Seguem cinco importantes textos sobre a atual disputa eleitoral,
selecionados e organizados pelo nosso camarada Danilo C. César - de São Paulo.
Abraço, Alipio Freire
MUITO IMPORTANTE
Ler a sequência de textos abaixo:
1 - "Cinco ondas da campanha contra-Dilma: técnicas de contra-informação
militar"
Por Rodrigo Vianna Quarta-feira 20.10.2010
2 - "Fundação norte-americana denuncia esquema golpista patrocinado pela
CIA no Brasil", da redação do Correio do Brasil.
3 - "Elections in Brazil:
US Covert Intelligence Operations in Support of "Democracy" ou
"“Elections in Brazil and the US Intelligence Community”, do analista
norte-americano Nil Nikandrov.
4 - Por fim, a cereja do bolo: diretamente de Washington, "Nelson
Jobim não descarta participar de eventual governo Serra".
Outro fato recente que joga pimenta neste acarajé foi o "confronto", ocorrido
hoje (quarta-feira) no RJ, entre militantes petistas e correligionários do
candidato José Serra - que foi atingido por um objeto durante o episódio, encaminhado
a um hospital e acabando por cancelar sua agenda no RJ...
A estratégia do medo
Cinco Ondas da campanha contra Dilma: técnicas de contra-informação militar
publicada quarta-feira, 20/10/2010 às 16:33
As ondas de uma campanha feita nas sombras
por Rodrigo Vianna
http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/as-cinco-ondas-da-campanha-contra-dilma-sao-tecnicas-de-contra-informacao-militar.html
O jornalista Tony Chastinet é um especialista em desvendar ações criminosas.
Sejam elas cometidas por traficantes, assaltantes de banco bandidos de farda ou
gangues do colarinho branco. Foi o Tony que ajudou a mostrar os caminhos da
calúnia contra Dilma, como você pode ler aqui.
O Tony é também um estudioso de inteligência e contra-inteligência militar. E
ele detectou, na atual campanha eleitoral, o uso de técnicas típicas de
estrategistas militares: desde setembro, temos visto ações massivas com o
objetivo de disseminar “falsa informação”, “desinformação” e criar “decepção” e
“dúvida” em relação a Dilma. São conceitos típicos dessa área militar, mas
usados também em batalhas políticas ou corporativas – como podemos ler, por
exemplo, nesse site.
Na atual campanha, nada disso é feito às claras, até porque tiraria parte do
impacto. Mas é feito às sombras, com a utilização de uma rede sofisticada,
bem-treinada, instruída. Detectamos nessa campanha, desde a reta final do
primeiro turno, 4 ondas de contra informação muito claras.
1) Primeira Onda – emails e ações eletrônicas: mensagens disseminadas por email
ou pelas redes sociais, com informações sobre a “Dilma abortista”, “Dilma
terrorista”, “Dilma contra Jesus”; foi essa técnica, associada aos sermões de
padres e pastores, que garantiu o segundo turno.
2) Segunda Onda – panfletos: foi a fase iniciada na reta final do primeiro turno
e retomada com toda força no segundo turno; aqueles “boatos” disformes que
chegavam pela internet, agora ganham forma; o povão acredita mais naquilo que
está impresso, no papel; é informação concreta, é “verdade” a reforçar os
“boatos” de antes;
3) Terceira Onda – telemarketing: um passo a mais para dar crédito aos boatos;
reparem, agora a informação chega por uma voz de verdade, é alguém de carne e
osso contando pro cidadão aquilo tudo que ele já tinha “ouvido falar”.
4) Quarta Onda – pichações e faixas nas ruas: a boataria deixa de frequentar
espaços privados e cai na rua; “Cristãos não querem Dilma e PT”; “Dilma é
contra Igreja”; mais um reforço na estratégia. Faixas desse tipo apareceram
ontem em São Paulo, como eu contei aqui.
O PT fica, o tempo todo, correndo atrás do prejuízo. Reparem que agora o partido
tenta desarmar a onda do telemarketing. Quando conseguir, a onda provavelmente
já terá mudado para as pichações.
Há também a hipótese de todas as ondas voltarem, ao mesmo tempo, com toda força,
na última semana de campanha. Tudo isso não é por acaso. Há uma estratégia,
como nas ações militares.
O que preocupa é que, assim como nas guerras, os que tentam derrotar Dilma parecem
não enxergar meio termo: é a vitória completa, ou nada. É tudo ou nada – pouco
importando os “danos colaterais” dessas ações para nossa Democracia.
