terça-feira, 21 de maio de 2019

Biblioteca de Agatha Christie

Agatha Christie

Agatha Christie é, e sempre será, a Rainha do Crime. Soberana dos romances policiais, vendeu bilhões de livros pelo mundo e foi traduzida para 45 línguas, sendo ultrapassada em vendas somente pela Bíblia e por Shakespeare. Nasceu Agatha Mary Clarissa Miller, em 15 de setembro de 1890, na cidade inglesa de Torquay, mais precisamente na mansão Ashfield. Cresceu ouvindo as histórias de Conan Doyle, Edgar Allan Poe e Leroux, contadas por sua irmã mais velha, Madge. Mas foi a mãe que lhe incentivou a começar a escrever contos, quando um forte resfriado fez a menina Agatha ficar alguns dias de cama. Anos mais tarde, continuaria escrevendo encorajada por Eden Phillpotts, teatrólogo amigo da família. Já famosa diria que, no início, todas as suas histórias eram melancólicas e que a maioria dos personagens morria no final.

Em 1914, casou-se com o Coronel Archibald Christie (a quem ela chamava de Archie), piloto do Corpo Real de Aviadores. Com ele, além de herdar o nome com a qual se tornaria a maior celebridade dos romances policiais, Agatha teve uma filha, Rosalind. Deram a volta ao mundo juntos e, ao lado dele, a jovem Agatha chegou até a surfar em Honolulu. O divórcio entre os dois aconteceria em 1928.

O romance de estreia daquela que viria a se tornar a Rainha do Crime, O misterioso caso de Styles, foi concebido no final da Primeira Guerra Mundial. Foi depois de trabalhar como enfermeira, quando fora transferida para o dispensário que, junto aos medicamentos, voltou a pensar na ideia que mudaria para sempre a sua vida, como mostra o texto publicado em sua Autobiografia (publicada no Brasil em 1979 pela editora Nova Fronteira):

“Foi quando trabalhava no dispensário que concebi a ideia de escrever uma história policial. Essa ideia permanecia em minha mente desde o tempo em que Madge [sua irmã] me desafiara a escrevê-la – e meu atual trabalho parecia oferecer a oportunidade favorável. Ao contrário da enfermagem, onde sempre havia o que fazer, o serviço do dispensário tinha períodos muito atarefados e outros mais frouxos. Às vezes eu ficava de serviço só a parte da tarde, praticamente sentada o tempo todo. Depois de verificar que os frascos de remédios estavam cheios e em ordem, tinha liberdade para fazer o que quisesse, desde que não abandonasse o dispensário. Comecei a considerar que espécie de história policial poderia escrever. Visto que estava rodeada de venenos, talvez fosse natural que selecionasse a morte por envenenamento. Congeminei um enredo que me parecia ter possibilidades. Essa ideia permaneceu na minha mente, gostei dela e, finalmente, aceitei-a. Depois tratei da dramatis personae. Como? Por quê? E tudo mais. Teria que ser um envenenamento íntimo, devido à maneira especial como seria acometido o crime; teria que passar-se em família, ouso dizer assim. Naturalmente, teria que aparecer um detetive. Nessa altura, achava-me mergulhada na tradição de Sherlock Holmes. Por isso pensei logo em detetives. Não poderia ser como Sherlock Holmes, é claro: teria que inventar algo diferente, bem meu, mas também ele teria que ter um amigo íntimo, uma espécie de ator contracenante – não seria tão difícil assim! Retornei a meus pensamentos a respeito dos outros caracteres. Quem seria assassinado? (...) O verdadeiro objetivo de uma boa história policial é que o assassino seja alguém óbvio e que, ao mesmo tempo, por certas razões, descubramos que não é óbvio, e que, afinal, possivelmente não fora essa pessoa que cometera o crime.”

E assim nasceu O misterioso caso de Styles, trazendo pela primeira vez o detetive belga Hercule Poirot, personagem que conseguiria ser quase tão popular quanto Sherlock Holmes. E não só esse livro, como outros, foram influenciados pelo trabalho de Agatha no dispensário e possuem mortes por envenenamento.

Em 1926, após ter lançado a média de um livro por ano, Agatha Christie escreveu aquela que ficou conhecida como sua obra-prima: O assassinato de Roger Ackroyd. O livro, primeiro publicado pela editora Collins, marcou o início de um relacionamento autor-editor que durou meio século e rendeu 70 títulos. O assassinato... foi também o primeiro dos livros de Agatha a ser dramatizado – sob o nome de Álibi – e a fazer sucesso na West End de Londres. Mas o seu mais famoso texto levado ao teatro, A ratoeira, estreou em 1952 e é a peça que mais tempo ficou em cartaz em toda a história.

Agatha casou-se pela segunda vez em 1930 com o arqueólogo Sir Max Mallowan, 14 anos mais jovem. E foi ao lado dele que a escritora viajou para o Oriente Médio, apaixonou-se pelo Egito e inspirou-se para criar histórias como Morte no Nilo e E no final a morte.

