quinta-feira, 31 de março de 2016

Morre vencedor do Nobel de Literatura em 2002, o húngaro Imre Kertesz

O ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 2002, o húngaro Imre Kertesz, morreu nesta quinta-feira (31) em sua casa, em Budapeste, aos 86 anos, informou a agência "MTI".

Segundo a editora Magvetö, o escritor, que sobreviveu aos campos de concentração de Auschwitz e Buchenwald, morreu às 4h locais (23h de quarta (30) em Brasília) após uma "longa doença".

Kertesz recebeu o Nobel de Literatura em 2002, o que o transformou no primeiro escritor húngaro laureado pela Academia Sueca, por uma obra que traz relatos sobre o Holocausto e os campos de concentração do regime nazista.

Nascido em 1929 em Budapeste, Kertesz viveu e trabalhou na Hungria e também na Alemanha.

O comitê do Nobel da Academia Sueca disse que a obra de Kertesz "preserva a experiência frágil do indivíduo contra a arbitrariedade bárbara da história".

Autor, entre outras, de "Sem destino" (1975), "O fiasco" (1988) e "Kaddish para uma criança que não vai nascer" (1990), o escritor também foi um renomado tradutor para o húngaro de obras em língua alemã, como as de Elias Canetti, Sigmund Freud, Hugo von Hoffmannstahl, Friedrich Nietzsche, Joseph Roth e Arthur Schnitzler.
Fonte: G1
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terça-feira, 29 de março de 2016

Passo Fundo - Tuiuiú ave do pantanal matogrossense é encontrada na região

Ave de grande porte encontrada no interior de Passo Fundo intriga moradores.
Por pelo menos há duas semanas a ave de nome Tuiuiú foi localizada pelos agricultores da região da localidade do Pulador, até o momento a ave não foi capturada pelo Batalhão Ambiental e pesquisadores da Universidade de Passo Fundo (UPF).
A ave pertence à família Ciconiidae, também conhecido como jaburru, jaburu, tuim-de-papo-vermelho vive principalmente no estado do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e cauauá (no Amazonas).
O tuiuiú é considerado a ave-símbolo do Pantanal onde é a maior ave voadora.
No sul do Brasil, é conhecido principalmente como jabiru, enquanto que o nome tuiuiú é usado para designar o cabeça-seca (Mycteria americana).
A solicitação é de que a ave seja preservada e se visualizada a BM acionada pelo 190.
Fonte: Radio Planalto
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domingo, 27 de março de 2016

Alain Decaux, escritor e acadêmico francês, morre aos 90 anos

O escritor, biógrafo e acadêmico francês Alain Decaux, membro da prestigiada Academia Francesa desde 1979, morreu neste domingo (27), aos 90 anos, informou a família à imprensa. Ele estava internado no hospital Georges-Pompidou, em Paris. A causa da morte não foi divulgada.

Autor de mais de 60 obras, entrou a partir dos anos 1950 para a história da rádio e TV na França, criando vários programas famosos.

Conhecido por seu talento como narrador, foi agraciado com a Grande Cruz da Legião da Honra e com a Ordem Nacional do Mérito, e Comandante da Ordem das Artes e das Letras, nasceu no dia 23 de julho de 1925 em Lille, no norte do país.

A Academia Francesa destaca em seu site que Decaux se formou em Direito em Paris e que ia às aulas de História em Sorbonne pelo mero prazer de aprender, sem intenção de conseguir um diploma.

Os primeiros artigos de história começaram a ser publicados em 1946. Um ano depois, Decaux lançou seu primeiro livro: "Louis XVII retrouvé". A segunda obra do escritor, "Letizia", garantiu sua entrada na Academia Francesa, com apenas 25 anos.

Decaux foi atraído muito cedo pelo mundo audiovisual. Em 1951, foi um dos criadores de "La Tribune de l'Histoirie", um programa semanal que foi ao ar sem interrupções até 1957. Ele combinou seus programas sobre história com a divulgação de sua obra.

Em 1999, foi criado o prêmio Alain Decaux para a Francofonia. O escritor foi casado duas vezes e deixa três filhos.
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terça-feira, 22 de março de 2016

Fronteiras - Juremir Machado da Silva

Titulo: Fronteiras
Autor: Juremir Machado da Silva
Editora: Sulina
Ano: 1999
Paginas: 349
Descrição: Uma renovação da saga gauchesca. Fronteiras, como já indica o nome, retoma a tradição heróica da literatura do Rio Grande, com seus mitos e assombros, numa narrativa ao mesmo tempo épica, dramática e lírica- e sobretudo inovadora. É uma linguagem moderna, sofisticada, que recicla em alto estilo a ficção pampeira, toda ela, não apenas a brasileira; um livro com raízes em seu próprio solo- enfim uma das condições do universal na literatura.
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domingo, 20 de março de 2016

Odilon Fehlauer - Um perfil perdido - Francoise Sagan

Titulo: Sonhos e Pesadelos
Autor: Odilon Fehlauer
Ano: 1974
Idioma: português
Editora: Record
Paginas: 148
Resenha: A personagem central encontra um homem em uma festa e liga-se a ele apesar do orgulho e brutalidade deste a irritarem desde o primeiro instante, mas graças a ele consegue livrar-se de um marido que a atormenta há anos com um ciúme doentio.







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sábado, 19 de março de 2016

Sonhos e Pesadelos - Odilon Fehlauer

Quando as conseqüências são imprevisíveis
Titulo: Sonhos e Pesadelos
Autor: Odilon Fehlauer
Ano: 2000
Idioma: português
Editora: Odilon Fehlauer
Paginas: 350
Resenha: Seduzidos pelas promessas de sucesso fácil na terra das oportunidades, imigrantes brasileiros se vêem envolvidos em uma perigosa rede de narcotráfico americana.

Uma riquíssima e bela viúva argentina não resiste ao assédio de um astuto conquistador francês que não medirá esforços para aproveitar-se de sua boa fé.

Em meio a uma intricada trama, os crimes sucedem-se misteriosamente, deixando confuso o incansável detetive Morceau, um investigador da velha guarda que tem verdadeira aversão às modernas técnicas eletrônicas de investigação via internet, mas que não descansará enquanto não desvendar os crimes insolúveis.

A obra descreve cenários paradisíacos e luxuriantes como a Côte D'Azur, Mônaco, Ilhas Baleares e Caribe, a cordo de iates suntuosos.

O autor também nos leva ao fantástico mundo da miséria, magia e misticismo da Índia e do Nepal, transformando este livro numa viagem inesquecível.

Sonhos e pesadelos é uma envolvente história de crime e paixão.




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sexta-feira, 18 de março de 2016

Jango: A vida e a morte no exílio - Juremir Machado da Silva

Titulo: Jango: A vida e a morte no exílio
Autor: Juremir Machado da Silva
Editora: Record
Paginas: 376
Ano: 2013
Idioma: português
Editora: L&PM EDITORES
Resenha: A dor, a tristeza do exílio e a morte que desperta suspeitas. 'Jango - a vida e a morte no exílio' é um livro de reconstrução e desconstrução - busca reconstruir o passado para desconstruir mitos. Se tivesse de ser resumido a uma questão, seria - quem foi João Goulart? Um presidente fraco ou um herói reformista no tempo errado, derrubado do poder para que não melhorasse o Brasil 'cedo' demais? Com mais cuidado, pode-se dizer que este livro trata mesmo de como foram construídos, com ajuda dos jornais, o imaginário favorável ao golpe e as narrativas sobre o possível assassinato do presidente deposto em 1964. Como, quando e onde surgiu a tese do assassinato?
Comentário de Leitor: Jhoni
O livro é excelente para quem esta a procura de saber mais sobre os anos de chumbo, o golpe militar, a forma que Jango foi deposto e principalmente a vida e a morte dele no exílio. A obra é composta por vários personagens marcantes e instigantes como o Neira.
O autor também nos traz as diversas duvidas surgidas através da morte do ex presidente, morte natural ou assassinado?.
Creio que o mais importante para minha pessoa, foi saber mais sobre as propostas politicas de Jango, as reformas de base por exemplo. Seria ele um herói? Um politico com propostas certas no tempo errado?. O autor nos leva a conhecer mais sobre a as idéias de Jango.
Não se trata de uma biografia. Mas mesmo assim vale muito a pena conhecer esta parte da história que pouco é trabalhada.




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quinta-feira, 17 de março de 2016

O Legado de Charlotte - João Carlos Rotta

Titulo: O Legado de Charlotte
Autor: João Carlos Rotta
Ano: 2002
Páginas: 344
Idioma: português
Editora: Martin Claret
Resenha: Segundo o autor, "O Legado de Charlotte" é um romance incomum. Sua construção, como obra ficcional, levou quase uma década para ser concluída. Assumindo sua verdadeira vocação, João Carlos Rotta, militar da mais alta patente, oferece ao leitor brasileiro um romance policial sem o clássico detetive. Na sua obra, quase todos os personagens são centrais - com luz própria.






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quarta-feira, 16 de março de 2016

As sandálias do pescador - Morris West

Titulo: As sandálias do pescador
Autor: Morris West
Editora: Record
Ano: 1963Paginas: 264
Resenha: "As sandálias do pescador" foi escrito no início dos anos 60, no auge da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. Considerado "profético" por alguns, pois sua trama antecipa em cerca de 20 anos (1963) a eleição de um Papa vindo de um país comunista do leste europeu, que assume o Vaticano praticamente no mesmo ano que seu torturador chega ao poder na URSS. Entre ambos se estabelece um diálogo de grande transcendência sobre a convivência pacífica dos povos. Os perigos de um conflito atômico, o debate entre ciência e religião, amor e pecado são temas que se entrelaçam neste livro. É como se West, ao escrever "As sandálias do pescador", idealizasse uma possibilidade de paz num momento politicamente tão difícil.

