segunda-feira, 29 de agosto de 2016

UFFS lança coleção de livros

Obras da coleção "Educação para as relações étnico-raciais" são resultado de pesquisas em parceria com UDESC

Foi realizado nesta semana, o lançamento da coleção de livros "Educação para as relações étnico-raciais", resultado de pesquisas nas áreas da História, da Educação e da Cultura de sujeitos africanos, afrobrasileiros e indígenas, a partir de uma parceria entre UFFS, UDESC, FNDE e MEC/SECADI. O evento aconteceu no Auditório da FAED/UDESC, em Florianópolis.

O professor da UFFS – Campus Erechim, Fábio Feltrin de Souza, é um dos organizadores da coleção. Segundo ele, “a proposta é colaborar com a implementação das Leis Federais nº 10.639/03 e nº 11.645/08, as quais tratam do estabelecimento de diretrizes e bases da Educação Nacional para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática 'História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena', visando à superação do racismo e das desigualdades raciais nos estabelecimentos de ensino e na sociedade em geral”.

A coleção é composta por quatro volumes: Volume 1: Estudos Africanos: questões e perspectivas; Volume 2: Histórias Africanas e Afro-Brasileiras: ensino, reflexões e perspectivas (organizados pelos professores Fábio Feltrin de Souza (UFFS) e Claudia Mortari (UDESC); Volume 3: As relações étnico-raciais na sala de aula: propostas pedagógicas (organizado pelos professores Zoraia Aguiar Bittencourt e Fábio Feltrin de Souza (UFFS); e Volume 4: Protagonismo Indígena na História (organizado pelos professores Fábio Feltrin de Souza (UFFS) e Luisa Wittmann (UDESC).

A coleção também será lançada no dia 19 de outubro, durante a abertura do II Colóquio de História e Linguagens, na UFFS – Campus Chapecó. Ainda estão sendo organizados lançamentos na UFFS – Campus Erechim, na Unicamp e no III Congreso de Estudios Poscoloniales y IV Jornadas de Feminismo Poscolonial, que acontece de 12 a 15 de dezembro em Buenos Aires, na Argentina.
Fonte: JBD
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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Atualização das Eleições 2016 - Confira quem são os candidatos da região

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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Bambu, para que te quero

Foto - Márcia Sarmento
Gramínea de origem asiática coloca o município entre uma das referências de pesquisa quanto aos seus vários usos como produção de móveis, artesanato, alimento e outros derivados.

Ainda utilizado no Brasil de maneira modesta, o bambu tem caído nas graças dos produtores que procuram aprender um pouco sobre a imensa cadeia produtiva, facilidade e baixo custo para cultivo e, ainda, a lucratividade.

Veja a reportagem em vídeo aqui

Em Planalto, uma experiência que não tem mais de 15 anos está mostrando que são inúmeras as possibilidades de produção a partir da gramínea, que vão desde artesanato à alimentação. Com uma capacidade produtiva de 120 anos, a cultura, tradicional na Ásia, pode ser uma aposta rentável para o agricultor que tem algum espaço – mesmo que pequeno – em sua propriedade.

Coordenada pelo artista plástico, ecodesigner, produtor e especialista na cadeia produtiva de bambu, Carlos Ciprandi, a experiência no município revelou algumas frentes de trabalho, que permitem rentabilidade para o agricultor e também para quem vai industrializar o material. Entre os usos de mais fácil adaptação estão, no caso do colmo, como substituto da madeira, para a construção, móveis e utensílios domésticos. O broto é ótimo para a alimentação humana, consumido em conserva, patê, farinha e outros alimentos, enquanto as folhas têm finalidade medicinal, podendo ser aproveitadas na forma de chá.

– Ainda podemos citar os serviços florestais para a contenção de encostas, recuperação de áreas degradadas, quebra vento, sombreamento e produção de créditos de carbono, sem contar que a folha, com 20% proteína, serve como complemento para alimentação dos animais. Na Índia é usado para complementar a alimentação de frangos –, expõe Ciprandi. O produtor lembra ainda que entre as vantagens no cultivo está o alívio da pressão na floresta, pois se trata de um recurso que se renova com o plantio. “É uma madeira nobre, que tem durabilidade. Requer apenas a devida manutenção, como impermeabilização”, orienta.

Fácil cultivo
Nos dois hectares de bambu, tipo gigante, que são cultivados em Planalto, é possível ter uma rentabilidade de R$ 12 mil/ano, com a venda da vara e do broto. A partir dos quatro anos, o colmo atinge a maturidade e pode ser retirado. “A manutenção da lavoura é muito barata. Não precisa maquinário pesado, a motosserra resolve. Mas o melhor é que não usa veneno, nem inseticida, nem herbicida. Ou seja, a rentabilidade é aumentada. Além disso, como gramínea, requer nitrogênio, o que pode resolver a problemática do destino do esterco suíno que muitas localidades enfrentam”, aponta o produtor.

Uma das principais funções do trabalho em Planalto é produzir mudas de bambu, o que ainda é um problema no Brasil. “Não temos ainda como apostar na produção em escala industrial porque não há matéria-prima suficiente. Este é o grande gargalo da atividade no país, já que falamos por enquanto de pequenas plantações. Por isso optamos por esta espécie de laboratório, onde nos propomos a fazer uma série de experimentações. Nesta estrutura estamos provando que é possível fazer carvão de bambu, pasta de dente de carvão de bambu, broto de bambu, farinha do broto do bambu e muito mais. O que temos que aprimorar agora é a questão da escala e padronização desses produtos”, finaliza Ciprandi.

Mais informações podem ser obtidas através dos links
https://www.facebook.com/BambuKaHa e http://bambusc.org.br.
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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Profissionais que atuam nas bibliotecas escolares recebem capacitação em Palmeira das Missões


A 20ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), de Palmeira das Missões, em parceria com a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) promoveu na última sexta-feira, 12, a formação “Atuação na Biblioteca Escolar”. O evento ocorreu na Câmara de Vereadores e reuniu os profissionais da Educação que atuam nas bibliotecas escolares, direções e coordenadores pedagógicos das escolas estaduais. A atividade foi ministrada pela coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares (SEBE) da Seduc, Maria do Carmo Mizetti.

