que 00 decibéis, obviamente, qualquer pessoa saberia que significa barulho nenhum! (mais tarde vim a descobrir que 50 decibéis equivalem a uma conversa normal e 25 decibéis a fala sussurrada).
No evento de que participava, sobre os desafios para o desenvolvimento ao sul do equador, um dos principais temas discutidos era a poluição urbana. A discussão que se deu em uma manhã fria que anunciava o final da primavera tocou diretamente no tema que me inquietava após a visita à biblioteca. Viver em cidades talvez seja a principal característicos de nossa época. Embora essa forma de organização do espaço e da moradia seja uma invenção que data de milênios, pela primeira vez na história da humanidade mais da metade da população mundial mora nas cidades. Desse modo, grande parte dos problemas a serem enfrentados pela humanidade nas próximas décadas, como por exemplo as questões ambientais, serão problemas urbanos. Apesar das vantagens da vida na cidade, como o aumento da produtividade, a diversificação das atividades culturais e de lazer, a redefinição dos papéis familiares e maior equilíbrio nas relações de gênero, só para ficar em alguns exemplos, também somos obrigados a conviver com os problemas típicos desses espaços. O aumento da violência, a piora da qualidade do ar, a dificuldade de locomoção e de habitação, juntam-se a um típico problema urbano que, apesar de trazer danos à saúde individual e coletiva ainda tem sido pouco discutido e dimensionado: a poluição sonora.
À epoca do referido evento, já estava claro para mim – então morador do bairro de Copacabana no Rio de Janeiro – que o nível de decibéis suportável para que as pessoas pudessem se recolher à seus lares para atividades domésticas e descanso já havia sido ultrapassado enormemente. Viajando pelo país e pelo mundo percebi que a poluição sonora não era um privilégio do meu bairro e nem da minha cidade. Nas cidades, convivemos diariamente com um nível de ruído elevado, oriundo dos motores a diesel, buzinas, sirenes, geradores, fábricas, alto-falantes, furadeiras, martelos e – tentando se fazer ouvir em meio à balburdia – pessoas gritando. Contudo, qual é o nível de decibéis aceitável para descansarmos e recuperarmos nossa energia para o dia seguinte, no sentido estrito do que seria uma saudável e plena reprodução social? Apesar da medicina e da engenharia já terem estipulado níveis aceitáveis e perigosos de exposição ao ruído, a questão vai mais além: as pessoas comuns sabem qual o nível de ruído elas estão emitindo ao realizarem suas atividades? Quão acima de um limite sonoro aceitável elas viveriam? Afinal, todos sabem que há uma medida de volume de fácil apreensão e que hoje em dia estamos mais do que nunca aptos, com nossos smartphones, a monitorar esse volume?
Embora a solução para os problemas da poluição sonora não seja simples e trivial e passe por questões complexas como eficiência na produção dos motores a diesel, material utilizado na construção de casas e prédios, liberdade de expressão e zoneamento urbano, acredito que uma alfabetização auditiva possa ser o primeiro passo para a tomada de consciência individual e coletiva de que precisamos emitir menos ruídos se queremos viver um ambiente saudável, e que saúde realmente signifique algo mais do que ausência de doença. Assim como a noção de distância é facilitada por termos uma noção precisa do tamanho de 1 metro e a noção do tempo já foi totalmente internalizada de tanto que consultamos relógios (em geral, temos uma ideia bastante precisa do que são 1, 15 ou 30 minutos, mesmo sem precisar consultar o relógio). Quem sabe se fôssemos alfabetizados em termos de medidas de volume não nos sensibilizaríamos mais para o nível de ruído emitido em nossas cidades? Esse seria o primeiro passo para, quem sabe, passar a pensar em fazer a setorização das áreas urbanas por nível de ruído, e assim por diante, tentando construir cidades cujo ambiente seja cada vez mais saudável.
Marden Campos é doutor em Demografia pelo CEDEPLAR/UFMG e bacharel em Ciências Econômicas pela UFMG. Também é Especialista em Gestão e Manejo Ambiental pela Universidade Federal de Lavras. Atualmente é Analista Socioeconômico do IBGE e professor colaborador do Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais e da Especialização em Análise Ambiental e Gestão do Território da Escola Nacional de Ciências Estatísticas. (mardencampos@gmail.com)
Publicado no Portal EcoDebate, 22/12/2014
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Urbanização na América Latina e Caribe: 1950-2050, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