Comentário de Leitor. Walkiria21/11/2012

Kiril Lakota - o Cristo.
Gostei muito desse livro, por ser o primeiro livro do Morris West que li, fiquei impressionada com os detalhes, a riqueza do conhecimento do autor a cerca dos ritos do catolicismo.

Não sou católica, então tudo o que foi narrado era novo e muito interessante para mim. O começo da leitura é maçante, mas necessário para se entender o que está ocorrendo e como a história se desenrola.

Os personagens, cardeais Leone e Rinaldi têm bastante influência no Vaticano, o que faz com que consigam eleger o cardeal que "escolheram" para ser o próximo papa.

O papa escolhido, o personagem Kiril Lakota é muito cativante, por muitas vezes enquanto lia, desejei conhecê-lo pessoalmente, rs rs rs.

Apesar de o personagem ser colocado como um Cristo no livro, adorei a forma sutil como o autor fez isso, sem tornar melosas as atitudes de Kiril enquanto papa. Também imaginei como ele seria, ucraniano, com cicatrizes, sem dúvidas um papa diferente.

Como não conheço o mínimo das bases católicas/bíblicas fiquei meio perdida quanto ao título do livro, felizmente descobri quem era o pescador e a relação de um papa com a Igreja.

Adorei a sinceridade do autor e as críticas bem pontuadas de um personagem que calça as sandálias, é investido pelo poder divino, mas não pode mudar, da forma como entende correta, os padrões da Igreja.

A personagem Ruth também é muito interessante, pois seus conflitos são atemporais, quantas pessoas se tornam alienadas à religião e optam por não acreditar mais na fé? A busca espiritual da personagem é bastante árdua.

Quanto ao George Fasber e a sua luta para anular o casamento de Chiara, a narrativa mostra como um homem tão maduro e inteligente pode se envolver em uma trama vergonhosa para ter um papel que declare que Chiara, a mulher amada lhe pertence de direito.

O personagem Jean Télemond deixa marcas profundas quanto a sua submissão e dedicação à Igreja.

Com certeza vale a pena ler esse livro, principalmente se você deseja fazer uma reflexão sobre a vida.





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terça-feira, 15 de março de 2016

A Caçada ao Outubro Vermelho - Tom Clancy

Titulo: A Caçada ao Outubro Vermelho
Autor: Tom Clancy
Editora: Record
Paginas: 450
Ano: 1984
Resenha: Um submarino nuclear de última geração, incapaz de ser detectado pelos radares inimigos, é enviado para águas internacionais sob o comando do exemplar oficial Ramius pelo comando da União Soviética. O Kremlin, porém, não imagina que o nobre comandante pretende levar o submarino e entregá-lo de presente nas mãos do governo norte-americano. Para tanto, o oficial precisa convencer sua tripulação de que cada manobra faz parte da missão sem que descubram suas verdadeiras intenções.

A Caçada ao Outubro Vermelho é um thriller tecnológico, sendo o livro de estréia de Tom Clancy.Ele foi publicado originalmente em 1984, como parte da série de livros do Universo Jack Ryan. Ele foi o primeiro livro de Clancy a ser adaptado ao cinema nofilme homônimo de 1990.

O livro, que conta a história da deserção da tripulação de um submarino russo, fez parte da lista de best-sellers do New York Times depois que o então presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan elogiou o livro abertamente. A elaboração de cenários militares plausíveis no romance de Clancy foi tão realista que, quase imediatamente após seu lançamento, ele se tornou o autor favorito dos militares dos Estados Unidos. Alguns de seus livros até mesmo se tornaram leitura obrigatória em academias militares dos EUA.
Capa Original
Comentário de leitor anonimo:
Tom Clancy: Sobre Guerra Fria, costumes e militarismo
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, aconteceu algo curioso: o mundo se dividiu mais uma vez. Não mais entre países do Eixo e Aliados. Não. A nova divisão contava com nações do bloco socialista, liderado pela União das Repúblicas Socialistas Socialistas, em oposição ao bloco capitalista, cujo mandatário era os Estados Unidos da América. Muita coisa mudara; Hitler e seu poderio ideológico e militar nada eram frente à potencial ameaça nuclear, afinal, tanto EUA quanto URSS detinham tal poder. Os dois países se reforçaram, seja com equipamentos ou com armas variadas. Os EUA tinham medo da sedutora filosofia soviética, e os "vermelhos" temiam o imperialismo comercial e político dos "ianques". A guerra poderia começar por terra, no ar... ou talvez no mar.

"A mais importante embarcação soviética - um moderníssimo submarino equipado com mísseis poderosos e um sistema de camuflagem que torna sua localização quase impossível - está tentando fugir para os Estados Unidos. No comando, um dos mais conceituados oficiais, agora perseguido por toda a esquadra soviética do Atlântico, que tem ordens do Kremlin para destruir o desertor a qualquer preço."

Essa é a sinopse (retirada de uma edição promovida pela editora Record na década de 90) de "A Caçada ao Outubro Vermelho", do autor norte-americano Tom Clancy. Trata-se de um livrão de mais de 400 páginas - e isso independe da edição - de um escritor que ficou famoso de verdade ao ter seu nome associado às diversas adaptações de suas obras para o cinema - incluindo este 'A Caçada' - e para os videogames (as franquias "Rainbow Six" e "Splinter Cell" são criações dele).

Nesta produção, Clancy narra, num período de 20 dias, os percalços do Outubro Vermelho em sua jornada perigosa rumo aos Estados Unidos. Ainda que tendo como protagonista a sensacional personagem Jack Ryan, analista da CIA que vira espião por acaso, o romance ainda dá bastante espaço a Marko Ramius, o comandante do submarino fujão. Outros coadjuvantes são responsáveis por adicionar ritmo e fluidez à história. Entre eles, destacam-se James Greer, chefe de Ryan na CIA; Bart Mancuso e Ronald 'Jonesy' Jones, respectivamente comandante e operador de sonar do USS Dallas, um submarino de ataque estadunidense; e ainda um sarcástico, mordaz presidente dos EUA.

Ritmo, aliás, é algo que demora a aparecer na narrativa. 100 páginas se vão e o leitor poderá não encontrar toda a ação e suspense esperado, e isso talvez torne sacal o primeiro quarto do livro. O segredo é não desistir da leitura, pois logo a coisa fica interessante demais. Clancy estabelece um cenário de desconfiança mútua inteligentíssimo, emulando toda a tensão entre EUA e URSS usando como artifício as Marinhas de Guerra de ambos os Estados. É incrível o nível de detalhismo do romance, garantido pelos inúmeros contatos do autor e seus colaboradores nos diferentes setores do Governo. Ainda assim, esse detalhismo deixa uma dúvida que passará desapercebida ao leitor casual. Cada equipamento, cada armamento, cada classe de veículo, cada partezinha minúscula do modus operandi da logística dos países envolvidos é destrinchado - pelo até a parte que pode ser aberta ao público. No entanto, há uma questão: no livro, é dito que o Outubro Vermelho se trata de uma modificação dos submarinos da classe conhecida como "Typhoon" - ou "Akula", para os soviéticos. A classe Typhoon porém, teve seu primeiro lançamento datado de 1984, mesmo ano de publicação do romance. Se o Outubro Vermelho é uma modificação da classe, isso implicaria algum tempo entre o lançamento do navio e sua customização. A história, portanto, não poderia decorrer de modo algum no ano de 1984. O tempo deveria ser um futuro próximo. Um erro? Uma sacada de Clancy não muito bem explicada? Quem sabe...

O choque cultural também é intenso. Interessante notar como os russos se surpreendem com o desenvolvimento norte-americano, e como estes, por sua vez, se espantam com a gritante diferença de comportamento entre eles e o membros da Esquadra Soviética. Chega a virar uma análise sociológica observar tal enfrentamento, mais combativo que uma guerra nuclear...

Destaque negativo para o final - isto é, as últimas 15 páginas do livro -, que acaba soando um pouco corrido, destoando completamente do clima anteriormente apresentado, lento e gradual.

Tom Clancy entrega-nos personagens carismáticas, um bem desenvolvido e extremamente didático miolo e um intrigante ambiente, abusando de computadores - tecnologia tremenda, incrível (e ultrapassada, ao seu modo, é verdade) para nós, mas bastante utilizada pelos militares, mesmo no distante ano de 84 (ou num futuro próximo...). Isso tudo viria a se tornar, bem mais tarde, a tecnologia que cada um de nós detém em casa, mas vale frisar, naquela época era tudo segredo de Estado. Poucas são as falhas da obra, e quando elas se apresentam, mostram-se bobas e evitáveis, nada grosseiras e muito menos condenáveis.






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segunda-feira, 14 de março de 2016

Celeste Bradley - Procura-se um Duque - [Noivas Herdeiras 1/3]

Titulo: Procura-se um Duque
Autor: Celeste Bradley
Editora:
Paginas:
Resenha: Inglaterra, 1815

Desejo de um coração..

A única maneira de Phoebe Millbury herdar a fortuna da família é cumprir a exigência feita em testamento por seu avô, de se casar com um duque. Mas isso é só uma parte do problema. Phoebe, que está tentando recuperar seu bom nome depois de um escândalo romântico, ainda tem que competir com duas primas, pela herança, e talvez pelo mesmo homem... até que fica conhecendo o irresistível Rafe Marbrook, marquês de Brookhaven.