A titular da 20ªCRE, Ana Possebon Perusso, abriu o evento falando da importância do trabalho desenvolvido pelos bibliotecários e da leitura. “Vocês contribuem com o papel primordial no processo de formação de leitores. Esta formação permitirá novos olhares para a nossa prática de cada dia”, disse. Após a instrutora de música, Caroline Barbosa e a aluna Lavínia Dorneles da Escola Paulo Westphalen agraciaram a todos com apresentações musicais.

Em um primeiro momento, a coordenadora do SEBE, Maria do Carmo, abordou os temas Livros Didáticos e Bibliotecas escolares. Na ocasião os participantes esclareceram dúvidas e receberam orientações sobre organização de estantes, cadastramento, pesquisas, retirada de livros, entrega e recolhimento dos livros didáticos, hora do conto, criação de teatro a partir de leitura, confecção de cartazes de divulgação das atividades da biblioteca entre outros.

Na segunda parte da capacitação, os responsáveis pelas bibliotecas escolares socializaram as ações desenvolvidas nas escolas e que envolvem a formação de leitores e o trabalho bibliotecário. Cada escola dispôs de 10 minutos para apresentar seus projetos.

De acordo com a responsável pelo setor na 20ªCRE, Laerta Gomes de Souza, a formação oportunizou a troca de experiências, a qualificação profissional e o aprimoramento do atendimento das bibliotecas escolares. “Foi um momento de múltiplas leituras e descobertas, de informação, de formação e de expressão da cultura”, ressaltou.

A atividade ainda contou com o apoio da assessora da Seduc, Luciane Sofia Nunes e da chefia pedagógica da 20ªCRE, Jussara Maria Koch Vieira.

O SEBE
O Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares é uma estrutura que compreende uma organização hierárquica com diferentes níveis de administração, decisão e coordenação, compostos pela Seduc, CREs, Escolas e Bibliotecas Escolares. Seu objetivo principal é integrar, coordenar e fomentar o desenvolvimento dos serviços bibliotecários nas escolas do Estado, bem como os projetos e realizações de incentivo à leitura.

Fotos em anexo: Encontro bibliotecários
Crédito: Jô do Carmo - ACS/20CRE
Sugestão de legenda: Responsáveis pelas bibliotecas da região participam de capacitação
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domingo, 14 de agosto de 2016

Rádios Comunitárias da Região Norte RS, realizam reunião em Sarandi no Cesurg

Na manhã deste sábado dia 13 de agosto estiveram reunidos na sede do Cesurg Sarandi, os dirigentes das 30 emissoras Comunitárias da Região Norte do Estado do Rio Grande do Sul, filiadas a ABRAÇO-RS das regionais Frederico Westphalen e Passo Fundo.

A reunião foi cordenada pelo Coordenador da Regional FW, Eloidemar Guilherme, e teve inicio as 09:00 horas, como pauta as seguintes ações:

1- Convênio CESURG.
2- Formalização da Associação Regional.
3- Programação eventos das Rádios.
4- Projeto Show de Bandas.
5- Banco de Vozes.
6- Burocracias.
7- Jornal Comunitário.
8- Assuntos Gerais.

Durante a reunião foi desenvolvido amplo debate sobre a pauta, com a apresentação do Convênio firmado entre as Emissoras Comunitárias e a Instituição de Ensino CESURG Sarandi, para a divulgação ampla e abrangente das atividades daquela Instituição exclusivamente nas emissoras Comunitárias, na ocasião esteve representando o Cesurg o coordenador de Comunicação da instituição, Marcos Lazaretti que apresentou a entidade aos presentes, e falou sobre a relevância da divulgação do vestibular Cesurg que aconteceu no mês de Julho passado nas Rádios Comunitárias que superou a expectativa de participação, com isso provando a eficacia da Comunicação Comunitária na sociedade regional.
Na sequencia o Coordenador regional apresentou a necessidade da Formalização da Associação Regional de Rádios Comunitárias, como entidade Juridicamente constituída, pois com a firmação dos convênios com instituições como o Cesurg, torna-se urgente termos uma entidade oficialmente representando as emissoras, após um excelente debate entre os presentes foi designados os Senhores Aquiles Tresi presidente da Rádio Comunitária Navegantes de Ronda Alta e o Presidente da Rádio Comunitária Liberdade de Três Palmeiras, Eloidemar Guilherme, para formatar o Estatuto da nova entidade regional.
Outros assuntos discutidos foi uma agenda de eventos das Rádios Comunitárias para organizarmos a participação de visitas de delegações das emissoras regionais nos eventos de cada Rádio, e também a busca de parcerias com as bandas regionais para juntos fazermos uma parceria entre as emissoras e as bandas.
Também foi dialogado sobre a possibilidade de desenvolvermos uma parceria entre as emissoras para a troca de gravações, com o objetivo de diversificar as vozes do Rádio e valorizar as vozes que fazem o dia a dia das emissoras comunitárias, tanto no quesito a gravação de spots e vinhetas como também na gravação de matérias jornalisticas para o Jornal Comunitário.
Por fim foi tratado da parte burocrática das emissoras principalmente as que estão em fase de renovação de outorgas.
A reunião encerou-se ao meio dia com almoço na Cantina do Cesurg Sarandi.

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sábado, 13 de agosto de 2016

Sarau Literário marca comemoração do Dia do Estudante na região de Palmeira das Missões


A comunidade palmeirense vivenciou na tarde da quinta-feira, 11, momentos de encantamento proporcionados pela arte. Poesia, canto, música, teatro, dança e leitura sensibilizaram os presentes no Sarau Literário alusivo ao Dia do Estudante – 11 de agosto. O evento, promovido pela 20ª Coordenadoria Regional de Educação, de Palmeira das Missões, juntamente com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), ocorreu no auditório do Colégio Estadual Três Mártires, tendo como tema “Escola: Espaço social de leitura” e a frase de Mario Quintana “Uma vida não basta ser vivida. Ela precisa ser sonhada”. O evento ainda integrou a programação do Curso de Capacitação dos responsáveis pela Biblioteca Escolar, que ocorre nesta sexta-feira, 12.
A atividade foi coordenada pela chefia pedagógica da 20ªCRE, Jussara Maria Koch Vieira, com apoio da coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares (SEBE) da Seduc, Maria do Carmo Mizetti, que agradeceu o diretor Marcos Petter Machado, pela cedência do espaço e parabenizou os participantes pelas apresentações. “Vocês estão todos de parabéns pelo trabalho aqui apresentado. Este é um momento ímpar de incentivo à leitura e a arte e de valorização dos talentos estudantis”, afirmou.