urbanização na América Latina - 1950 - 2050
[EcoDebate] A América Latina é a região mais urbanizada do mundo em desenvolvimento. A transição urbana aconteceu de forma acelerada na segunda metade do século XX. Em 1950, 58,6% da população latina-americana ainda vivia no meio rural e somente 41,4% estavam nas cidades. Por volta de 1960 houve empate entre a população urbana e rural. Em 1965, a população urbana de 53,3% já tinha ultrapassado a população rural de 46,7%.
No ano 2010, última rodada dos censos, a população urbana latino-americana chegou a 78,8% e a população rural caiu para 21,2%. Estima-se que em 2050, as pessoas vivendo nas cidades chegue a 86,6%, contra 13,4% no meio rural. O desafio será garantir o direito à cidade, com planejamento urbano adequado, mobilidade urbana e qualidade de vida para as pessoas, respeitando-se a preservação ambiental.
As transições urbana e demográfica são dois fenômenos fundamentais da modernidade e acontecem de forma sincrônica. Até o ano de 1800, quando a população mundial estava em torno de 1 bilhão de habitantes, o percentual de pessoas vivendo em cidades não passava de 5%, enquanto as taxas de mortalidade e natalidade eram muito elevadas.
Em 2011, a população mundial chegou a 7 bilhões de habitantes, com pouco mais da metade das pessoas vivendo nas cidades. Especialmente no século XX, acompanhando o processo de urbanização, houve uma enorme redução da mortalidade infantil, um grande aumento da esperança de vida e, depois de um certo lapso de tempo, uma consistente redução das taxas de fecundidade. Como as taxas de mortalidade caíram antes das taxas de natalidade, houve um grande aumento da população. Mas em geral, as mesmas forças que provocaram a queda das taxas de mortalidade, também afetaram as taxas de natalidade.
Nos últimos 2 séculos, as cidades lideraram as inovações econômicas, tecnológicas, científicas e culturais que reconfiguraram as estruturas familiares, a organização social e as relações de trabalho, possibilitando avanços sem precedentes nos direitos de cidadania de parcelas cada vez mais amplas da população. O mesmo acontece com a América Latina e Caribe. A urbanização tem sido o principal vetor da transformação socioeconômica e demográfica do Planeta e do processo de modernização. Mas também tem sido a principal agente da degradação da natureza.
Diversos estudos mostram que concentrar a população em um espaço pequeno traz ganhos de aglomeração e apresenta melhores resultados do que espalhar a população no território. O processo de urbanização já trouxe muitos ganhos históricos para o ser humano e poderá trazer vantagens ainda maiores nas próximas décadas, se houver políticas corretas para destravar as forças do progresso civilizatório, reduzindo as desigualdades e aumentando a proteção do meio ambiente.
Contudo, o crescimento desregrado das áreas urbanas nas próximas décadas pode levar a uma situação de crise energética, crise alimentar, crise climática e crise financeira. Construir cidades sustentáveis, reduzindo a pegada antrópica das cidades, é uma necessidade inadiável.
Para mais informações, visite:
WONG, L.R., ALVES, JED, RODRÍGUEZ, JV, TURRA, CM (Orgs). "Cairo+20: perspectivas de la agenda de población y desarrollo sostenible después de 2014", Rio de Janeiro, ALAP, abril de 2014

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
Publicado no Portal EcoDebate, 22/12/2014
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Compartilhamento de carros elétricos chega ao Brasil

Recife inaugura serviço no centro histórico; Rio lança chamada pública e SP conta com compartilhamento de veículos à combustão

