sexta-feira, 28 de julho de 2017

Descobri a fórmula do sucesso

Faz tempo que eu descobri a fórmula do sucesso: S = De + Din.

Sucesso é igual a descobrimento mais diferença na potência “n”.

Simples assim.

Pegue a sua obra, em qualquer campo, e analise: qual o seu grau ou potência de descobrimento ou de produzir diferença? Se não faz sucesso é por ter baixa potência de descobrimento e de produção de diferença. Salvo em casos geniais quando o problema é o excesso de descobrimento ou de diferença. Quanto maior a potência de descobrimento e diferença, maior o sucesso. As pessoas querem isso.

O que é descobrimento? A capacidade de trazer à tona algo encoberto. Pode ser a lei da gravidade ou o mosquito que transmite certa doença. Pode ser a revelação de um paradoxo com uma boa sacada espirituosa. Por exemplo, esta, de Oscar Wilde: “Não sou suficientemente jovem para saber tudo”.

O descobrimento revela, desvela, destapa, dá a ver, traz à luz, mostra o que está diante dos nossos olhos, mas não vemos. Outro exemplo: “Navegar é preciso/viver não é preciso”.

O descobrimento pode “desocultar” coisas simples.

O que é diferença? A capacidade de gerar originalidade. Pode ser um novo ponto de vista, uma nova maneira de tocar ou de contar uma história. James Joyce e Guimarães Rosa produziram diferenças pelo uso original da linguagem. Paulo Coelho produz descobrimento e diferença fazendo a pessoa se identificar com sua literatura trivial. O leitor se diz: “É isso, exatamente isso, como eu não vi antes?” A diferença e o descobrimento não precisam ser brilhantes no sentido nobre do termo. Podem até ser medíocres. Há diferença na narrativa de Harry Potter.

As pessoas sofrem por não fazer sucesso. Examinam suas produções. Está tudo bem feito. Por que não brilha? Falta mídia, apoio, visibilidade? Pode ser. O essencial, no entanto, é saber se produz realmente descobrimento e diferença. O autor pode se perguntar:

– Que diferença a minha obra produz?

– Que descobrimento a minha obra proporciona?

Se a resposta não for curta e imediata, não há. Que diferença produziu o livro “A casa das sete mulheres”? A diferença de ponto de vista. A revolução farroupilha narrada pelo olhar de mulheres. Que diferença produziu “A metamorfose” de Kafka? O ponto de vista de um homem transformado em inseto. Uma boa diferença pode ser anulada pela incompetência para executar o básico: contar a história. O público quer o que não tem: imaginação, fantasia, ruptura, diferença e descobrimento. Quer ver o que não enxerga. Que saber o que intui.

Um bom descobrimento é revelar a “alma” humana. Uma boa diferença é inventar uma nova maneira de escrever crônica. Toda piada que faz rir produz diferença e descobrimento por mais infame que seja. É só testar. Estou pensando em algumas anedotas. Bocado, punhado, cunhado. Sou generoso. Entreguei a fórmula do sucesso. Não é a primeira vez. Falta uma coisa: como se produz diferença e descobrimento? Não tenho a menor ideia. Quando eu souber, conto. Antes, faço sucesso. Até lá.

A fórmula do sucesso é essa: S = De + Din.

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