Os trabalhos do Sarau receberam renomados artistas como o maestro Mário Morlin e deram voz aos estudantes, cujos trabalhos apresentados mostraram que a arte faz parte dos espaços das Escolas Públicas e une Escola e Comunidade.
 
O fecho do evento ficou por conta dos estudantes do colégio anfitrião Três Mártires, que realizaram o lançamento do Jornal Escolar, projeto da disciplina de Seminário Integrado, LEIA – Leitura, Entretenimento, Informação e Arte. Os alunos fizeram uma apresentação do projeto, permeando com declamações poéticas e música.

Ainda prestigiaram o evento a coordenadora-adjunta, Ana Jossade Félix Vieira, a assessora da Seduc, Luciane Sofia Nunes, a assessora da pasta junto à 20ªCRE, Laerta Gomes de Souza, professores, funcionários, alunos, pais e artistas locais.

Contribuíram para o sucesso do Sarau Literário o Studio de Ballet BiArt, Escola de Música e Arte e as Escolas Estaduais Antônio de Souza Neto, Erci Campos Vargas, Palmeira das Missões (Polivalente), Vila Velha, Borges do Canto, Cacique Neenguiru, Presidente João Goulart (Ciep), Venina Palma, Paulo Westphalen e o Colégio Três Mártires.

Fotos em anexo: Sarau Literário
Crédito: Jô do Carmo - ACS/20CRE
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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Ano da Misericórdia

Em 2016, a romaria em homenagem à Nossa Senhora Aparecida acontecerá no dia 9 de outubro. A definição do lema e das intenções remete ao trabalho da Igreja a partir da proclamação, pelo Papa Francisco, do Ano da Misericórdia.

A Romaria Arquidiocesana de Nossa Senhora Aparecida, considerada a segunda maior celebração do país em homenagem à santa ocorrerá no dia 9 de outubro. Os preparativos, no entanto, têm início dias antes. A 36ª edição da festa já está sendo preparada por diferentes equipes de voluntários, que se dividem no trabalho de concretizar a proposta da Romaria.

Neste ano, a definição do lema e das intenções chama atenção para o trabalho realizado em toda a Igreja a partir da proclamação, pelo papa Francisco, do Ano da Misericórdia: os romeiros e romeiras da Mãe Aparecida rezarão o lema No coração de Maria a misericórdia do Pai. “Misericórdia significa olharmos as fraquezas do ser humano. A dimensão do alimento digno, da vestimenta, da doença e participar da vida das pessoas, de ajudar a perdoar, discernir, abrir, aprender e aconselhar. Pequenos gestos que têm um valor eterno...”, identifica o arcebispo de Passo Fundo, dom Rodolfo Luís Weber.

Essa é a primeira vez de dom Rodolfo à frente da festividade. Ele descreve que o valor da Romaria está nas coisas que ela agrega aos fiéis e transforma as suas vidas para melhor. “Que consigamos manter o espírito de uma Romaria, que é caminhar a um ponto e manter a dimensão de caminhar para algo melhor, para a vida melhor. Neste sentido, manter a dimensão espiritual, a dimensão da fraternidade, da boa convivência e do respeito”, destaca.

Além do lema, que, para dom Rodolfo, ajuda a refletir o cuidado de Deus para com o povo, a Romaria é tradicional por apresentar três intenções de orações e aprofundamento na fé: a primeira é de que a misericórdia de Deus renove a vida de fé de nossas famílias; a segunda é de que os vocacionados, a exemplo de Maria, deem seu sim generoso e possam ser misericordiosos como o Pai; a terceira é de que a peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida anime a fé das nossas comunidades eclesiais e o novo plano de evangelização da Arquidiocese.

A Romaria das crianças está sendo organizada para acontecer em 2016. Por questões de segurança e conforto, ela ocorrerá, como em outras edições, dentro do santuário, no dia 12 de outubro, no Dia das Crianças e da Nossa Senhora Aparecida.

Mostra da Ação Solidária
Outro fator central na Romaria, é a Mostra da Ação Solidária que, em seu terceiro ano, já consolidada, proporciona que os romeiros tenham a oportunidade de conhecer a ação realizada pela Igreja em toda a região norte do Estado e, de forma especial, o acompanhamento da Cáritas Arquidiocesana aos grupos de Economia Popular Solidária. Os grupos comercializam artesanatos e produtos de alimentação, como panificação, lanches, sucos, hortigranjeiros e orgânicos. Algumas entidades sociais e pastorais da Igreja, que atendem crianças, adolescentes, jovens, mulheres, desempregados, catadores, pequenos agricultores, indígenas, quilombolas e tantas outras pessoas em situação de vulnerabilidade também participam da Mostra e apresentaram parte de seus trabalhos.

Novena
Buscando orientar os fiéis e preparar a caminhada em honra à Nossa Senhora Aparecida, até o dia 2 de outubro, o Santuário Arquidiocesano promove a novena preparatória à Romaria onde, em cada domingo, uma das nove áreas pastorais será responsável pela celebração das 16h, rezando e refletindo temas relacionados às obras de misericórdia.
Fonte: DM
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Líder do grupo Os Monarcas ocupará cadeira 31 na Academia Erechinense de Letras