Ao receber uma proposta de casamento vinda dos Marbrook, Phoebe aceita sem vacilar. Só há um porém: o pedido foi feito pelo irmão mais velho de Rafe, Calder, herdeiro do ducado, por quem ela não se sente atraída. Agora Phoebe se vê à beira de outro escândalo, enquanto enfrenta uma escolha desesperada: casar-se com Calder pelo dinheiro e pelo título... ou seguir seu coração? De um jeito ou de outro, o resultado poderá ser desastroso...

RESENHA:
09/03/2016

Livro do estilo que gosto.... amores impossíveis :-)
Eu gosto quando eles se amam e algo os impede de ficar juntos. Não tenho muito paciência pra casalzinho que faz doce e coloca empecilho em tudo.

Phoebe é órfã de mãe e seu pai é reverendo. Ela foi criada sob dura vigilância, seu pai sempre foi muito rígido e nunca deu carinho.
Aos 15 anos ela tentou fugir com seu professor de dança, mas o cara deu no pé na manhã seguinte. Seu pai a encontrou e deixou-a trancada no quarto por 3 meses, isso fez com que ela mudasse seus modos e fizesse de tudo para agradar ao pai.
Dez anos depois ela está com a tia Tessa em Londres para conseguir um marido, aliás, ela e e suas duas primas.
Seu avô impôs uma condição que a primeira que se casasse com um duque receberia toda sua fortuna. Se alguém fora da família soubesse dessa cláusula, o dinheiro iria para os contrabandistas de bebida. (rs)

Rafe é o filho bastardo do marquês de Brookhaven. Aos 8 anos sua mãe morreu então ele foi morar com o pai e seu meio irmão Calden, alguns meses mais velho.
Só que Rafe sempre se sentiu excluído de tudo. Seu irmão é herdeiro do título, das terras e da fortuna. Isso fez com que ele se rebelasse quando mais jovem, vivendo cercados de mulheres, jogos e bebida.

Numa noite em um baile, Rafe e Phoebe se esbarram e se apaixonam loucamente.
Rafe mostra Phoebe ao seu irmão, como que pedindo a opinião dele, porém Calden acha que ele está sugerindo como sua futura noiva.
Calden então logo pede Phoebe em casamento e ela conhecendo apenas pelo sobrenome e achando se tratar de Rafe, aceita. Ela percebe tarde demais seu erro, agora que o pai finalmente está orgulhoso dela e ela prestes a colocar a mão na herança do avô.

Rafe quando fica sabendo acha que Phoebe aceitou o pedido porque o irmão é um duque e ela acha que foi Rafe quem mandou o irmão pedí-la em casamento... ufa!!
Só que essa confusão não dura muito, logo eles percebem o erro e foi isso que mais gostei no livro.
Eles desejam desesperadamente ficar juntos, mas Phoebe terá que abrir mão de muita coisa, principalmente de sua reputação e Rafe acabaria com o que sobrou da pouca amizade com o irmão.

Gostei muito, só achei o final um pouco forçado e com algumas pendências, mas algumas podem ser resolvidas nos próximos livros da série.
Recomendo!!!

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Outros livros da série:
Livro 2: Clássicos Históricos 439 - No Quarto ao Lado (Deirdre)
Livro 3: Clássicos Históricos 448 - Sonho de Cinderela (Sophie)

Fonte: Adoro Romance
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domingo, 13 de março de 2016

Os tambores silenciosos - Josué Guimarães

Titulo: Os tambores silenciosos
Autor: Josué Guimarães
Editora: LPM
Paginas: 220
Resenha: Em Os tambores silenciosos, de Josué Guimarães, o autor constrói a imaginária Lagoa Branca, pequena cidade gaúcha situada num ponto qualquer entre Passo Fundo e Cruz Alta.

Josué Guimarães realiza uma síntese feliz entre narrativa de costumes interioranos e sátira política, situando a ação do romance na conflituosa década de 1930. Em Os Tambores Silenciosos o humor é direcionado às classes dominantes, ou seja, o patriarcado, os grandes senhores de terra e o poder político instituído.

Um dos personagens da obra, o "conselheiro do prefeito da imaginária cidade de Lagoa Branca", que se assemelhava a um conselheiro do Tribunal de contas de Porto Alegre.

A história transcorre na Semana da Pátria, em 1936, época que antecede a implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas. O prefeito, um ditador empenhado em tornar seu povo "feliz", proíbe a distribuição de jornais e a posse de aparelhos de rádio, além de censurar a correspondência dos cidadãos. Afinal, como ter paz de espírito com tantas notícias sobre fuzilamento, miséria e epidemias?

O prefeito simplesmente "fechou" a cidade para o resto do mundo. Os mendigos, ele os empacotava e os jogava no rio, os jornais eram confiscados na madrugada e não havia notícia ruim que ganhasse as suas páginas e o conhecimento público.

O ficcionista volta a se servir do cômico e do fantástico para narrar os episódios ocorridos durante a semana da pátria de 1936, na pacata Lagoa Branca, comunidade imaginada entre o Planalto e a Serra a julgar pelos citados limites com Cruz Alta, Passo Fundo, Rio Pardo e Taquari.

A trama gira em torno do coronel João Cândido, que tem planos de instituir a sua comunidade ideal. Para tanto, proíbe a circulação dos jornais que chegam de Porto Alegre e recolhe todos os aparelhos de rádio. As restrições do coronel, nas mãos de seu aparato policial (sobretudo um capitão da Brigada e um inspetor de polícia) logo servem para que se inicie uma dissimulada escala de violência, que vai do espancamento de jovens estudantes ao extermínio em massa dos mendigos da cidade.

O clímax ocorre entre o 6 e o 7 de setembro, quando pássaros negros infestam os ares e uma sucessão de boicotes e denúncias expõem as fragilidades dos defensores da ordem pública, levando ao fracasso de seus planos, enquanto o coronel ditador, louco, se suicida.

Os sete dias de terror tornam mais intensas as características dos típicos habitantes: as intrigas de João da Lagoa, o sacristão; as bajulações do Dr. Lúcio, uma mistura de político e intelectual; as perfídias do inspetor Paulinho. O rolo cresce e o caos aumenta, até que os pássaros de pano construídos por Maria da Glória, a mais jovem das irmãs Pillar, pressagiam a descoberta da farsa e desvelam a força de denúncia sugerida pela obra.

Ao contrário das tradicionais epopéias gaúchas, não há nenhum gesto heróico em Os tambores silenciosos. As personagens presentes são políticos medíocres e dominados pela ambição, mulheres infiéis e policiais violentos.

Através de um par de binóculos, o leitor vai acompanhar o olhar de sete curiosas solteironas, penetrando em recantos de alcovas e no gabinete da prefeitura. Com humor e cinismo, qualidades próprias para compor a caricatura de um sistema autoritário, Josué Guimarães aniquila essa microditadura e constrói uma obra perfeita, na melhor linhagem do realismo fantástico.
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sábado, 12 de março de 2016

Ame um estranho - Kathleen E. Woodiwiss

Titulo: Ame um estranho
Autor: Kathleen E. Woodiwiss
Editora: Record
Paginas: 398
Resenha: Lierin
Sem nome e sem memória, e com dois homens lutando por seu coração, ela vive um pesadelo de violência e loucura...

Ashton
A esposa adorada e desaparecida volta a entrar em sua vida misteriosamente - fazendo recordar alegrias... E as sombras escuras de um perigoso passado.

Impostora
Na sinistra teia de mentiras e trapaças, Lierin luta para recuperar a verdadeira identidade e pertencer ao estranho homem que a fez lembrar o que o amor não consegue esquecer
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sexta-feira, 11 de março de 2016

As Muralhas de Jericó - Josué Guimarães

Titulo: As Muralhas de Jericó
Autor: Josué Guimarães
Editora: LPM
Paginas: 216
Resenha:
No ano em que Josué Guimarães faria 80 anos, A L&PM Editores com o Instituto Estadual do Livro/RS e o Acervo Literário Josué Guimarães do Programa de Pós- graduação em Letras da PUCRS, lançam As muralhas de Jericó, escrito quando Josué tinha 31 anos, e ainda inédito até hoje, 15 anos depois da sua morte. Este relato é o resultado de uma grande viagem que foi realizada em 1952 a então União Soviética e a recém-convertida China Comunista. Josué fez parte do primeiro grupo de jornalistas brasileiros a entrar na China de Mao Tse-tung e constatar as profundas modificações operadas pela revolução comunista de 1948.
Logo nas primeiras páginas percebemos o texto límpido e claro que sempre caracterizou a prosa do grande escritor. Narrado na primeira pessoa, As Muralhas de Jericó revela, além das novidades que o repórter encontrava a todo o instante, um pouco da alma de Josué Guimarães, do seu humor, o profundo senso de observação e, acima de tudo, a generosidade, marca indelével da sua personalidade. É com esta generosidade que Josué Guimarães descreve, entusiasmado, a construção de uma utopia que, ele imaginava, poderia conduzir a um mundo melhor.
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quinta-feira, 10 de março de 2016

Usina - José Lins do Rego

Titulo: Usina
Autor: José Lins do Rego
Editora: Livraria José Olympio
Paginas: 236
Resenha: Usina, de José Lins do Rego, possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos de açúcar e nas plantações de cana do Nordeste. Em 1936, após a publicação dessa obra, José Lins do Rego decretou o fim do "ciclo da cana-de-açúcar".