Reparem que essas ondas todas não foram capazes de destruir a candidatura de
Dilma. Ao contrário, a petista parece ter recuperado força na última semana.
Mas as dúvidas sobre Dilma ainda estão no ar.
Minha mulher fez uma “quali” curiosa nos últimos dias. Saiu perguntando pro
taxista, pro funcionário da oficina mecânica, pro vigia da rua de baixo, pra
moça da farmácia: em quem vocês vão votar? Nessa eleição, pessoas humildes-
quando são indagadas por alguém de classe média sobre o assunto - parecem se
intimidar. Uns disseram, bem baixinho: “voto na Dilma”, outros disseram “não
sei ainda”. Quando minha mulher isse que ia votar na Dilma, aí as pesoas se
abriram, declararam voto. Mas ainda com algum medo de serem ouvidos por outros
que chamam Dilma de “terrorista”, “vagabunda”, “matadora de criancinhas”.
O que concluo: as técnicas de contra-inteligência de Serra conseguiram deixar
parte do eleitorado de Dilma na defensiva. As pessoas – em São Paulo, sobretudo
-têm certo medo de dizer que vão votar em Dilma.
Esse eleitorado pode ser sensível a escândalos de última hora. Não falo de Erenice,
Receita Federal, Amaury – nada disso.
Tony teme que as o desdobramento final da campanha (ou seja a “Quinta Onda”)
inclua técnicas conhecidas nessa área estratégico-militar: criar fatos
concretos que façam as pessoas acreditarem nos boatos espalhados antes.
Do que estamos falando? Imaginem uma Igreja queimando no Nordeste, e panfletos
de petistas espalhados pela Igreja. Imaginem um carro de uma emissora de TV ou
editora quebrado por “raivosos petistas”.
Paranoia?
Não. Lembrem como agiam as forças obscuras que tentaram conter a redemocratização
no Brasil no fim dos anos 70. Promoveram atentados, para jogar a culpa na
esquerda, e mostrar que democracia não era possível porque os “terroristas” da
esquerda estavam em ação. Às vezes, sai errado, como no RioCentro.
Por isso, vejo com extrema preocupação o que ocorreu hoje no Rio: militantes do
PT e PSDB se enfrentaram numa passeata de Serra. É tudo que o que os tucanos
querem na reta final: a estratégia, a lógica, leva a isso.
Eles precisam de imagens espetaculares de “violência”, da “Dilma perigosa”, do
“PT agitador” – para coroar a campanha iniciada em agosto/setembro.
Espero que o Tony esteja errado, e que a Quinta Onda não venha. Se vier, vai
estourar semana que vem: quando não haverá tempo para investigar, nem para
saber de onde vieram os ataques.
Tudo isso faz ainda mais sentido depois de ler o que foi publicado aqui, pelo
”Correio do Brasil”: uma Fundação dos EUA mostra que agentes da CIA e brasileiros
cooptados pela CIA estariam atuando no Brasil – exatamente como no pré-64.
Como já disse um leitor: FHC queria fazer do Brasil um México do sul (dependente
dos EUA), Serra talvez queira nos transformar em Honduras (com instituições em
frangalhos).
Os indícios estão todo aí. Essa não é uma campanha só “política”. Muito mais
está em jogo. Técnicas de inteligência militares estão sendo usadas.
Bobagem imaginar que não sejam aprofundadas nos dez dias que sobram de campanha.
Por isso, o desespero do PSDB com as pesquisas. Ele precisa chegar à última
semana com diferença pequena. Se abrir muito, até a elite vai desconfiar das
atitudes das sombras, vai parecer apelação demais.
Por último, uma pergunta: por que o “JN” adiou o Ibope – que deveria ter sido
divulgado ontem? Porque Serra estava na bancada do jornal.
A Globo não quis constranger Serra com uma pesquisa ruim? Imaginem as pressões
sobre Montenegro, de ontem pra hoje? O PSDB precisa segurar a diferença em 8
pontos no máximo. Para que a estratégia de ataque final, na última semana,
tenha chance de surtir efeitos.
Estejamos preparados pra tudo. E evitemos entregar à turma das sombras o que
ela quer: agressões contra Serra, contra Igrejas, contra carros de reportagem.
O Brasil precisa respirar fundo e passar por esse túnel de sombras em que a
campanha de Serra nos lançou.
Fundação norte-americana denuncia esquema golpista patrocinado pela CIA no
Brasil.