O convite emocionou o gaiteiro. Aos 74 anos, Nésio Alves Corrêa, o Gildinho, líder do grupo Os Monarcas, coleciona prêmios e honrarias recebidas ao longo de 45 anos de carreira. Mas, esta semana o convite para ocupar uma das 40 cadeiras da Academia Erechinense de Letras bateu forte no coração do mestre, que não imaginava receber presente tão especial. A vice-presidente da Academia, Alba Albarello, disse que a escolha do nome aconteceu porque “Gildinho é uma pessoa especial, é um artista, é culto é um músico incrível”. Gildinho ocupará a cadeira 31 da Academia Erechinense de Letras, como músico. A homenagem será no dia 30 de agosto, às 19h, na Câmara de Vereadores de Erechim. O ImortalNésio Alves Corrêa (Gildinho) nasceu no interior de Soledade (RS), no dia 18 de janeiro de 1942. Foi criado numa família humilde e numerosa. Morava no campo, ajudando os pais nas lidas campeiras. Muito cedo ficou órfão de pai e aos 15 anos já arranhava uma gaita nos saudosos bailes de candeeiro para onde ia sempre a cavalo. A sua primeira acordeona foi comprada em troca de duas cabeças de gado e uma guaxa. Em 1961, Nésio deixou a família, a vida no interior de Soledade e foi embora para Erechim (RS), em busca do sonho de se tornar músico profissional. Lá conheceu amigos e iniciou a sua carreira tocando nos programas de rádio de auditório, como o “Amanhecer no Rio Grande”, pela Rádio Difusão, e mais tarde, o programa “Assim Canta o Rio Grande”, pela Rádio Erechim. E foi no rádio, devido ao seu favoritismo pelas músicas de Gildo de Freitas, que recebeu o nome artístico de Gildinho. Com a audiência dos programas, Gildinho começou a animar pequenos bailes na região. Em 1967, convidou o irmão caçula, Chiquito, para deixar o campo e fazer carreira com ele. Nascia, então, a dupla “Chiquito e Gildinho”, o embrião do grupo Os Monarcas. Foram anos de muita dificuldade, tocando em pequenos bailes. Gildinho ingressou na Escola de Belas Artes, em Erechim, e começou a profissionalizar-se. O primeiro disco da dupla “Chiquito e Gildinho” foi gravado em 1969 e foi uma decepção para os músicos, que pensaram muitas vezes em desistir da carreira. A persistência fez com que, em 1972, fosse decidido transformar a dupla em conjunto dando início ao grupo Os Monarcas. Juntaram-se a eles João dos Santos, Luiz Carlos Lanfredi e Nelson Falkembach. A partir de então, Gildinho passou a liderar um dos grupos que se tornaria mais tarde uma referência na música tradicionalista gaúcha. De ritmo animado, marcante, a música fandangueira do grupo passou a conquistar admiradores e ficar conhecida como “O tranco d´Os Monarcas”. Os Monarcas é um dos poucos conjuntos que preservam a autenticidade da música tradicionalista gaúcha e também de maior longevidade. O grupo, em 40 anos de carreira, conquistou importantes prêmios, como a Medalha do Mérito Farroupilha oferecida, em fevereiro de 2012, pela Assembleia Legislativa do RS, e que significa para o líder d´Os Monarcas, Gildinho, uma das maiores distinções que um gaúcho pode receber. Além disso, o grupo foi agraciado com cinco discos de ouro e um DVD de ouro; e gravou 38 trabalhos. No entanto, a maior conquista tem sido manter a formação com um grupo sólido e talentoso, com artistas implacáveis. A cada etapa da carreira, a família Os Monarcas aumenta o número dos integrantes e mostra porque está entre os maiores grupos de música tradicionalista gaúcha. Em maio de 2005 o grupo realizou uma turnê nos Estados Unidos para encontrar gaúchos saudosistas e também mostrar aos norte-americanos a música tradicionalista do Sul do Brasil. Os Monarcas apresentaram-se no Clube Lido, em Revere (Boston) e no CTG Distante da Minha Terra, em Newark (Nova Jersey). Em 2011, Gildinho foi homenageado especial da Feira do Livro de Erechim, e em 2013, foi escolhido como Patrono dos Festejos Farroupilhas do Rio Grande do Sul.
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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Acadêmicos de pedagogia do CESURG - SARANDI participam do projeto Plantando o Futuro

Idealizado por Rafael Rossetto, diretor e presidente do CESURG, como um símbolo da evolução e do crescimento conjunto da instituição e dos seus estudantes, o projeto Plantando o Futuro teve mais uma edição realizada nesta última terça-feira, 9 de agosto. O projeto consiste no plantio de mudas de árvores nativas frutíferas da região pelas turmas que iniciam os seus estudos no CESURG|SARANDI, de modo a formar um pomar localizado em frente ao bloco D. Os acadêmicos de Pedagogia foram os primeiros a participar do projeto neste semestre, liderados pela professora Sonia Terezinha Nicolodi, coordenadora do curso. Sonia, na ocasião, ressaltou que a preservação das árvores é um ato realizado em prol das próximas gerações e reafirmou o compromisso do CESURG em promover o crescimento pessoal de cada um que tiver a oportunidade de passar pela unidade. “Nós queremos que os filhos e netos de vocês possam passar e ver a realização dos primeiros que estudaram aqui”, afirmou ela durante o ato do plantio da muda de guaviju. Já para Marcos Lazzaretti, engenheiro florestal e coordenador de extensão do CESURG|SARANDI, a escolha das mudas plantadas por cada turma tem, além do significado simbólico, uma grande importância para o meio ambiente. “Nós decidimos utilizar árvores frutíferas nativas da região para contribuir com a preservação das espécies ao mesmo tempo em que promovemos a arborização do campus”, disse ele, concluindo em seguida: “esse é o real significado de ‘plantar o futuro’, preservar para as próximas gerações”. Ao longo dos próximos dias, as demais turmas que iniciaram as aulas neste semestre também participarão do projeto.

Assessoria de Comunicação CESURG
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Instituto Histórico realiza exposição de imagens da história do esporte olímpico

O instituto histórico de Passo Fundo (IHPF) realizou ontem (08) a abertura da exposição : Imagens, Implementos e Textos da História do Esporte Olímpico. A exposição teve a coordenação do professor Ubirajara Oro e ficará aberta ao público até 26 de agosto no Espaço Cultural Nicoleit & Oro com entrada gratuita.


O objetivo é salientar aspectos do Espírito Olímpico, com exibição de artigos esportivos, imagens, publicações e breves biografias de atletas olímpicos.




Conforme o diretor do instituto histórico, Fernando Miranda, a exposição busca trazer também um pouco da história dos atletas passo-fundenses que participam das Olimpíadas. Ainda segundo um dos organizadores do evento, César Nicoleit, a exposição é importante para aprofundar o conhecimento histórico da comunidade.