A obra é excessivamente descritiva, parecendo mais uma aula de economia do que uma obra ficcional. Neste último romance, José Lins retrata a decadência dos engenhos por força do processo industrial das usinas, que suplantam a produção artesanal.

Enredo

Usina retoma a história do Moleque Ricardo, a partir de sua prisão com os companheiros grevistas em Fernando de Noronha até o seu retorno ao engenho.

Com pouco mais de estariam no velho Santa Rosa, que Ricardo deixara há oito anos, fugido, como de um presídio, de uma ilha de trabalhos forçados. escapara de lá para não ser alugado e fora pior que isso. Tivera dores que os alugados não sofriam nunca.

É na segunda parte do livro que começa propriamenteUsina, quando são narrados os acontecimentos que envolvem o Santa Rosa depois que Carlos Melo, fugindo dos problemas que envolviam o engenho, entrega seu patrimônio a parentes.

O Santa Rosa transforma-se na Usina Bom Jesus. O Dr. Juca sonha com o prestígio, negociando com Zé Marreira, proprietário da Fazenda São Félix, deixa-se levar pela ambição e faz a sua primeira operação desastrosa. As hipotecas contraídas e a pressão da Usina São Félix, na figura do Dr. Luís, terminam por forçar a venda. A enchente do Rio Paraíba, destruindo a antiga propriedade, simboliza o fim de um ciclo. O usineiro retira-se com a família em meio à destruição física dos seus antigos domínios.
Fonte: Passeiweb
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quarta-feira, 9 de março de 2016

É Tarde para Saber - Josué Guimarães

Titulo: É Tarde para Saber
Autor: Josué Guimarães
Editora: LPM
Paginas: 144
Resenha:No Rio de Janeiro do década de 1970, Mariana e Cássio vivem uma grande paixão. Mas ela é filha de um rico empresário simpatizante da ditadura militar, e ele, um rapaz de origem humilde. No período mais repressivo do regime, quando todas as manifestações intelectuais e artísticas eram duramente censuradas, quando informantes do governo infiltravam-se entre os jovens nas salas de aula do país e a vida política nada mais era do que um jogo de cartas marcadas, a triste realidade faz divergir o caminho dos dois jovens. Mariana prossegue com a sua protegida existência pequeno-burguesa, enquanto Cássio envolve-se cada vez mais numa aura de mistério.
Escrito em 1976, É tarde para saber é o quinto romance do escritor e jornalista Josué Guimarães (1921-1986), um dos combatentes intelectuais da segunda metade do século XX no Brasil, autor, entre outros, de A ferro e fogo, Tambores silenciosos, Camilo Mortágua e Garibaldi & Manoela – uma história de amor. Com sua prosa lírica e sensível, Josué Guimarães mostra, em É tarde para saber, as dificuldades das escolhas dos jovens que se tornaram adultos durante os anos de chumbo do regime militar.
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terça-feira, 8 de março de 2016

Os ratos - Dyonélio Machado

Titulo: Os ratos
Autor: Dyonélio Machado
Editora: Atica
Paginas: 454
Resenha: Publicado em 1935, Os Ratos, do escritor gaúcho Dyonélio Machado, tornou-se uma das obras mais influentes da 2ª geração do Modernismo, além de ter sido homenageada com o prêmio Machado de Assis.

Sua narrativa é apresentada numa linguagem simples, direta, rápida, com um tal domínio da expectativa do leitor que lembra o trabalho de Camilo Castelo Branco em Amor de Perdição. A preocupação com a boa linguagem não afasta o escritor da realidade urbana. Assim, os diálogos entre as personagens retratam a língua coloquial, sem preocupação de formalidade. Cada um dos 28 capítulos tem sua própria célula de suspense, que será resolvida no máximo no seguinte, em que obrigatoriamente surgirá outra.

Há na obra uma cruel crítica à maneira como o dinheiro acabou se tornando a mola propulsora das relações sociais, comandando a respeitabilidade, a ética, a dignidade e até injusta e facilmente, quando não arbitrária e despoticamente, degradando-as, detonando-as. Em suma, todos esses aspectos fazem deOs Ratos uma das obras mais nobres de nossa literatura.

O título Os Ratos é uma referência ao drama psicológico de Naziazeno Barbosa, protagonista da história, depois de ter conseguido o dinheiro para saldar a dívida com o leiteiro. Naziazeno, meio dormindo, tem o seguinte pesadelo: os ratos estão roendo o dinheiro que ele deixara à disposição do leiteiro sobre a mesa da cozinha.

Os ratos, ganhando a possibilidade de roerem dinheiro, simbolizam o consumismo da cidade grande, o câncer que aniquila os sonhos dos proletários, a desvalorização da solidariedade em função de padrões materiais que elevam o dinheiro à condição meta principal a ser alcançada.O desenrolar do drama do funcionário público endividado e ainda com vergonha de olhar os credores que passam no cotidiano atravessa os capítulos e nos traspassa de angústia. O dinheiro do leite, a doença do menino, a fome do protagonista... Enfim, um empréstimo. Percebemos, na vida de Naziazeno, que ter conseguido o dinheiro para quitar a conta do leite é apenas o início de uma nova dívida, a expectativa de mais um dia caminhando em busca de uma solução.

O livro Os ratos inicia com a advertência do leiteiro de que cortará o fornecimento de leite caso não receba o pagamento até o dia seguinte. Apenas vinte e quatro horas... Naziazeno sente o desespero da mulher, a vergonha diante dos olhares da vizinhança que presenciam o ultimato.

O leitor é invadido pela espiral das angústias do fim do romance. O descanso de Naziazeno não é verdadeiro e não convence. Sabemos que amanhecerão novas inquietações e dívidas para o funcionário, novas cobranças para o chefe de família e novos olhares reprovadores.

A mediocridade do papel do protagonista no mundo se contrasta com a forma brilhante como Dyonélio Machado desenvolve a trama e nos envolve no drama do protagonista com diretas reflexões inseridas em nossas rotinas. A reviravolta na narrativa ocorre quando, ao anoitecer, pensamos que o caso está encerrado e percebemos que as vivências ecoam e retornam em ousadas lembranças dos movimentos do dia sob novos olhares. Sentimos com força a angústia de ser e de permanecer próximo do protagonista do escrito literário.

Os Ratos se enquadram, dentro do movimento modernista brasileiro, no chamado Romance de 30: denominação dada a um conjunto de obras de ficção produzidas no Brasil a partir de 1928, ano de publicação de A Bagaceira, de José Américo de Almeida.

A obra é um romance social por excelência. O drama urbano da classe média baixa encontra protótipo perfeito em Naziazeno Barbosa, o herói fragilizado pela preocupação de cumprir um papel social no caos urbano em que vive.

Tempo

Tempo cronólogico - Em Os Ratos, as ações dos personagens acontecem no tempo cronológico ou linear, marcado pela passagem das horas, durante um dia de peregrinação de Naziazeno. O passar das horas é uma preocupação cruciante para o herói que não pode voltar para casa sem o dinheiro do leiteiro.

Tempo Psicológico - O tempo psicológico (interior, aquele que transcorre dentro dos personagens, marcado pela ação da memória, das reflexões) é valorizado principalmente nos últimos capítulos do livro.

O romance de Dyonélio provoca logo a sensação, se colocado no seu contexto histórico, de excesso ou até, deslocando a observação, de insuficiência. Digamos que o autor, ao lançar mão à tarefa compositiva, dispunha objetivamente de duas formas romanescas dominantes: por um lado, o romance documentário, em pleno auge na época de envolvimento intelectual com a realidade do País, e pelo outro o romance psicológico, tributário da revisão intuicionista da categoria temporal, descentrando o enfoque narrativo de fora para dentro do sujeito. O narrador dominante focaliza do externo os acontecimentos, fornecendo uma impressão de materialidade real, histórica dos fatos: seu discurso é seco, objetivo, documentário. Seu posicionamento é o de um cronista das desventuras do modesto funcionário e, como bom cronista, remete quase obsessivamente para a categoria do tempo, um tempo inexorável cuja transposição discursiva gera e dilata o sentimento de ansiedade do personagem: O dia continuou... O dia não parou (OR8, p.65): a representação do dia de Naziazeno é assim marcada por referências diretas a inúmeros relógios que fornecem indicações temporais. É importante notar sempre o jogo de contrastes: o protagonista não tem relógio (já o empenhou) e a partir dessas indicações às vezes vagas - outras vezes empíricas, como a passagem de um bonde etc. - ele depreende uma sua noção aproximativa de tempo. Desse recorte também se delineiam dois mundos a confronto, um dominado pelo tempo externo, convencional dos relógios que se impõe definitivamente como emblema técnico, do moderno e urbano a partir das últimas décadas do século XIX (e é o de que o narrador dá conta), outro que é o tempo interno à variabilidade dos estados psicológicos que é uma projeção imperfeita (do ponto de vista do artifício) e humana do primeiro (e é o tempo vivencial de Naziazeno).

Cenário

O cenário de Os Ratos é Porto Alegre.

Foco narrativo

O romance Os Ratos é narrado na terceira pessoa (narrador onisciente). O narrador (o próprio autor) relata as ações de todas as personagens, concentrando suas observações no íntimo do herói, revelando ao leitor as suas angústias interiores e psicológicas.

Temática

Luta por dinheiro - O tema principal de Os Ratos é a luta desesperada de Naziazeno para conseguir, em um dia, dentro de uma cidade grande e insensível, dinheiro para saldar uma dívida com o leiteiro. Mistura-se a essa luta a ansiedade, o desespero, a sensação de fragilidade e inutilidade do ser humano que não tem recursos sequer para garantir o sustento digno da família.