Da Redação, do Rio de Janeiro, Brasília e Washington 20/10/2010 - 13:10
http://correiodobrasil.com.br/fundacao-norte-americana-denuncia-esquema-golpista-patrocinado-pela-cia-no-brasil/187036/
Não bastasse o governador eleito do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça,
Tarso Genro, denunciar “uma campanha de golpismo político só semelhante aos
eventos que ocorreram em 1964 para preparar as ofensivas” contra o então
governo estabelecido, o jornal da Strategic Culture Foundation – organização
norte-americana especializada em geopolítica – publicou, nesta semana, reflexão
na qual avalia o esforço dos setores mais conservadores dos EUA para denegrir
os “imaturas” democracias da América
Latina e do Caribe.
No artigo intitulado “Elections in Brazil and the US Intelligence Community”
(Eleições no Brasil e a comunidade de inteligência dos EUA), assinado pelo
analista Nil Nikandrov, a instituição lembra que “o Brasil nunca pediu
permissão para afirmar o seu direito à soberania e à posição de independência
na política internacional em causa ao longo dos oito anos da presidência de
Luiz Inácio Lula da Silva, e era amplamente esperado que G. Bush acabaria por
perder a paciência e tentar domar o líder brasileiro.
Nada disso aconteceu, embora, evidentemente, porque os EUA se sentiram sobrecarregados
demais com problemas com a Venezuela para ficar trancado em um conflito
adicional na América Latina”.
A Estrategic Cultural Foundation aborda a questão geopolítica mundial
Leia os principais trechos do artigo:
“Falando aos diplomatas e agentes de inteligência na Embaixada dos EUA no Brasil
em março de 2010, a Secretária de Estado, Hillary Clinton enfatizou: ‘na
administração Obama, estamos tentando aprofundar e alargar as nossas relações
com um certo número de países estratégicos e o Brasil está no topo da lista.
Este é um país que realmente importa. E é um país que está tentando muito duro
para cumprir a sua promessa ao seu povo de um futuro melhor. E assim, juntos,
os Estados Unidos e o Brasil tem que liderar o caminho para os povos deste
hemisfério”.
“Vale ressaltar que H. Clinton credita ao Brasil nada menos do que o direito
de mostrar o caminho para outras nações, embora de mãos dadas com Washington.
Para este último, o caminho é o de suprimir as iniciativas socialistas em todo
o continente, de se abster de juntar projetos de integração regional a menos
que sejam patrocinados pelos EUA, para se opor aos esforços dos populistas que
visam formar um bloco latino-americano de defesa, e para impedir a crescente
expansão econômica chinesa.
“Os EUA nomeou o ex-chefe do Departamento de Estado de Assuntos do Hemisfério
Ocidental e um passaporte diplomático, com uma reputação dúbia Thomas A.
Shannon como novo embaixador para o Brasil às vésperas das eleições no país.
Ele se esforçou para convencer o presidente do Brasil para alinhar o país com
os EUA e a adotar políticas internacionais menos independentes. Washington
ofereceu vantagens ao Brasil como maior cooperação na produção de combustíveis
renováveis, consentiram em que estabelece uma divisão da Boeing no país, e
assinou uma série de acordos com as indústrias de defesa brasileira, incluindo
a comissão de 200 aviões Tucano para a Força Aérea dos EUA.
“O presidente Lula não aceitou. Ele teimosamente manteve a parceria com a H.
Chavez e Morales J. esteve em Havana e Teerã, condenou o golpe pró-EUA em
Honduras, e até mesmo se comprometeu a desenvolver um setor nacional de energia
nuclear. Ele propôs Dilma Rousseff – uma candidata séria, para esperar para
orientar um curso da mesma forma independente – como seu sucessor. É alarmante
para Washington, Dilma era membro do Partido Comunista e integrou a Vanguarda
Armada Revolucionária – nomeadamente, com o pseudônimo de Joana d’Arc, na
década de 1970. Ela foi traída por um agente do governo, depois presa,
torturada sob os métodos que a CIA ensinou na Escola das Américas, e teve que
passar três anos na cadeia. Por isso, mesmo décadas depois Rousseff não é a
pessoa da qual se possa esperar que seja um grande fã dos EUA.
“A campanha de Dilma ganhou força gradualmente e as sondagens começaram a dar-lhe
um lugar na corrida à frente do candidato de direita, José Serra.