Conforme frisou, o Brasil vive um momento importante com a união entre os povos através das olimpíadas, resgatando valores importantes para o esporte.
Fonte: Radio Uirapuru
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‘Projeto Escola sem Partido é obscurantista e ameaça a liberdade de cátedra’

Marco Weissheimer

A liberdade de cátedra está sendo ameaçada no Brasil por um projeto que se apresenta como neutro ideologicamente e plural, mas que, na verdade, está carregado de uma ideologia conservadora, obscurantista e reacionária que pretende constranger a liberdade dos professores dentro da sala de aula. A advertência é do historiador Éder da Silveira, professor no Departamento de Educação e Humanidades, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), Éder Silveira integra a Comissão de Ética Pública da UFCSPA que vem promovendo uma série de debates públicos sobre temas éticos.
Em 2016, já foram realizados três debates. O primeiro discutiu o direito de um profissional de saúde negar o atendimento a alguém, tendo como ponto de partida o caso da médica que se recusou a atender uma criança pelo fato da mãe desta ser filiada ao PT. O segundo tratou da violência contra a mulher no ambiente universitário e o terceiro foi sobre liberdade de cátedra e liberdade de expressão, um tema muito presente no debate hoje tanto na educação escolar quanto na universitária.
Em entrevista ao Sul21, Éder Silveira fala sobre as ameaças que pairam hoje sobre a liberdade de cátedra e a liberdade de expressão no ambiente escolar e acadêmico, em especial por projetos como o Escola Sem Partido que, supostamente, quer combater o que chama de “doutrinação de esquerda” dentro das salas de aula, apresentando-se como destituído de qualquer ideologia. No Rio Grande do Sul, esse projeto tem entre seus defensores o deputado estadual Marcel van Hattem (PP) e o vereador Valter Nagelstein (PMDB) que, recentemente, apresentou um projeto na Câmara de Vereadores de Porto Alegre querendo proibir que professores da rede municipal de ensino emitam opiniões dentro das salas de aula.
Para o historiador, esses projetos limitam a liberdade de escolha dos professores daquela que consideram a melhor abordagem sobre um determinado tema. “É um projeto tão genérico que a simples menção à teoria econômica marxista pode se transformar em justificativa para uma denúncia e um processo contra um professor” alerta Éder da Silveira.
"Essa é uma discussão mais antiga e vem se colocando desde os anos 90, quando se começou a questionar a qualidade dos livros didáticos". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
“Essa é uma discussão mais antiga e vem se colocando desde os anos 90, quando se começou a questionar a qualidade dos livros didáticos”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
Sul21: Quais são as ameaças que pairam hoje sobre a ideia de liberdade de cátedra e, de um modo mais geral, sobre a liberdade de expressão nos ambientes escolar e acadêmico?
Éder Silveira: Essa discussão ganhou força nos últimos anos, alimentada, entre outros fatores, pelas ideias dos defensores do projeto Escola Sem Partido. Mas, na verdade, é uma discussão mais antiga e vem se colocando desde os anos 90, quando se começou a questionar a qualidade dos livros didáticos. Em 2007, a revista Veja publicou uma reportagem sobre esse tema e, depois, o jornalista Ali Kamel escreveu um artigo denunciando o suposto caráter doutrinário dos livros didáticos. Essa conversa começou a ganhar corpo a partir daí.
Hoje, nós temos uma disputa. O ambiente político brasileiro está muito polarizado e há um crescimento muito expressivo de um campo político conservador que saiu do armário. As pessoas não têm mais qualquer receio ou pudor de assumir posições políticas de direita. Esse fenômeno cresceu bastante na última década, o que é possível perceber inclusive no campo editorial. Algumas editoras passaram a publicar, em língua portuguesa, obras de autores conservadores como Roger Scruton, Thomas Sowell e Russell Kirk, entre outros. Autores conservadores brasileiros também começaram a ganhar notoriedade como Olavo de Carvalho, Rodrigo Constantino, Bruno Garschagen e Flávio Morgenstern.
Independentemente de eu concordar ou não com as ideias e posições políticas desses autores, elas são absolutamente legítimas, mas eles se colocam no debate público de uma forma bastante agressiva, utilizando um caminho jurídico para tentar constranger professores que, segundo eles, têm uma postura doutrinária. Se prevalecerem as ideias dos defensores de propostas como a da Escola sem Partido, ficaria muito difícil, por exemplo, um professor de Biologia trabalhar com o evolucionismo porque isso feriria valores familiares. Se os pais são cristãos, eles esperariam que o filho recebesse numa escola pública também uma explicação criacionista para a origem do mundo. Uma questão de fé é uma questão privada. Nós não podemos equivaler um discurso mítico, religioso e simbólico a uma discussão de natureza acadêmica. Não são coisas que podem ser equiparadas, ao meu ver.
"A discussão proposta pelo projeto da Escola sem Partido é marcada pela falta de base. Os seus proponentes têm muita dificuldade de definir o que é doutrinação, o que é ideologia". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
“A discussão proposta pelo projeto da Escola sem Partido é marcada pela falta de base. Os seus proponentes têm muita dificuldade de definir o que é doutrinação, o que é ideologia”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
 Sul21: Na sua avaliação, quais são os principais problemas envolvidos neste projeto da Escola sem Partido?
Éder Silveira: O que incomoda muito neste projeto é a tentativa de criar um factoide afirmando que as escolas são fábricas de doutrinação. Um artigo publicado há alguns dias pelo deputado Marcel van Hattem é um exemplo de como esse tema funciona como uma cortina de fumaça. As escolas gaúchas estão ocupadas. Qual é a explicação dele? É culpa do PT, do PSOL, da esquerda, do comunismo bolivariano. Faça-me o favor… Na verdade, são escolas em situação precária, com baixo investimento, um problema histórico das escolas no Rio Grande do Sul. Eu fui aluno de escola pública nos anos 80 e conheço bem essa realidade. Naquela época, a situação das escolas já era precária e, pelo que sei, essa precarização não cessou. É por isso que os alunos estão ocupando as escolas. Os estudantes também se manifestaram duramente em 2013, durante o governo Tarso Genro. Não há base, portanto, para essa afirmação do deputado Van Hattem. Aliás, me parece que toda essa discussão proposta pelo projeto da Escola sem Partido é marcada pela falta de base. Os seus proponentes têm muita dificuldade de definir o que é doutrinação, o que é ideologia.
Em um livro chamado “Ideologia”, Terry Eagleton apresenta dezesseis definições diferentes de ideologia em dezesseis autores diferentes. Ideologia não é um conceito único. Um de seus pressupostos é que todo discurso, mesmo aquele que almeja neutralidade, é atravessado por uma ideologia, por uma forma de ver o mundo. É uma lente mediante a qual o indivíduo se coloca no mundo e o interpreta. Não há a menor possibilidade de imaginarmos que exista um tipo de discurso neutro. Essa neutralidade não existe na ciência e muito menos nas ciências humanas. Isso é absolutamente incompatível com todo o debate no campo das ciências humanas no século XX, seja qual for a escola de pensamento que escolhamos. Por outro lado, dizer que não há neutralidade não significa defender a partidarização ou algo do tipo.
Há um artigo muito bom de Contardo Calligaris sobre esse tema, publicado na Folha de S.Paulo. Calligaris é um crítico do PT, do governo Dilma e da esquerda. Ele não é um bolivariano, portanto, e apresenta uma crítica muito dura ao projeto da Escola sem Partido. Mesmo articulistas mais de centro ou centro-direita como o próprio Contardo Calligaris ou Hélio Schwartsman teceram críticas muito duras a esse projeto, que é muito genérico. Ora, toda e qualquer discussão sobre um tema que não seja consensual, e que aquilo que a escola ensina possa mexer com convicções familiares, fatalmente fará com que o professor ou professora sofram a acusação de um suposto crime de manipulação ideológica. Esse é um discurso desprovido de qualquer racionalidade que não condiz com a realidade das escolas. Aliás, é interessante observar que a maioria dos seus proponentes não são professores e não conhecem de perto o que acontece nas salas de aula.