Subcompacto elétrico tem câmbio automático e motor 1.0. Foto: Diario de Pernambuco

Depois de compartilhar bicicletas, cidades brasileiras dão os primeiros passos para fazer o mesmo com os carros. Esta semana começou a funcionar, no Recife, o primeiro sistema de compartilhamento de veículos elétricos do país.
O modelo, implantado nos Estados Unidos e na Europa, permite ao usuário pegar o carro em vagas ou garagens espalhadas pela cidade e devolvê-lo, depois, em um período determinado. Em 2015, o modelo deve estar em funcionamento também no Rio de Janeiro, que lançou este mês chamada pública sobre a viabilidade do projeto. Uma empresa em São Paulo oferece o serviço desde 2010, mas tem somente carros movidos à combustível.
A escolha pelo compartilhamento de carros elétricos no Recife, segundo a gerente do projeto do Porto Digital, Cidinha Gouveia, busca melhorar a mobilidade no centro. "O trânsito aqui está ficando pior que em outras capitais (mais populosas) como São Paulo, segundo estatísticas recentes. Nos horários de pico, é impossível se deslocar de um ponto a outro e as pessoas podem esperar até 40 minutos por uma vaga", informou. Com o novo sistema, que tem vagas fixas em três estações, quem precisa de um carro para curtas distâncias pode fugir dos problemas.
No Recife Antigo, bairro do centro, a iniciativa começou a ser testada no início da semana e estará disponível ao público em março. Os usuários poderão aderir a um plano mensal de R$ 30 e arcar com uma taxa extra de R$ 20 por uso, com a possibilidade de esse valor ser divido, se for concedida carona. É que o sistema identifica pessoas que pretendem fazer o mesmo trajeto .
Ainda pouco conhecido no país, o compartilhamento tem um grande potencial, avalia o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Leonardo Meira. Ele explica que o modelo surgiu na Europa na década de 1980 e é complementar ao transporte público, incluindo as bicicletas. Além de reduzir a poluição e o trânsito nas cidades, Meira destaca que incentiva a racionalização do uso do carro. "Pesquisas mostram que o compartilhamento tira das ruas até sete carros particulares, na Alemanha e na Suíça, onde é muito forte."
Vislumbrando o sucesso das bicicletas compartilhadas, a cidade do Rio lançou chamada pública para colher propostas para o sistema. "Queremos saber quantos veículos são necessários, quantos carros devem ter cada estação, quantas estações precisam ser criadas, em quais bairros e com qual a distância", explicou o subsecretário de Projetos Estruturantes da Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Gustavo Guerrante.
No Rio, a ideia é que o compartilhamentos seja usado para curtas e longas distâncias, a partir de 2015, utilizando vagas especiais na cidades, que já estão sendo separadas, antecipou Guerrante. "Não podemos limitar a um trajeto curto porque, supondo que a pessoa sai do centro da cidade em direção à Barra [da Tijuca], não tem jeito, o trajeto pode chegar a 40 quilômetros."
A empresa Zazcar, em São Paulo, foi a primeira a oferecer o compartilhamento no país. Em entrevista à imprensa, o presidente Felipe Barros disse que a procura cresce ano a ano por pessoas que abriram mão de ter um veículo próprio. Com cerca de 3 mil usuários e 45 estações para retirada de veículos, o aluguel por hora varia entre R$ 6,90 e R$ 11,50.
Como mostra de que o serviço está chegando a todo país, a partir de 2015 começa a funcionar, em Porto Alegre, em fase de testes, o compartilhamento de carros elétricos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Criado por estudantes da pós-graduação, que montaram a startup MVM Technologies, o sistema interligará todos o campus, antes de chegar a toda a cidade. "Temos um planejamento para segunda etapa, tornando possível um serviço de escala, em Porto Alegre. Fora disso, a expansão para região metropolitana, o que é possível , temos que ver um prazo mais longo", explicou o diretor executivo da empresa, Lucas de Paris.
Para o professor do curso de pós-graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB) José Augusto Abreu, o compartilhamentos de carros elétricos é eficiente em casos eventuais e tem grande potencial de melhorar a qualidade de vida na área urbana. "Temos um trânsito engarrafado, com poluição elevada e risco de acidente. Os carros elétricos são uma ótima alternativa para retirar veículos das ruas, reduzir a emissão de gases tóxicos e de barulho, pois são mais silenciosos", analisa ele, defensor também do compartilhamento de bicicletas.
Fonte: Portal Brasil
Publicado no Portal EcoDebate, 22/12/2014
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Xixi e Agricultura, artigo de Efraim Rodrigues