Lembrança do passado - O passado, principalmente a infância, mistura-se ao presente de Naziazeno Barbosa. O enredo é arquitetado numa superposição de planos: os pensamentos e reminiscências do herói em confronto com a crueza da realidade citadina. Presente e passado alternam-se na composição da história.

Drama

O drama principal do romance não se concentra no leiteiro, nem nos ratos ou no dinheiro: concentra-se na dificuldade para conseguir a quantia desejada, respeitando-se o limite de tempo e espaço.

Personagens

As personagens criadas por Dyonélio Machado são esféricas, densas. Não há preocupação com aspectos exteriores, aflorando o lado íntimo ou psicológico.

Naziazeno é um herói impotente diante de uma situação aparentemente simples: conseguir dinheiro para garantir o bem-estar da família (principalmente do filho pequeno). É o homem comum rebaixado à condição de miserável, exposto à humilhação e ao anonimato que caracterizam o viver das aglomerações urbanas.

Naziazeno Barbosa - Modesto funcionário público, Naziazeno é o herói da história. Fragilizado pela condição de penúria material, atormentado pela necessidade de saldar uma dívida com o leiteiro.

Adelaide - Dona de casa, esposa de Naziazeno. Convive, diariamente, com as dificuldades de um orçamento familiar minguado, insuficiente para o sustento digno da família.

Mainho - Filho de Naziazeno e Adelaide.

Dr. Romeiro - Diretor da repartição pública onde Naziazeno trabalha. Há suspeitas de corrupção sobre ele. Certa vez, emprestou dinheiro a Naziazeno.

Otávio Conti - Advogado.

Dr. Mondina - Falso advogado; bajulado por conta do dinheiro de que dispõe. Foi quem desembolsou o dinheiro para o grupo (Naziazeno, Alcides e Duque), permitindo ao herói voltar para casa com a quantia devida ao leiteiro.

Rocco - Agiota para quem Alcides já deve uma grana. Nega-se a fazer novo empréstimo.

Fernandes - Agiota que se nega a emprestar dinheiro (cem mil réis) a Duque.

Assunção - Agiota da Rua Nova. Nega-se a emprestar dinheiro.

Alcides - Amigo de Naziazeno, solidário com ele na pobreza e nas dificuldades, fazendo tudo para ajudá-lo.

Duque - Amigo de Naziazeno e de Alcides. Inspira confiança porque tem sempre uma solução para os problemas que envolvem dinheiro.

Fraga - Vizinho de Naziazeno. Parece ter uma vida bem arrumada, não precisando passar pelos vexames financeiros por que passa o protagonista.

Costa Miranda - Amigo de Naziazeno; emprestou-lhe, na rua, cinco mil réis para o almoço.

Martinez - Dono da loja de penhores onde o anel de Alcides estava guardado. Mostrou boa vontade e foi, à noite, abrir a loja para devolver a jóia.

Dupasquier - Dono de uma joalheria. Examina o anel de Alcides e oferece trezentos e cinqüenta mil réis. Quando descobre que a proposta é de penhor, desiste do negócio.

Enredo

PARTE I


Capítulos 1 e 2 - Através do diálogo entre Naziazeno Barbosa e sua esposa, Adelaide, o autor mostra a situação da família: por falta de pagamento, já suspenderam o fornecimento de manteiga e, agora, o leiteiro ameaça não trazer o leite das crianças. Enquanto a mulher argumenta que é possível viver sem gelo e sem manteiga, mas sem o leite das crianças, não, Naziazeno acha que a situação é de considerar o leite como supérfluo.

Aparece o vizinho Fraga. Naziazeno tem a impressão de que ele possui uma vida bem arrumada. O leiteiro, o padeiro, depois de fazerem a distribuição dos seus produtos, ainda conversam um pouco com o Fraga. Ainda no meio do mês, ele já propõe pagamento aos dois, como se não tivesse problemas financeiros.

Pensamentos e recordações de Naziazeno enquanto perfaz o caminho para o trabalho, de bonde. A impressão que lhe causam os companheiros de viagem. A recordação de que a mulher, Adelaide, tem um ar de fragilidade, de fraqueza que mantém acesa a chama da voluptuosidade. Mas, na vida prática, essa fragilidade atrapalha.

O segundo capítulo encerra-se com o pensamento obsessivo de Naziazeno no leiteiro, na frase que o atormenta: "Lhe dou mais um dia".

Capítulo 3 - Naziazeno, depois que desce do bonde, bola um plano para arranjar o dinheiro para o leiteiro. Vai pedi-lo emprestado ao diretor. Já uma vez fez isso, quando da doença do filho, para pagar os remédios. O diretor emprestou. Mas muitos riram dessa ingenuidade. Ter coragem de emprestar dinheiro para o Naziazeno? Só tinha uma explicação: era novato, não conhecia todo o pessoal. Naziazeno pagou o empréstimo, mas ainda faltaram alguns trocados que o diretor perdoou, não fez questão.

Enquanto espera, fica desanimado. Claro que o diretor não vai emprestar-lhe o dinheiro. Que história vai-lhe contar? A verdadeira, a do leiteiro? Ou outra vez a história da doença do filho?

Capítulo 4 - Naziazeno cria coragem e expõe o problema ao diretor. Ele lhe empresta o dinheiro: sessenta mil réis (deve apenas cinqüenta e três ao leiteiro). Volta para casa e entrega o dinheiro à mulher, ocultando-lhe o modo como o conseguiu.

Tudo imaginação. O diretor sequer chegou à repartição. Naziazeno não consegue trabalhar. Finalmente chegou o diretor. É o momento de pedir-lhe o empréstimo.

Capítulo 5 - A confiança de obter o empréstimo com o diretor começa a abalar-se. Enquanto o diretor demora-se na secretaria, Naziazeno vai até o centro da cidade. Vai à procura do Duque - ele tem sempre uma solução mágica para os problemas de dinheiro. Chega ao mercado e não encontra o Duque nos lugares habituais. Resolve esperar. Aparece o Alcides.

Capítulo 6 - No Café, ao lado de Alcides, enquanto espera o Duque, Naziazeno vai falando das impressões que tem das pessoas. Cansa-se de esperar o Duque no Café. Relembra um caso antigo, da infância, quando estivera doente, quase à morte. A mãe fizera uma promessa: Naziazeno teria que andar um ano vestido de Santo Antônio. Foi um vexame.

Naziazeno desiste de esperar o Duque. Vai para a repartição. O Alcides sugere uma visita aos cafés do centro. Vem-lhe a idéia de inutilidade, de falta de aptidão para ganhar dinheiro. O Duque consegue cavar, fazer um "biscate", arranjar dinheiro. Ele não. Por quê?

Alcides arma um plano: jogar no bicho. Com que dinheiro? Naziazeno deve voltar à repartição e "dar a facada" no diretor. Ele, Alcides, se encarregará do jogo.

Capítulo 7 - Enquanto espera o diretor, Naziazeno perde-se em pensamentos e recordações. Finalmente, o "homem" chega. A esperança ressurge. "O senhor pensa que eu tenho alguma fábrica de dinheiro? Quando o seu filho esteve doente, eu o ajudei como pude. Não me peça mais nada. Não me encarregue de pagar as suas contas: já tenho as minhas".

O diretor vai embora, os funcionários debandam. Naziazeno também.

Depois de tudo, ficou-lhe aquela frase na cabeça: "Não lhe pago as dívidas". Como contar tudo aquilo ao Alcides? Este plano fracassou. Como idealizar outro? Tem uma preguiça doentia. E o pior é que o sol já vai virando para a tarde. Meio dia perdido. Urge pensar numa solução. Como conseguir sessenta mil réis? Pensa em renunciar. Mas é preciso entregar o dinheiro ao leiteiro.

Capítulo 8 - Alcides propõe que Naziazeno vá atrás do Andrade, cobrar-lhe uma dívida. É o resto de uma comissão. É ali na rua Coronel Carvalho. Naziazeno topa. O calor infernal da tarde mantém o seu corpo suado. À medida que se aproxima da casa, vai ficando gelado. Deve ser porque ainda não almoçou. Ou seria a expectativa? O número da casa do Andrade está próximo. Melhor seria não o encontrar. A rua é de gente rica. Claro que o Andrade tem cem mil réis. De repente, o número procurado. Mas é o final da rua. A casinha em que Andrade mora é humilde. A esperança de conseguir dinheiro ali diminui.

Capítulo 9 - Naziazeno bate à porta de Andrade. Ele abre. Explica tudo: não deve exatamente ao Alcides (que ele conhece como Kônrad). Há uma comissão, sim, duma transação de um automóvel, mas a parte que Andrade lhe devia já pagou. Os outros cem mil réis, Alcides tem que recebê-los de Mister Rees. Naziazeno compreende tudo. Despede-se.

Capítulo 10 - Naziazeno, enquanto volta a pé ao encontro de Alcides, vai pensando. Era mais ou menos uma hora da tarde. Se tivesse conseguido o dinheiro com o Andrade, a primeira providência teria sido almoçar. Agora, é encontrar o Alcides e ir atrás do Mister Rees, um alto funcionário bancário.

Alcides não se encontra no café. Naziazeno procura-o noutros cafés ali perto. Nada. Tem, então, uma idéia: o Banco é ali perto. Por que não dar um pulinho até lá? Com certeza, Alcides vai aprovar essa idéia. Ao entrar no banco, fica em dúvida. Teria mesmo direito de cobrar Mister Rees? E se fosse "armação" do Andrade?