Sul21: Você conhece casos em que a liberdade de cátedra foi ameaçada por esse projeto ou por ideias análogas?
"As escolas são plurais. Eu estudei em escola pública e tive professores de direita, de esquerda e outros que não demonstravam interesse por política". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
“As escolas são plurais. Eu estudei em escola pública e tive professores de direita, de esquerda e outros que não demonstravam interesse por política”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
 Éder Silveira: Aqui no Rio Grande do Sul, ainda não conheço nenhum caso desse tipo, mas me parece que tem ocorrido alguns constrangimentos de professores, especialmente em escolas particulares. Tomei conhecimento de um caso envolvendo um professor de uma escola privada, onde o pai de um aluno teria descoberto que os filhos desse professor teriam nomes de militantes históricos de esquerda e decidiu constrangê-lo dizendo que estava “de olho nele” para evitar que ele plantasse ideologia comunista na cabeça do filho dele, algo assim. Curiosamente, o menino tinha o nome de um ditador de direita. Ou seja, acusam os professores de fazer aquilo que eles fazem e que praticamente todo mundo faz, que é ler o mundo através de uma determinada lente.
As escolas são plurais. Eu estudei em escola pública e tive professores de direita, de esquerda e outros que não demonstravam interesse por política. Tive professores ateus, católicos, umbandistas, assim como ocorre na imensa maioria das escolas. Por que pessoas que não têm qualquer intimidade com a docência acham que são mais aptas a falar sobre o ensino do que professores que enfrentam os desafios da sala de aula? Ou do que professores universitários que trabalham em cursos de licenciatura, formando futuros professores? A carga horária de disciplinas de didática, nos cursos de licenciatura, é bastante alta. Devemos partir do pressuposto de que as pessoas saem minimamente preparadas para trabalhar. É importante respeitar os professores.
Os defensores de projetos como o Escola sem Partido, quando confrontados, têm muita dificuldade para explicar o que é, afinal, a “doutrinação”. Isso ocorre porque a vagueza do projeto é um elemento fundamental. Ele precisa ser vago para servir como instrumento para constranger o professor. Por exemplo, falar sobre ideologia de gênero, essa expressão horrível que criaram. Como assim, ideologia de gênero? Quer dizer que trabalhar a diversidade em sala de aula muda a orientação sexual dos alunos? Vendo os casos de violência contra a comunidade LGBT e contras as mulheres, será mesmo que não devemos falar sobre gênero em sala de aula? Eu acho esse projeto constrangedor. É um projeto profundamente ideológico, arrogando para si uma posição de suposta neutralidade e acusando todos que não concordam com ele de serem ideológicos.
Sul21: Esse projeto, no início, não era levado muito a sério, mas parece que ganhou corpo nos últimos anos, sendo objeto de algumas iniciativas legislativas, como as do deputado Marcel van Hattem (PP), na Assembleia Legislativa, e do vereador Valter Nagelstein (PMDB), que quer proibir os professores da rede pública municipal de Porto Alegre de “emitir opinião em sala de aula”. Parece que essas ideias ganharam um maior eco com a onda conservadora…
Éder Silveira: Sim. Como eu disse no início da nossa conversa, o campo conservador ganhou muito espaço na sociedade. As bancadas conservadoras nos legislativos, em nível municipal, estadual e nacional, ganharam espaço. A chamada bancada BBB (da Bíblia, da bala e do boi) cresceu muito politicamente. Socialmente falando, cresceu a adesão de jovens a uma ideologia conservadora. As editoras estão investindo na publicação de autores conservadores. Há uma entrevista interessante do Carlos Andreazza, neto do ministro dos Transportes da Ditadura, Mário Andreazza. Ele é editor da parte de não ficção da editora Record e é o responsável por publicar autores como Olavo de Carvalho, Rodrigo Constantino, Marco Antônio Villa, entre outros. Nesta entrevista, de julho de 2015, para o site G1, ele fala que essas edições têm alcançados números expressivos, como 150 mil exemplares vendidos pelo Olavo de Carvalho, 50 mil vendidos pelo Rodrigo Constantino. Para o mercado editorial brasileiro, são números bastante expressivos.
"Nós temos um movimento intelectual de valorização de um pensamento conservador e uma articulação desse movimento com as bancadas parlamentares conservadoras". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
“Nós temos um movimento intelectual de valorização de um pensamento conservador e uma articulação desse movimento com as bancadas parlamentares conservadoras”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
Durante muito tempo se entendeu no mercado editorial que livro de direita não vende e que livro de esquerda vende porque a esquerda lê mais do que a direita. Carlos Andreazza decidiu navegar na contramão dessa ideia apostando que esses autores de direita tinham apelo popular e, por meio de uma boa estratégia de marketing, poderiam se transformar em bons produtos. A Record investiu na publicação de vários desses autores. Então, nós temos um movimento intelectual de valorização de um pensamento conservador e uma articulação desse movimento com as bancadas parlamentares conservadoras. Essa articulação ainda enfrenta certa resistência no ambiente acadêmico, onde esse ideário conservador ainda encontra menos eco. Até por isso, existe essa tentativa de forçar uma entrada com esses projetos que visam, uma vez aprovados, silenciar professores.
A visita do Alexandre Frota e do líder dos Revoltados Online ao ministro da Educação foi para entregar um projeto desse grupo que tem uma página que é alimentada com textos e documentos como modelos de notificações para os pais denunciarem professores que estariam fazendo “doutrinação ideológica” dentro das salas de aula. É um “projeto modelo” que é replicado, com pouquíssimas adaptações, em todos os estados onde houver um deputado disposto a apresentá-lo, como o van Hattem fez aqui no Rio Grande do Sul, como tramitou em São Paulo e como foi, recentemente, aprovado em Alagoas.
Essa iniciativa também não é inocente do ponto de vista econômico. Importantes grupos editoriais perceberam, há muito tempo, que o melhor comprador de livros no Brasil é o Estado. O mercado editorial alcança altas cifras quando a editora consegue ingressar no universo dos livros didáticos. Há coleções de livros didáticos que podem vender algo como 700 mil, um milhão de exemplares. O ataque feito em 2007 aos livros didáticos pelo Ali Kamel está relacionado a este contexto. Há um processo de cartelização dos grandes grupos de comunicação, como o Grupo Folha, Estadão e Globo, que, percebendo que vender jornais não é um negócio com muito futuro, passaram a se associar com editoras nacionais e com grandes grupos editoriais estrangeiros. Eles também querem vender livros didáticos para o governo. Como não foi aprovada uma lei de meios que impedisse essa concentração de vários negócios nas mãos de um mesmo grupo, eles usam todos os seus veículos – jornal, televisão, rádio, internet, etc. – para entrar nesse mercado. E entram jogando pesado.
Tomemos o caso do livro atacado por Ali Kamel, em 2007, “Nova História Crítica”, de Mário Schmidt. Eu até não considero ele um bom livro, mas não pelos motivos que Kamel apresentou, acusando-o de ser um instrumento de manipulação ideológica. Manipulação foi o que ele fez, recortando as partes que o interessavam e esquecendo de mencionar o resto. Ele cita a descrição que Schmidt faz das transformações econômicas na União Soviética na época do stalinismo, e ele o faz com acento positivo, mas esquece de citar o parágrafo onde o autor do livro diz que houve perseguições políticas e os Gulag’s, condenando-os.