horta
[EcoDebate] Nesta quinta feira passei uma tarde agradável em companhia de outras pessoas que também desejam que o mundo use melhor seus resíduos para produzir comida. Foi uma tarde inteira conversando sobre como estimular a produção de composto em casa, no trabalho e onde mais for possível.
Da UFSCAR de Araras continuei a viagem para São Paulo pensando em tantos nutrientes causando problemas na água e que poderiam ser melhor aproveitados. Fiz umas contas com nosso xixi.
Ninguém gosta do cheiro, mas xixi contém muito Nitrogênio, que é um nutriente que as plantas precisam em grande quantidade para produzir proteínas.
Desde a Segunda Guerra que usamos Nitrogênio produzido em grandes indústrias, e elas consomem muita energia para retirá-lo do ar. Poluímos no passado e no presente para produzir a uréia com que a agricultura repõe o Nitrogênio retirado.
Há mais de 200 milhões de pessoas fazendo xixi todo dia em nosso país, o que soma 470 mil toneladas de Nitrogênio por ano. O que se pode fazer com isto?
Há pouco mais de um bilhão de pés de café em nosso País. Sua manutenção consome algo como 20.000 toneladas de N. Produzimos uns 18 milhões de toneladas de laranja, que consomem algo como 35.000 toneladas de Nitrogênio para sua reposição.
A conclusão é que daria para manter a citricultura e a cafeicultura com um décimo do xixi deste país.
Não gostaria de ver pessoas carregando seus excrementos pelas ruas como faziam os escravos coloniais (conhecidos como tigres por causa dos escorridos nas costas) e nem precisamos. Há inúmeros modos de tratar nossos excrementos além da via tradicional, e para que eles se tornem realidade precisamos enxergar acima e adiante de nosso quadrado.
O agricultor paga para colocar Nitrogênio em seu solo. As pessoas pagam para retirar o Nitrogênio de casa. As cidades pagam para retirar o Nitrogênio da água, e falta água para todos.
Enquanto uns puxam a corda para um lado, outros puxam para outro, e não saímos do lugar.
Aproveitar melhor nossos nutrientes não é um sonho idealista, é somente uma proposta para tornar o mundo menos insano.
Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é Doutor pela Universidade de Harvard, Professor Associado de Recursos Naturais da Universidade Estadual de Londrina, consultor do programa FODEPAL da FAO-ONU, JICA e Vale, autor dos livros Biologia da Conservação e Histórias Impublicáveis sobre trabalhos acadêmicos e seus autores e Ecologia da Restauração, finalista do 56º Prêmio Jabuti 2014. Nos fins de semana ajuda escolas do Vale do Paraíba-SP, Brasília-DF, Curitiba e Londrina-PR a transformar lixo de cozinha em adubo orgânico.
Publicado no Portal EcoDebate, 22/12/2014
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Edição n° 53 da revista Cidadania & Meio Ambiente está disponível para acesso e/ou download

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Informamos que a edição n° 53 da revista Cidadania & Meio Ambiente, ISSN 2177-630X, já está disponível para acesso e/ou download na página do Portal EcoDebate.


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Um abraço fraterno,
Henrique Cortez
coordenador editorial do Portal EcoDebate

Publicado no Portal EcoDebate, 16/12/2014
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