Um alívio: Mister Rees está para o Rio de Janeiro. Agora, é tentar almoçar e partir para outro plano. Quem sabe o Duque esteja no Restaurante dos Operários? O problema é conseguir cinco mil réis para o almoço. Como? Talvez no escritório do Dr. Conti.

Capítulo 11 - Naziazeno, depois de tentar falar com o Dr. Otávio Conti (na verdade, nem chegou a encontrá-lo), desiste. Voltando, encontra um seu conhecido, o Costa Miranda. Foi a salvação: Costa empresta-lhe cinco mil réis para o almoço.

Capítulo 12 - Naziazeno, com os cinco mil réis no bolso, fica indeciso: vai almoçar no Restaurante dos Operários ou em frege do mercado? De repente, uma idéia nova perturba-o: e se tentasse a sorte? Por que não? Está com o estômago oco, mas não pode perder essa oportunidade. Ele vê o dinheiro multiplicando-se e, em função disso, imagina a volta feliz para casa. Com este pensamento, dirige-se à tabacaria, onde, nos fundos, há um salão de jogos. Entra, vê o guichê do "bicho" vazio, dirige-se para o salão de onde lhe chega aos ouvidos um ruído fininho de fichas.

Capítulo 13 - Naziazeno, nervosamente, tira os cinco mil réis do bolso e deposita a cédula no número 28. E o milagre acontece, tudo resolvido assim num segundo: os cinco mil réis transformaram-se em cento e setenta e cinco. Agora, é comprar mais fichas, fazer um jogo estudado. Os lances sucedem-se. Naziazeno ora ganha, ora perde. As fichas, pouco a pouco, vão sumindo das suas mãos. Tem agora duas fichas. Toma uma resolução súbita: aposta todas num único número. E perde.

Capítulo 14 - Naziazeno sai da tabacaria, ganha a rua, e dirige-se a uma grande casa atacadista. Àquela hora, o comércio está fechando as portas. Um homem com cara de preocupação está fechando o armazém. Naziazeno, então, dirige-lhe a palavra:

- Queria pedir-lhe mais um favor. Só a grande necessidade me traz aqui na sua casa, antes de resgatar aquele vale. Não tenho a quem recorrer e preciso com urgência de sessenta mil réis.

- Não me é possível.

- Assino-lhe um vale. Venho pagar no fim do mês.

- Impossível.

Naziazeno insiste. Nada. Os dois seguem pela mesma rua, e Naziazeno vai-lhe falando de dificuldades, contando-lhe coisas, insistindo no empréstimo. O outro entra no bonde e vai embora.

PARTE II

Capítulo 15 - Naziazeno caminha pela rua deserta. As casas estão todas fechadas. E assim, fechadas, crescem de importância e de mistério. Seu destino é o mercado. Enquanto anda, vai observando a rua, as casas, a escassez de automóveis, o silêncio. E a silhueta do mercado ao longe, para onde se dirige, vai-se aproximando à medida que caminha.

Capítulo 16 - Naziazeno chega ao mercado. Num dos cafés, o Alcides chama-o. Conversam sobre o que se fez naquele dia. Naziazeno conta-lhe sobre o Andrade e sobre o jogo na tabacaria. O Duque, finalmente, está ali, em outra mesa, conversando com um indivíduo velhusco.

Naziazeno fala da fome, do dia inteiro sem comer. Alcides paga-lhe um leite. Exposto o problema de Naziazeno, Duque sugere um empréstimo com um agiota - o mesmo para quem Alcides já deve uma grana. O próprio Alcides encarrega-se de ir atrás do Rocco. No relógio da Prefeitura, já são seis e vinte.

Capítulo 17 - Os três (Naziazeno, Duque e o cidadão velhusco (o "doutor" Mondina) sentam-se num café, à espera de Alcides (que foi ao agiota). O Alcides volta. O agiota suspendeu temporariamente os empréstimos.

Duque deixa Alcides e Mondina no café e sai com o Naziazeno. Seguem em silêncio. Assim andando, ao lado do amigo, Naziazeno sente-se mais confiante. Vão à casa de seu Fernandes - um agiota.

- Nós precisamos com urgência de cem mil réis.

- Impossível.

Duque arrasta o amigo a outro agiota. Eles vão agora à rua Nova, ao agiota Assunção. Nova negativa. Retornam ao café.

A idéia é abordar o próprio "dr." Mondina, o falso advogado. De início, Mondina nega-se. Mas surge a idéia de tirar um anel de Alcides (anel de bacharel) que está penhorado por um valor muito baixo. Mondina anima-se. Será que ainda dá tempo?

Capítulo 18 - Os quatro (Naziazeno, Duque, Alcides e Mondina) vão à casa de penhores. Será que já está fechada?

Estava. E agora? Alcides propõe: dará a cautela do penhor ao Mondina. No dia seguinte, ele voltará ali e recuperará o anel. Mas o dinheiro tem que ser dado agora. Mondina parece pressentir o "truque", o "golpe". Alcides tem cara de vigarista. Duque intervém: não pode ser assim. Vamos encontrar outra solução. Alcides sugere: e se fôssemos à casa de Martinez, o dono da loja de penhores? Telefonam, e o seu Martinez diz que pode recebê-los em sua casa. No percurso para a casa de Martinez, Naziazeno vai pensando. Será que o homem reconhece Alcides? E o anel? Será que se lembra do Anel? Chegam finalmente.

Capítulo 19 - Martinez, depois de ouvir Alcides sobre a proposta de resgatar o anel penhorado, pergunta pela cautela:

- O senhor trouxe a cautela aí?

Alcides anda sempre com os seus papéis. Martinez examina o papel e, depois, devolve-o. Depois de algum tempo, talvez consultando a esposa, Martinez diz que sim, que é possível ir à loja resgatar o anel.

A caminhada é feita em silêncio. Naziazeno conscientiza-se de que já é noite, embora lá em cima, no céu, ainda seja possível ver uma arzinho do dia.

Chegam. Martinez abre a porta, acende a luz. Convida-os a entrar. Com a cautela na mão, o cofre aberto, faz a procuração. Pronto. Achou o anel. Mondina já havia passado o dinheiro da penhora ao Alcides, que o passa agora ao senhor Martinez. Ele confere. Entrega, finalmente, o anel. Alcides passa-o a Mondina, que se detém a examinar a jóia.

Martinez toma o rumo da praça, de volta para casa. Despede-se ali de Alcides, de Mondina, de Duque e de Naziazeno.

Capítulo 20 - Depois que Martinez vai embora, o grupo fica parado, sem saber o que fazer. Àquela hora, tudo está fechado. Duque sugere uma visita ao Dupasquier da joalheria. Por sorte, a vitrina está aberta. Entram. Dupasquier, meio desconfiado, ouve a proposta, analisa detidamente o anel, pergunta quanto Alcides quer por ele.

- Ele não deixa por menos de quinhentos mil réis - sugere Duque.

- Não dou nem quatrocentos.

- Quatrocentos e cinqüenta - solicita Duque.

- Não. Não dou mais do que trezentos e cinqüenta mil réis.

Aceitaram. Mas quando falaram que era penhor, Dupasquier desistiu. O grupo não sabe o que fazer. Alcides sugere um dos agiotas, Assunção e Zeferino. Duque opina:

- Vamos combinar isso num café.

A proposta do Duque é a seguinte: entregar o anel ao "dr." Mondina como garantia de mais cento e vinte mil réis. Assim, o anel está empenhado por trezentos mil. No dia seguinte, ele e Alcides irão procurar Mondina, empenharão o anel por trezentos mil réis e, então, devolverão o dinheiro.

Capítulo 21 - Naziazeno chega a casa, entra. São nove horas da noite. Adelaide estava preocupada. Todo o dia o marido ficara ausente. Ele mostra os embrulhos. Trouxera-lhe o sapato que estava no conserto. Para surpresa de Adelaide, ele trouxera também manteiga, queijo e dois leõezinhos de borracha para o filho, Mainho.

Enquanto esquenta a comida, Adelaide pergunta:

- Onde é que arranjaste o dinheiro? Conseguiste "tudo"?

Ele diz que sim. Conseguiu por intermédio do Alcides e do Duque. Cinqüenta e quatro mil e setecentos. Põe todo o dinheiro em cima da mesa. Está com sono. Separa os cinqüenta e três mil exatos do leiteiro. Guarda o resto no bolso do colete. Está com sono. São nove e meia da noite.

Capítulo 22 - Naziazeno imagina a reação do leiteiro ao receber, na manhã seguinte, o dinheiro. Vem à tona, na conversa com Adelaide, a situação do Dr. Romeiro, diretor da repartição em que Naziazeno trabalha.

Ouve-se um baque lá fora. Eles levantam a cabeça, atentos. É o portãozinho. Naziazeno vai fechá-lo. Quando volta, reclama do frio.

- Por que tu não vais deitar?

- Não quero dormir com o estômago muito cheio.

Surge a preocupação de levantar cedo no outro dia para entregar, em mãos, o dinheiro ao leiteiro.

- Porque não botava em cima da mesa da cozinha, junto com a panela do leite?

Naziazeno aprova a idéia. E fica pensando na surpresa do leiteiro ao encontrar o dinheiro.

Capítulo 23 - Adelaide acabara de pôr a panela do leite na ponta da mesa. Ao lado da panela, Naziazeno pusera o dinheiro para o leiteiro. Está preocupado. Deveria por algum peso sobre as notas?

- Tu achas necessário? Não há vento aqui dentro.

- Não, não é preciso.