"O mais curioso é que esse livro do Mário Schmidt foi ranqueado no governo Fernando Henrique Cardoso e foi descredenciado no governo Lula". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
“O mais curioso é que esse livro do Mário Schmidt foi ranqueado no governo Fernando Henrique Cardoso e foi descredenciado no governo Lula”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
Cabe observar ainda que o livro didático é aprovado por um grupo de trabalho formado por professores e pesquisadores de universidades do Brasil inteiro, que são chamados pelo Ministério da Educação para dar pareceres sobre os livros. O mais curioso é que esse livro do Mário Schmidt foi ranqueado no governo Fernando Henrique Cardoso e foi descredenciado no governo Lula. O maior problema do livro didático não é a doutrinação ideológica que seus críticos alegam, mas sim o descolamento que essas obras muitas vezes apresentam do ponto ao qual chegou o debate sobre alguns temas dentro da universidade. Há um descompasso da história pesquisada com a história ensinada. Esse, aliás, é um descompasso antigo, não é algo recente.
Sul21: Considerando o conceito de liberdade de cátedra em seu sentido mais amplo, quais são, na sua opinião, os seus possíveis limites?
Éder Silveira: Há uma recomendação da Unesco estabelecendo que o professor tem autonomia para definir o que ele vai ensinar e como ele vai ensinar, e que essa autonomia deve ser preservada, como um fator importantíssimo para as democracias no mundo inteiro. A nossa Constituição define a liberdade de cátedra como a liberdade de ensinar, dando autonomia ao professor para decidir sobre o melhor conteúdo e o melhor modo de abordar esse conteúdo em cada caso. Projetos como o da Escola sem Partido atacam a liberdade de cátedra, não é gratuito o apelido que ganhou, Lei da Mordaça. Cabe ao professor de Biologia, por exemplo, definir o modo pelo qual ele vai ensinar a origem da vida. Ele irá optar pelo evolucionismo, muito provavelmente, em função de sua ampla aceitação neste campo de saber. Ele não deve ser obrigado a levar em consideração todas as possibilidades de abordagem sobre um determinado tema, sendo obrigado a trabalhar sob o ponto de vista do criacionismo. Não em uma escola pública, ao menos. Em muitas escolas mantidas por igrejas, sei que se desencoraja o ensino do “evolucionismo” e se exige o ensino do criacionismo.
Esse me parece que é um ponto importante da liberdade de cátedra que está sendo ameaçado por esse tipo de projeto que é vendido como sendo plural. Ele não é plural, pois, em grande medida, constrange a liberdade dos professores escolherem aquela que consideram a melhor abordagem sobre um determinado tema. É um projeto tão genérico em sua redação que a simples menção à teoria econômica marxista pode se transformar em justificativa para uma denúncia e um processo contra um professor. Os alunos não são tolos, sabem muito bem que o professor A pensa de um jeito e o professor B pensa de outro. Para saber isso não precisa ser pedagogo, basta lembrar o tempo da escola. Achar que tudo aquilo que o professor diz é absorvido e aceito integralmente pelo aluno é algo risível. Os alunos reagem ao que estão ouvindo, concordam, discordam, assimilam ou não assimilam, filtram com suas próprias experiências de vida. Os alunos não são esponjas que estão ali sentadas absorvendo tudo o que recebem sem qualquer tipo de filtro. Segundo essa lógica, falar de questões de gênero seria uma interferência indevida na sexualidade dos alunos. Se o professor de Biologia falar de árvores, os alunos vão virar árvores? Acreditar nisso é uma absoluta tolice.
A liberdade de cátedra é diferente da liberdade de expressão. A primeira é da porta da sala de aula para dentro, a segunda, da porta da sala de aula para fora. Fora da sala de aula o professor tem o direito de se expressar como qualquer cidadão, do ponto de vista político, ideológico, cultural etc. Isso não pode ser tolhido. Daqui a pouco o fato de um professor estar conversando com um grupo de alunos no pátio ou no corredor vai ser tratado como uma conspiração. Quem defende isso está tentando reviver o clima do macarthismo, o que é absurdo, patético. Além disso, se os professores são doutrinadores, eles são péssimos doutrinadores, tendo em vista o número de jovens que vemos hoje defendendo a volta da ditadura militar e excrescências políticas como Jair Bolsonaro.
"Se os professores são doutrinadores de esquerda, eles são péssimos doutrinadores, tendo em vista o número de jovens que vemos hoje defendendo a volta da ditadura militar". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
“Se os professores são doutrinadores de esquerda, eles são péssimos doutrinadores, tendo em vista o número de jovens que vemos hoje defendendo a volta da ditadura militar”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
Por outro lado, eu sou contra a política partidária dentro da sala de aula, e imagino que a grande maioria dos meus alunos é testemunha disso. Não é papel do professor pedir voto dentro da sala de aula ou defender um candidato A ou B. Agora, é evidente que o mundo lá fora deve ser interpretado e pensado pelos professores. Todos os nossos atos são atravessados por uma dimensão política. O silêncio também é uma escolha política. Assim como a falácia da neutralidade. Há o limite do bom senso, que costuma ser um bom conselheiro. Já orientei alunos em trabalhos de conclusão de curso cujo pensamento era conservador, e com muita tranquilidade. O aluno me procurou sabendo que pensávamos diferente, o que nos enriqueceu mutuamente. Isso é algo absolutamente natural. Temos professores que defendem os mais variados pontos de vista.
Essa guerra por corações e mentes vem sendo trabalhada na imprensa há muito tempo. Em abril desse ano, Luiz Felipe Pondé publicou um texto chamado “A história do Brasil do PT”, no qual afirma que, mesmo que o impeachment dê certo e que o PT seja exterminado, a história do Brasil vai continuar glorificando a esquerda porque essa história é contada pela esquerda nas escolas e nas universidades. Esse discurso transforma o professor no grande vilão, no grande responsável pelo suposto descaminho dos jovens. É um discurso obscurantista, reacionário e que faz coro às abomináveis aulas de Moral e Cívica e OSPB durante a ditadura. Se essa lógica do Escola sem Partido fosse correta, se a doutrinação na sala de aula fosse um processo de precisão matemática, essas aulas deveriam ter garantido que a ditadura militar fosse amplamente reconhecida e admirada até hoje.
Sul21: Uma das iniciativas mais recentes dos defensores do Escola sem Partido aqui no Estado foi o projeto (PL 124/2016) apresentado pelo vereador Valter Nagelstein (PMDB), que pretende proibir os professores da rede municipal de Porto Alegre de emitiremopiniões de cunho pessoal que possam induzir ou angariar simpatia a determinada corrente político-partidária-ideológica”. Qual sua opinião sobre essa proposta?
Éder Silveira: Há muitos riscos envolvidos nesse projeto. Tomemos como exemplo o vereador Valter Nagelstein, que defende a “Escola sem Partido” e pede que todos os pontos de vista sejam levados em consideração dentro da sala de aula, sem privilegiar uma determinada visão, privilégio este que caracterizaria a “doutrinação”. O mesmo Valter Nagelstein, há alguns anos, apresentou um projeto tornando obrigatório, em todas as escolas da rede municipal de Porto Alegre, o ensino e a discussão do Holocausto. E se, caso aprovado o projeto do “Escola sem Partido”, um professor de história receber uma notificação dos pais de um aluno que, sendo simpatizantes do nazismo ou defensores de alguma teoria negacionista, exigem que o “ponto de vista” dos Nazistas seja apresentado aos alunos, de modo equilibrado. Tenho certeza de que Nagelstein, assim como qualquer pessoa de bom senso, seria radicalmente contra isso, seria contra colocar os argumentos negacionistas em pé de igualdade com todas as críticas já feitas ao horror do nazismo e do Holocausto. Esse projeto é tão vago que, na verdade, pode abrir a caixa de Pandora. Eu não sei se eles sabem como farão para fechá-la depois de aberta.
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terça-feira, 9 de agosto de 2016