Jornalistas ‘amigos-da-américa (do norte)’ e agentes da CIA sondaram a sua disponibilidade
para forjar um acordo secreto com Washington e então descobriu-se que o plano
não teve chance porque Rousseff firmemente prometera fidelidade ao curso do
presidente Lula. A CIA reagiu a tentativa de manchar Rousseff, e os meios de
comunicação de imediato lançaram o mito sobre o seu extremismo. Encontraram
informantes da polícia, que posaram como “testemunhas” de seu envolvimento em
assaltos a bancos para os quais pretendia pegar o dinheiro para apoiar o
terrorismo no Brasil. A mídia conservadora travara uma guerra de classificações
e elogios em coro pró-EUA, José Serra como o incontestado favorito e Dilma –
como um rival puramente nominal. Estabilizada a situação, no entanto, Dilma
Rousseff finalmente emergiu como a líder da campanha, graças a um apoio pessoal
do presidente Lula.
“Ainda assim, a pontuação de Rousseff caiu de 3% a 4%, tirando a chance de vencer
ainda no primeiro turno das eleições. O resultado do segundo turno dependerá em
grande parte os defensores de Marina da Silva Vaz de Lima, do Partido Verde,
que ocupou o terceiro lugar nas eleições, com 19% dos votos. A guerra entre os
militantes do PV está declarada e Shannon irá tentar de todos os meios para
quebrar uma aliança entre Serra e Silva.
“O time de Dilma visivelmente perdeu o tom triunfalista inicial – o segundo turno
é um jogo difícil, e o adversário de seu candidato está implicitamente apoiado
por um império poderoso e cheio de recursos que é
conhecido por ter impulsionado rotineiramente candidatos à esperança para a
vitória. A mídia no Brasil – O Globo, as editoras Abril, como Folha de S. Paulo
e a revista Veja – estão ocupados em lavagem lavagem cerebral do eleitorado do
país.
“A equipe de Shannon está enfrentando a missão de ajudar ‘novas forças’ menos
propensas a desafiar Washington e ajudar a obter um controle sobre o poder no
Brasil. A CIA emprega ex-policiais brasileiros demitidos de seus cargos por
várias razões, para fazer o trabalho de campo como a vigilância, as invasões a
apartamentos, roubos de dados de computador, e chantagem. Na maioria dos casos,
estes são os indivíduos com tendências ultradireitistas que consideram Serra
como seu candidato. Ministérios do Brasil, comunidades de inteligência e
complexo militar-industrial estão fortemente infiltradas por agentes dos EUA. A
embaixada dos EUA e do pessoal do consulado no Brasil inclui cerca de 40 dentre
a CIA, DEA, FBI, agentes de inteligência e do exército, e têm planos para abrir
dez novos consulados nas principais cidades do Brasil, como Manaus, na Amazônia.
“Embora o Departamento de Estado dos EUA esteja empenhado em reduzir o tamanho
da representação diplomática no mundo, em um esforço para cortar despesas
orçamentais, o Brasil continua sendo uma exceção à regra. O país tem um
potencial para se estabelecer como uma força contrária na geopolítica para os
EUA no Hemisfério Ocidental dentro dos próximos 15 a 20 anos e as
administrações dos EUA – tanto republicanos quanto democratas – estão
preocupados com a tarefa de impedi-la de assumir o papel”.
Tradução: CdB
Elections in Brazil: US Covert Intelligence Operations in Support of
"Democracy" by Nil Nikandrov
Global Research, October 9, 2010 Strategic Culture Foundation 2010-10-07
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=21368
It seemed suspicious recently that Washington which tends to denigrate the “immature”
democracies of Latin America and the Caribbean without restraint made serious
efforts to demonstrate respect for Brazil. G. Bush's Administration bracketed
as “immature” the Latin American states with populist regimes and, generally,
any countries showing a measure of defiance defending their national interests
under the US pressure. Brazil never allowed to call its right to sovereignty
and independent position in international politics into question over the eight
years of Luiz Inácio Lula da Silva's presidency, and it was widely expected
that G. Bush's Administration would eventually run out of patience and try to
tame the Brazilian leader. Nothing of the kind happened, though, evidently
because the US felt too burdened with problems with Venezuela to get locked in
an additional conflict in Latin America.
Talking to the diplomats and intelligence agents at the US Embassy in Brazil in
March, 2010, US Secretary of State H. Clinton stressed: “In the Obama
Administration, we are trying to deepen and broaden our ties with a number of
strategic countries and Brazil is at the top of the list. This is a country
that really does matter. And it’s a country that is trying very hard to fulfill
its promise to its own people of a better future. And so, together, the United
States and Brazil have to lead the way for the people of this hemisphere.”