Naziazeno não consegue abandonar a cozinha.

É interessante: passou-lhe o sono agora. É capaz de ler um pouco... Mas muda de idéia: não lhe apetece agora nenhuma leitura... de nenhuma daquelas coisas que poderia ler...

Naziazeno acabou indo deitar-se. A mulher dorme, mas ele fica a recordar a "maratona" por que teve de passar para conseguir o dinheiro. Está acordado. Entretanto queria dormir. "Tem necessidade de um sono longo, longo...

Fica a ouvir os barulhos da noite: o vento... o bonde passando... o bonde voltando... de novo o vento... Precisa dormir, descansar a cabeça.

Serão onze horas? Meia-noite?

Uma pancada, longe, sonora, indica uma hora.

Já lhe parece um século aquela noite e é apenas uma hora!...

Precisa dormir, precisa descansar. Tem de aproveitar esse resto de noite. É estranho: um cansaço tão grande, e não conseguir conciliar o sono...

Capítulo 24 - A falta de sono perturba Naziazeno. A esposa dorme quieta. O filho, Mainho, também. O pensamento fica divagando por várias coisas: a repartição, o seu trabalho, a luz que não o deixa dormir, o médico de Mainho, o "dr." Mondina. Pensa em Alcides, no anel que o "desapertou". "Uma providência, aquele anel". Vem-lhe, na insônia, uma superposição vaga de figuras: o Assunção... Fernandes... Martinez... Duque... Duque arrasta-o de uma lado para outro. Tem um sobressalto: um estalo para o lado da frente. O filho chega também a assustar-se. Adelaide, meio dormindo, nana-o.

"Naziazeno não quis deixar ver que estava acordado".

Capítulo 25 - A insônia continua. Naziazeno põe-se a pensar em tudo: a chegada a casa... o jantar tranqüilo, como ele sonhara... o dinheiro ali na mesa, acariciado pelo seu olhar... a idéia de deixá-lo ali, sobre a mesa, evitando o confronto direto com o leiteiro. Se houvesse o confronto, viria inimizade. Assim, continuariam amigos.

E o sono? "Ainda não dormiu! Só ele! Só ele sem dormir..."

Procura não pensar em nada, manter os olhos fechados, buscar tranqüilidade.

Capítulo 26 - A insônia persegue Naziazeno. Por estar embrulhado, o calor aumenta. "Sente que vai ficando esperto outra vez".

Pensa no bonde. A recordação passeia por cenas e pessoas relacionadas à maratona do dia: Duque, Alcides, Mondina, o jornal... os "finalmente" da transação com o Mondina. Alcides está amuado. Hesita em passar o anel para o Duque. Finalmente Mondina tira o dinheiro do bolso. Precisa trocá-lo em notas menores, primeiro no café, depois no Bolão. Pronto: transação encerrada. Duque passa-lhe o dinheiro: sessenta e cinco mil réis.

Naziazeno toma o bonde para casa. Tem de passar no sapateiro para pegar o sapato de Adelaide. Pega. A chegada, enfim, a casa. Adelaide vem até ele.

Capítulo 27 - "Outra vez um silêncio súbito". Naziazeno fica em dúvida: teria dormido? Passou toda a noite acordado? O ar tem um chiado... Fica muito tempo a ouvir esse chiado sonoro, metálico, fininho.

Agora, distingue nitidamente dois barulhos: o da respiração do filho e aquele chiado lá fora.

De repente, um barulho no forro... Ratos... São ratos. Fica esperando o barulho dos ratos na cozinha. O barulho aumentou: em vários pontos, no forro, o rufar... A casa está cheia de ratos!

"O chiado desapareceu. Agora, é um silêncio e os ratos..."

Há um roer ali perto. O que estarão comendo? É isto! "Os ratos vão roer - já roeram! - todo o dinheiro!..."

Tem um grande desespero. É preciso levantar-se. Mas o barulho cessou. Há só o silêncio. Será que ratos roem dinheiro? É melhor perguntar à mulher. Absurdo. Claro que ratos não roem dinheiro! "Vê os ninhos, os papéis picados, miudinhos, picadinhos... uma poeira".

"Vai levantar". Mas onde achar forças? "Está com sono. Mas é preciso reagir". Parece ouvir a voz da mulher: "Eles roem papel. Dinheiro é um papel engraxado..."

O barulho sumiu. Cessou também o roer. Decerto os ratos já foram embora. Está amanhecendo.

Capítulo 28 - Ao redor de Naziazeno, as coisas vão ficando mais apagadas. "Depois duma trégua, os ratos voltaram a roer". Com certeza estão roendo a madeira. Seria mesmo madeira? "Talvez depois de consumido o dinheiro, eles passem a roer, a roer a tábua da mesa..."

Agora os ruídos confundem-se. "Está exausto". Precisa dormir, entregar-se.

"Não sabe que horas são".

"Mas que é isso?!... Um baque?"

"Um baque brusco do portão. Uma volta sem cuidado da chave. A porta que se abre com força, arrastando. Mas um breve silêncio, como que uma suspensão... Depois, ele ouve que lhe despejam (o leiteiro tinha, tinha ameaçado cortar-lhe o leite...) que lhe despejam festivamente o leite. (O jorro é forte, certamente vem de muito alto...) - Fecham furtivamente a porta... Escapam passos leves pelo pátio... Nem se ouve o portão bater...

E ele dorme."

Fonte: Passeiweb
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segunda-feira, 7 de março de 2016

Camilo Mortágua - Josué Guimarães

Titulo: Camilo Mortágua
Autor: Josué Guimarães
Editora: LPM
Paginas: 454
Resenha: Neste romance, Josué Guimarães nos dá um painel inédito de sua ficção, contando de maneira apaixonante a decadência de uma família de pecuaristas da fronteira gaúcha, com todas as suas misérias e grandezas. A história de Camilo Mortágua - uma velha e apascentada idéia do autor - reproduz, de certa forma, o drama de dezenas de famílias gaúchas que, baseando seus rendimentos na exploração de rebanhos na fronteira, levaram suas vidas luxuosas na capital do Estado, num fausto que fez época e que, com o passar do tempo, terminou por arruiná-las.

Através de uma elaborada técnica romanesca, Josué Guimarães traça um perfil preciso de seus personagens, mesclando fantasia e realidade. São homens e mulheres que se movimentam com independência na trama de suas vidas. Vencedores e perdedores; amores intensos e solidão; poder e miséria. Uma narrativa implacável que conduz o leitor a momentos de emoção levados pela poderosa ficção deste grande escritor brasileiro.
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domingo, 6 de março de 2016

Josué Guimarães - Vida e obra

Josué Guimarães (RS, 1921-1986) é considerado um dos grandes escritores brasileiros do século XX, tendo deixado uma obra fundamental como romancista, jornalista e autor de histórias infantis e infanto-juvenis.

Josué Marques Guimarães nasceu em São Jerônimo, no Rio Grande do Sul, em 7 de janeiro de 1921. No ano seguinte sua família mudou-se para a cidade de Rosário do Sul, na fronteira com o Uruguai, onde seu pai, um pastor da Igreja Episcopal Brasileira, exercia as funções de telegrafista. Após a Revolução de 30 sua família foi para Porto Alegre, onde Josué Guimarães prosseguiu os estudos primários, completando o curso secundário no Ginásio Cru­zeiro do Sul, mesma escola onde estudou o escritor Erico Verissimo. Ali funda o Grêmio Literário Humberto de Campos, participando ativamente na redação de artigos para o jornal da escola e, igualmente, na produção de textos teatrais que, a cada final de ano, passam a ser encenados na escola. Forma-se em 1938, no curso secundário (hoje ensino médio), prestando em seguida exames para a Faculdade de Medicina. Contudo, após as primeiras aulas de anatomia, sente-se "desestimulado" para dar continuidade àquela vocação. Sempre irrequieto, Josué buscou outros ares.

Em 1939 foi para o Rio de Janeiro onde, no Correio da Manhã, iniciou-se na profissão de jornalista, que exerceria até o final da sua vida. Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra, voltou para o Rio Grande, onde concluiu o curso de oficial da reserva, sendo designado para servir como aspirante no 7° R.C.I. em Santana do Livramento. Em 1940, aos dezenove anos de idade, casou-se com Zilda Marques. Desse matrimônio, nasceram quatro filhos: Marília, Elaine, Jaime e Sônia. Por ser casado, foi recusado como voluntário na FEB (Força Expedicionária Brasileira).

Em 1944, de volta à imprensa no Diário de Notícias, seguiu na carreira que o faria passar pelos principais jornais e revistas do país. É nesse jornal que o escritor manteve uma coluna assinada sob o pseudônimo de D. Xicote, a qual tinha por característica principal dar um tratamento irônico aos acontecimentos políticos da época. O próprio Josué se encarregava da elaboração das ilustrações, dos desenhos e das caricaturas da coluna. Mais tarde, a coluna D. Xicote reapareceu no jornal A Hora, de Porto Alegre, explorando modernos recursos gráficos e montagens fotográficas.

Trabalhou em inúmeras funções, de repórter a diretor de jornal, passando por secretário de redação, colunista, comentarista, cronista, edi­to­rialista, ilustrador, diagramador e repórter político. Em 1948, deixou oDiário de Notícias para exercer a função de repórter exclusivo e correspondente da revista O Cruzeiro no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. Em 1949, colabora na revista Quixote nº 4, com a crônica "Sangue e Pó de Arroz". Essa publicação de Porto Alegre divulgou, por um longo período, nomes da literatura rio-grandense, renovando o cenário regional. Sempre atento aos fatos políticos, sociais e econômicos, nacionais ou internacionais, Josué criou um jornal, às próprias custas, cujo objetivo, segundo o escritor, não era ser um jornal de humor, mas igualmente não se tratava de um jornal sério, o periódico se chamava D. Xicote.