CESURG presta assessoria para Juventude Camponesa

Nos dias 05, 06 e 07 de Agosto aconteceu em Passo Fundo na ESCAJUR, uma atividade formativa de lideranças/militantes da Pastoral da Juventude Rural do Rio Grande do Sul.
O CESURG, através do professor Rudimar Barea e do professor Claudio Alberto dos Santos, contribuiu na formação pedagógica do grupo. Já no sábado à noite, o coordenador de extensão do CESURG-SARANDI Marcos Lazzaretti, bem como o Diretor-Presidente do CESURG Rafael Rosseto, também participaram da atividade, provocando a juventude a continuar na luta em busca de realizar seus sonhos.
Na ocasião o Diretor-Presidente Rafael Rossetto afirmou: “A juventude deve ir em busca de realizar seus sonhos que sempre dão trabalho, mas quando a busca é coletiva a caminhada é mais animadora e por isso a juventude que junta ousa sonhar constrói uma caminhada bonita em direção a uma sociedade mais justa e fraterna”, disse.
O CESURG por meio de toda sua direção e quadro de docentes deseja sucesso na caminhada da Juventude Camponesa e se coloca à disposição para ajudar construir e edificar o sonho da juventude, que é de permanecer no campo com direito à terra, pão e dignidade como carrega o lema da Pastoral da Juventude Rural.

Assessoria CESURG
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