It is noteworthy that H. Clinton credited Brazil with nothing less than the
right to show the way to other nations, albeit hand in hand with Washington.
For the latter, the way is to suppress any socialist initiatives across the
continent, to abstain from joining regional integration projects unless they
are patronized by the US, to oppose the populists' efforts aimed at forming a
Latin American defensive bloc, and to impede the escalating Chinese economic expansion.
The US appointed former head of Department of State's Bureau of Western Hemisphere
Affairs and a diplomatic heavyweight with a hawkish reputation Thomas A.
Shannon as a new ambassador to Brazil on the eve of the elections in the country.
He tried hard to convince Brazil's president to align the country with the US
and to adopt less independent policies internationally. Washington offered
Brazil perks like wider cooperation in renewable fuel production, consented to
establishing a division of Boeing in the country, and signed a number of deals
with the Brazilian defense industries including the commission of 200 Toucan
aircrafts for the US airforce.
President da Silva has not given in. He stubbornly maintained the partnership
with H. Chavez and J. Morales, showed up in Havana and Tehran, condemned the
pro-US coup in Honduras, and even pledged to develop a national nuclear energy
sector. He proposed Dilma Rousseff – a candidate one would expect to steer a similarly
independent course - as his successor. Alarmingly for Washington, Rousseff used
to be close to the communist party and was a member of the Vanguardia Armada
Revolucionaria - notably, with the pseudonym of Jeanne d'Arc- in the 1970ies.
She was betrayed by a government agent, arrested, tortured using the CIA
methods taught at the School of the Americas, and had to spend three years in jail.
Consequently, even decades later Rousseff is not the person realistically
expected to be a big fan of the US.
Rousseff's campaign gradually gathered momentum and polls started giving her a
place in the race ahead of the rightists' candidate José Serra.
US-friendly journalists and CIA agents probed into her readiness to forge a
secret deal with Washington and predictably found out that the plan stood no
chance as Rousseff firmly pledged allegiance to president da Silva's course.
The CIA reacted by attempting to smear Rousseff, and the media immediately
floated a myth about her extremism. They unearthed police informants who posed
as “witnesses” of her involvement in bank robberies meant to grab money to
support terrorism in Brazil. The conservative media waged a war of ratings and
touted in a chorus the pro-US José Serra as the uncontested front-runner and
Rousseff – as a purely nominal rival. The situation nevertheless stabilized and
Rousseff eventually emerged as the campaign leader thanks to president da
Silva's personal support.
Rousseff's score fell 3-4% short of making her the winner in the first tour of
the elections. The outcome of the runoff will largely depend on the supporters
of the Green Party's Marina Silva Vaz de Lima who polled third in the elections
with 19% of the vote. The battle over the supporters of the Green Party in
underway, and Shannon's shadowy team will no doubt do its best to broker an
alliance between Serra and Silva.
Rousseff's flock visibly shed their initial triumphalism – the runoff is a difficult
game, and their candidate's opponents are implicitly backed by the powerful and
resourceful Empire which is known to have routinely propelled hopeless
candidates to victory. Brazil's media – the O'Globo media holding, the Abril
publishers, influential papers like Folha de Sao Paulo, and the Veja magazine -
are busily brainwashing the country's electorate.
Shannon's team is facing the mission of helping “fresh forces” less prone to
defiance in dealing with Washington get a grip on power in Brazil. From this
standpoint, just the right player is the Green Party where the CIA agents have
long gained serious positions as the US was traditionally interested in the
ecological problems of the Amazon basin. At the moment the CIA is courting the
Greens' leaders and activists and, parallelly exacting promises of positions
for them in the coming government from Serra's campaign managers. Washington
must be doing a rush job considering that Silva and her entourage plan to
decide on October 10 on which side of the scales to throw their weight in the
runoff. Rousseff, on the other hand, also has the potential to attract the
Green Party's supporters considering that Silva was a member of president da
Silva's government till 2008.
The CIA employs former Brazilian policeman fired from their posts for various
reasons to do the field work like surveillance, apartment penetrations,
computer data thefts, and blackmail. In the majority of cases, these are
individuals with ultra-rightist leanings who regard Serra as their candidate.
Brazil's ministries, intelligence community, and military-industrial complex
are heavily infiltrated by US agents. The US Embassy and consulate staff in
Brazil includes some 40 CIA, DEA, FBI, and army intelligence agents, and
Washington plans to open 10 new consulates in Brazil's major cities such as
Manaos in Amazonia.