Atuou como correspondente especial no Extremo Oriente em 1952 (União Soviética e China Continental) e de 1974 a 1976 como correspondente da empresa jornalística Caldas Júnior em Portugal e África. Foi o primeiro jornalista brasileiro a ingressar na China Continental e na URSS como correspondente especial daÚltima Hora, do Rio de Janeiro, dirigido por Samuel Weiner. Ainda nessa época, Josué Guimarães escreveu o livro de viagem As muralhas de Jericó (L&PM).

No jornal Folha da Tarde, em 1954, o escritor lançou uma coluna que assinava com o pseudônimo D.Camilo. Nesse mesmo ano, passou a exercer as funções de subsecretário do jornal A Hora. Ali revolucionou o jornalismo gaúcho ao lado do então diagramador Xico Stockinger. Em 1956, trabalhou como redator da agência de propaganda MPM. Em meio a essa atividade, continuou, em momentos de recolhimento, com a produção de contos e crônicas. Em 1957, foi chamado por Assis Chateaubriand ao Rio de Janeiro para reestruturar o vespertino carioca Diário da Noite, órgão dos Diários Associados.

Como homem público foi chefe de gabinete de João Goulart na Secretaria de Justiça do Rio Grande, governo Ernesto Dornelles; foi vereador em Porto Alegre pela bancada do PTB, sendo eleito vice-presidente da Câmara. De 1961 até 1964 foi diretor da Agência Nacional, hoje Empresa Brasileira de Notícias, a convite do então presidente João Goulart. A partir de 1964, perseguido pelo regime autoritário, foi obrigado a escrever sob pseudônimo e a dar consultoria para empresas privadas nas áreas comercial e publicitária.

Josué Guimarães lançou-se tardiamente – aos 49 anos – no ofício que o consagraria como um dos maiores escritores do país. Seu primeiro livro foi Os Ladrões, reunindo contos, entre os quais o conto que dá nome ao livro, premiado no então importante Concurso de Contos do Paraná (este concurso promovido pelo Governo do Paraná foi, nas décadas de 60 e 70, o mais importante concurso literário do país, consagrando e lançando autores como Rubem Fonseca, Dalton Trevisan, João Antônio, além de muitos outros).

Em 1969, foi descoberto pelos órgãos de segurança da ditadura militar, respondendo a inquérito em liberdade. Retorna à capital gaúcha. Nesse mesmo período foi premiado no II Concurso de Contos do Estado do Paraná pelo conjunto de três contos "João do Rosário", "Mãos sujas de terra" e "O princípio e o fim", que posteriormente integrariam o livro Os ladrões. A essa época sua mulher e companheira é Nydia Moojem, com quem viveu até sua morte. Com ela teve dois filhos, Rodrigo e Adriana.

Sua obra – escrita em pouco menos de 20 anos – destaca-se como um acervo importante e fundamental. Democrata e humanista ferrenho, Josué Guimarães foi sistematicamente perseguido pela ditadura e os poderosos de plantão, mantendo uma admirável coerência que acabou por alijá-lo do meio cultural oficial. Depois de Erico Verissimo é, sem dúvida, o escritor mais importante da história recente do Rio Grande e um dos mais influentes e importantes do país. A ferro e fogo I (Tempo de Solidão) e A ferro e fogo II (Tempo de Guerra) – deixou o terceiro e último volume (Tempo de Angústia) inconcluso – são romances clássicos da literatura brasileira e sua obra-prima, as únicas obras de ficção realmente importantes que abordam a saga da colonização alemã no Brasil. A tão sonhada trilogia, que Josué não conseguiu concluir, é um romance de enorme dimensão artística, pela construção de seus personagens, emoção da trama e a dureza dos tempos que como poucos ele soube retratar com emocionante realismo. Dentro da vertente do romance histórico, Josué voltaria ao tema em Camilo Mortágua, fazendo um verdadeiro corte na sociedade gaúcha pós-rural, inaugurando uma trilha que mais tarde seria seguida por outros bons autores.

Seu livro Dona Anja foi traduzido para o espanhol e publicado pela Edivisión Editoriales, México, sob o título de Doña Angela.

Jousé Guimarães morreu no dia 23 de março de 1986.

Obras publicadas:

Os Ladrões – contos (Ed. Forum), 1970
A Ferro e Fogo I (Tempo de Solidão) – romance (L&PM), 1972
A Ferro e Fogo II (Tempo de Guerra) – romance (L&PM), 1973
Depois do Último Trem – novela (L&PM), 1973
Lisboa Urgente – crônicas (Civilização Brasileira), 1975
Tambores Silenciosos – romance (Ed. Globo – Prêmio Erico Verissimo de romance), 1976 – (L&PM), 1991
É Tarde Para Saber – romance (L&PM), 1977
Dona Anja – romance (L&PM), 1978
Enquanto a Noite Não Chega – romance (L&PM), 1978
O Cavalo Cego – contos (Ed. Globo), 1979, (L&PM), 1995
O Gato no Escuro – contos (L&PM), 1982
Camilo Mortágua – romance (L&PM), 1980
Um Corpo Estranho Entre Nós Dois – teatro (L&PM),1983
Amor de Perdição – romance (L&PM), 1986

Infantis (todos pela L&PM):

A Casa das Quatro Luas – 1979
Era uma Vez um Reino Encantado – 1980
Xerloque da Silva em “O Rapto da Dorotéia” – 1982
Xerloque da Silva em “Os Ladrões da Meia-Noite” – 1983
Meu Primeiro Dragão – 1983
A Última Bruxa – 1987
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sábado, 5 de março de 2016

Turbilhão - James Clavell

Titulo: Turbilhão - Supersellers 18 e 19 -  2 Volumes
Autor: James Clavell
Editora: Record
Ano: 1997
Livro 01: 619 Paginas
Livro 02: 514 Paginas

Turbilhão é uma obra de ficção histórica do escritor inglês James Clavell publicada em 1986. É o último livro da Saga Asiática, coleção de livros do autor que cobre o período de 1600 a 1976.

A trama se desenrola no Irã nos meses de fevereiro e março de 1979, tendo como pano de fundo a queda do Xá Mohammad Reza Pahlavi e a ascensão ao poder do aiatolá Khomeini. O livro descrebe as aventuras de um grupo de pilotos estrangeiros, suas famílias e iranianos ligados a eles durante o turbulento período da Revolução Islâmica do Irã. Como todas as outras novelas do autor, o livro é extenso, ficcionaliza fatos reais, analisa com detalhes aspectos da cultura onde se desenrola, possui complexas sub-tramas e um extenso elenco que inclui biografias de dezenas de personagens.

A novela é inspirada nos eventos enfrentados pela companhia Bristow Helicopters ao tentar retirar seu pessoal e investimentos do Irá devido à instabilidade após a queda do Xá. A trama reflete outros fatos reais, como a morte do embaixador norte-americanoAdolph "Spike" Dubs em Cabul em 1979. Outras companhias enfrentaram problemas semelhantes. Por exemplo, a companhiaElectronic Data Systems de Ross Perot (que foi depois candidato independente à presidência dos Estados Unidos) teve dois executivos presos em Teerã. A trama do livro On Wings of Eagles de Ken Follett é baseada no resgate desses executivos.

Contexto
Quando o tai-pan Ian Dunross toma ciência em Casa Nobre das reservas petrolíferas do Mar do Norte, Andrew Gavallan é enviado para a Escócia para iniciar um novo negócio. As plataformas de exploração de petróleo no Mar do Norte necessitam de helicópteros para transporte. Gavallan é desafiado a desenvolver as técnicas e metologias necessárias para prestar apoio às plataformas sob condições meteorológicas até então inusitadas. Essa iniciativa torna-se uma das principais atividades comerciais da Struan na década de 70, levando aos eventos descritos em Turbilhão.

Resenha da Trama
Gavallan, baseado na Escócia, gerencia a companhia S-G Helicopter que opera no Irã durante o reinado do Xá Mohammed Reza Pahlevi Quando Khomeini assume o poder, Gavallan precisa retirar seus pilotos, famílias e equipamentos do país. Um fator complicador é que Gavallan está em uma disputa com o dono da Casa Nobre. A fuga dos pilotos é o eixo principal da trama, envolvendo amantes, fanáticos, políticos, amigos e traidores. Americanos, Ingleses, Finlandeses, Iranianos, Alemães, Russos e Húngaros são todos envolvidos numa situação envolvendo fanaticismo religioso, conflagração política e conflito entre o estilo de vida ocidental e as antigas tradições iranianas. .

Equipamento
As aeronaves usadas pela S-G Helicopters incluem o Bell 212, Bell 206, Aérospatiale Alouette III e British Aerospace BAe 125.

Localidades
O ambiente da trama inclui locações reais e imaginárias. São reais as cidades our regiões de Lake Van, Teerã (inclusive as prisões de Qasr e Evin), Galeg Morghi, base aérea de Doshan Tappeh, Tabriz, as montanhas de Zagros, Lengeh, Bandar Delam, Siri, Dez Dam e ilha de Kharg no Irã, bem como as cidades de Hong Kong (China) e Aberdeen(Escócia).

São fictícias as cidades de Kowiss, Yazdek village e o emirado de Al-Shargaz (que, em árabe, significa protetor).





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