Em 1971, Agatha recebeu o título de Dama da Ordem do Império Britânico. Faleceu em 12 de janeiro de 1976, de causas naturais, aos 85 anos de idade em sua residência (Winterbrook), em Wallingford, Oxfordshire. Foi enterrada no Cemitério da Paróquia de St. Mary, em Cholsey, Oxon.

Além de um patrimônio avaliado em 20 milhões de dólares, deixou algumas obras prontas, publicadas postumamente, como Um crime adormecido, sua Autobiografia e a coleção de pequenas histórias Os casos finais de Miss Marple, Enquanto houver luz e Problem at Pollensa.

Ao todo, é autora 66 novelas policiais, 163 histórias curtas, duas autobiografias, vários poemas, e seis romances “não crime” com o pseudônimo de Mary Westmacott. Pioneira em criar desfechos impressionantes, verdadeiras surpresas para os leitores, seus textos seguem fascinando as novas gerações.

Sua única filha, Rosalind Hicks, morreu em 28 de outubro de 2004, também com 85 anos e, assim como a mãe, de causas naturais. A partir de então, os direitos sobre a obra de Agatha Christie passaram a pertencer ao seu neto, Mathew Princhard.

Biblioteca

Título no Brasil

Ano

O Misterioso Caso de Styles 1920
O Inimigo Secreto / O Adversário Secreto 1922
Assassinato no Campo de Golfe 1923
Poirot Investiga 1924
O Homem do Terno Marrom 1924
O Segredo de Chimneys 1925
O Assassinato de Roger Ackroyd 1926
Os Quatro Grandes 1927
O Mistério do Trem Azul 1928
O Mistério dos Sete Relógios 1929
Sócios no Crime 1929
O Misterioso Sr. Quin 1930
Assassinato na Casa do Pastor 1930
O Cadáver Atrás do Biombo 1930
Um Furo Jornalístico 1931
A Morte do Almirante 1931
O Mistério de Sittaford 1931
A Casa do Penhasco 1932
Os Treze Enigmas 1932
Treze à Mesa 1933
O Cão da Morte 1933
Assassinato no Expresso do Oriente 1934
O Mistério de Listerdale 1934
Por que não Pediram a Evans? 1934
O Detetive Parker Pyne 1934
Tragédia em Três Atos 1934
Morte nas Nuvens 1935
Os Crimes ABC 1936
Morte na Mesopotâmia 1936
Cartas na Mesa 1936
Assassinato no Beco 1937
Poirot Perde uma Cliente 1937
Morte no Nilo 1937
Encontro com a Morte 1938
O Natal de Poirot 1938
É Fácil Matar 1939
O Caso dos Dez Negrinhos / E Não Sobrou Nenhum 1939
Um Acidente e Outras Histórias 1939
Cipreste Triste 1940
Uma Dose Mortal 1940
Morte na Praia 1941
M ou N? 1941
Um Corpo na Biblioteca 1942
Os Cinco Porquinhos 1942
A Mão Misteriosa 1942
Hora Zero 1944
E no Final a Morte 1944
Um Brinde de Cianureto 1945
A Mansão Hollow 1946
Os Trabalhos de Hércules 1947
Seguindo a Correnteza 1948
A Casa Torta 1949
Convite para um Homicídio 1950
Os Três Ratos Cegos e Outras Histórias 1950
Aventura em Bagdá 1951
A Morte da Sra. McGinty 1952
Um Passe de Mágica 1952
Depois do Funeral 1953
Cem Gramas de Centeio 1953
Um Destino Ignorado 1954
Morte na Rua Hickory 1955
A Extravagância do Morto 1956
A Testemunha Ocular do Crime 1957
Punição para a Inocência 1958
Um Gato Entre os Pombos 1959
A Aventura do Pudim de Natal 1960
O Cavalo Amarelo 1961
A Maldição do Espelho 1962
Os Relógios 1963
Mistério no Caribe 1964
O Caso do Hotel Bertram/A mulher Diabólica 1965
A Terceira Moça 1966
Noite Sem Fim 1967
Um Pressentimento Funesto 1968
A Noite das Bruxas 1969
Passageiro para Frankfurt 1970
Nêmesis 1971
A Mina de Ouro 1971
Os Elefantes Não Esquecem 1972
Portal do Destino 1973
Os Primeiros Casos de Poirot 1974
Cai o Pano 1975
Um Crime Adormecido 1976
Autobiografia 1977
Os Últimos Casos de Miss Marple 1979
Testemunha da Acusação e Outras Peças  1980
Poirot e o Mistério da Arca Espanhola e Outras Histórias 1997
Enquanto Houver Luz 1997
Café Preto 1997
O Visitante Inesperado 1999
Poirot Sempre Espera e Outras Histórias 2008
A Teia da Aranha 2008

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