While the US Department of State is downsizing the diplomatic representation
worldwide in an effort to to cut budgetary spending, Brazil remains an
exception from the rule. The country has a potential to establish itself as a
geopolitical counterforce to the US in the western Hemisphere withing the
coming 15-20 years and the US Administrations – under Republicans and Democrats
alike – are preoccupied with the task of preventing it from taking the role.
Nil Nikandrov is a frequent contributor to Global Research. Global
Research Articles by Nil Nikandrov 20/10/2010 - 18h01
Nelson Jobim não descarta participar de eventual governo de Serra
ANDREA MURTA
De Washington
http://www1.folha.uol.com.br/poder/817635-nelson-jobim-nao-descarta-participar-de-eventual-governo-de-serra.shtml
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Em visita a Washington, o ministro Nelson Jobim (Defesa) não descartou nesta
quarta-feira participar de um eventual governo José Serra (PSDB), destacando
sua amizade pessoal com o candidato à Presidência e dizendo que "transita
para todos os lados".
"Não faço projetos, vamos ver a cada dia", afirmou, antes de brincar
que a decisão final será de sua mulher. "Eu me dou bem com todo mundo. Já
fui do governo Fernando Henrique, sou amigo do Serra."
Mas frisou a jornalistas que é amigo de Serra há 30 anos. "Moramos juntos
em Brasília e ele é meu padrinho de casamento."
Em viagem aos EUA a dias do segundo turno, Jobim explicou que sua proximidade
com o candidato tucano criou um impedimento para que ele participasse de
campanhas no Brasil.
"Disse ao presidente Lula que tinha impedimentos de natureza pessoal
'inamovíveis' de fazer campanha contra o governador [Serra]. Ele respondeu:
então não se meta nesse assunto, fique de fora."
Como tampouco poderia trabalhar em prol do PSDB, já que continua parte do
governo petista atual, o ministro afirmou que nem sequer assiste aos programas
eleitorais, "para evitar dar opiniões depois".
Se permitiu, porém, responder a perguntas sobre ao menos um ponto que virou
tema de campanha --o uso de Vants (veículos não tripulados) no Brasil.
Os Vants entraram no debate ao serem apresentados por Dilma Rousseff (PT) como
uma revolução nos modos de patrulhar fronteiras. A Folha apurou, porém, que o
único Vant existente no país está parado num galpão no aeródromo em São Miguel
do Iguaçu (PR), a cerca de 40 km de Foz de Iguaçu.
Jobim negou essa informação. "Temos Vants em funcionamento, sim",
disse. O Heron [israelense] está sendo utilizado pela Polícia Federal na
fronteira para monitoramento de combate ao narcotráfico. O Hermes 450 ainda
estamos estudando para criar uma doutrina de voos."
Esse segundo ficaria sob controle das Forças Armadas e é o que está parado
hoje. Um terceiro tipo menor de Vant, segundo Jobim, é produzido no Brasil e
usado por fuzileiros navais.
O ministro fez as declarações após palestra sobre defesa nacional na
universidade George Washington, na qual fez ataques aos EUA e defendeu a
Venezuela.
Sobre este último, afirmou que não causa nenhuma preocupação no Brasil o
programa nuclear venezuelano.
"Não temos essa síndrome de achar que todo programa nuclear é militar.
Também não temos a síndrome conspiratória em relação a [o presidente
venezuelano, Hugo] Chávez nem a [o presidente da Bolívia, Evo] Morales. Que não
se pense que se pode intervir num país com um presidente das classes
populares."
A respeito dos EUA, criticou duramente o país pela dificuldade de negociações
para compra de equipamento militar. "Já cheguei a levantar da mesa no meio
de uma discussão aqui em Washington porque disseram que transferir tecnologia é
complicado. Sem transferência de tecnologia, para o Brasil não há
discussão", afirmou.
Por outro lado, Jobim disse que o pacto de cooperação em Defesa assinado com os
americanos no começo do ano já começou a dar frutos. Ele citou um acordo
técnico que deverá ser firmado em dezembro para estabelecer mecanismos para
harmonizar o tratamento que os dois países dão às informações sigilosas (o
GSOMIA, na sigla em inglês).
Também disse que os EUA precisam ratificar a convenção da ONU sobre o direito
do Mar, que contém regras para exploração de recursos em águas nacionais, e
combater o consumo doméstico de drogas antes de pedir controle do tráfico em
outros países.
"Queriam controlar a saída de drogas, trancar a droga dentro do Brasil.
Isso não nos interessa. Se quiserem trancar a entrada, tudo bem."
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