quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Os vegetarianos sofrem menos doenças cardíacas, revela um amplo estudo britânico

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Ser vegetariano é melhor para saúde cardiovascular – Os vegetarianos sofrem menos doenças cardíacas, revela um amplo estudo britânico publicado esta quarta-feira, o que parece confirmar as conclusões de recentes pesquisas americanas que vinculam o consumo de carne vermelha a um risco maior de mortalidade.
No estudo britânico [Risk of hospitalization or death from ischemic heart disease among British vegetarians and nonvegetarians: results from the EPIC-Oxford cohort study] , publicado nos Estados Unidos, cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, descobriram que as pessoas que seguem a dieta vegetariana têm reduzido em 32% o risco de hospitalização e morte por doenças cardiovasculares em comparação com as que consomem carne e peixe. Matéria da AFP, no Yahoo Notícias.
“Grande parte da diferença se deve provavelmente aos efeitos do colesterol e da pressão sanguínea”, geralmente mais altos nos consumidores de carne e peixe e “mostram o importante papel da dieta na prevenção de doenças cardíacas”, disse a doutora Francesca Crowe, da Universidade de Oxford, principal autora do trabalho.
Publicado na revista American Journal of Clinical Nutrition, este é o estudo mais amplo feito até agora no Reino Unido que compara a incidência de doenças cardiovasculares entre os vegetarianos e os não vegetarianos.
A análise se concentrou em 45.000 voluntários com idades entre 50 e 70 anos na Inglaterra e na Escócia, incluídos em um estudo sobre câncer e nutrição denominado “European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC)”.
Neste grupo, 34% eram vegetarianos, um número anormalmente alto para estudos deste tipo, o que permitiu aos cientistas fazer estimativas mais precisas sobre os fatores de risco cardiovascular em ambos os grupos.
Baixo índice de massa corporal e menos casos de diabetes
“Os resultados mostram claramente que o risco de doenças cardiovasculares é inferior em cerca de um terço dos vegetarianos”, disse o professor Tim Key, diretor adjunto da Unidade de Epidemiologia do Câncer da Universidade de Oxford e co-autor do estudo.
Os cientistas levaram em conta vários fatores para calcular o risco: idade, tabagismo e consumo de álcool, prática de atividade física, nível educacional e desenvolvimento socioeconômico.
Os participantes, recrutados ao longo da década de 1990, responderam a questionários detalhados sobre sua saúde e seu estilo de vida.
Durante o período de acompanhamento, que durou quase 12 anos, em média, os autores do estudo identificaram 1.235 casos de doenças cardiovasculares nos registros hospitalares, incluindo 169 óbitos.
Eles descobriram que os vegetarianos geralmente têm pressão arterial mais baixa e registram níveis de colesterol menores do que os não vegetarianos.
Os vegetarianos também apresentavam índices de massa corporal (IMC) menores e menos casos de diabetes, ambos resultado da dieta que seguiam.
Os vegetarianos não só se beneficiaram do impacto positivo de registrar menor índice de massa corporal, como também viam reduzido em 28% o risco de sofrer de doenças cardiovasculares.
Esta pesquisa confirma os resultados de um estudo com mais de 121 mil homens e mulheres americanos, publicado em março de 2012, na revista Archives of Internal Medicine, que mostrou uma forte relação entre o consumo diário de carne vermelha e um risco de mortalidade maior por todas as causas (12%), por doenças cardiovasculares (16%) e por câncer (10%).
Citando outro estudo americano de 2009, Crowe informou à AFP, no entanto, que o risco de desenvolver câncer é similar entre os vegetarianos e os não vegetarianos.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos países desenvolvidos: provocam 65 mil mortes por ano só no Reino Unido e cerca de 600 mil nos Estados Unidos, ou seja, uma em cada quatro.
Risk of hospitalization or death from ischemic heart disease among British vegetarians and nonvegetarians: results from the EPIC-Oxford cohort study
Francesca L Crowe, Paul N Appleby, Ruth C Travis, and Timothy J Key
Am J Clin Nutr March 2013 ajcn.044073; First published online January 30, 2013. doi:10.3945/ajcn.112.044073
Abstract
Background: Few previous prospective studies have examined differences in incident ischemic heart disease (IHD) risk between vegetarians and nonvegetarians.
Objective: The objective was to examine the association of a vegetarian diet with risk of incident (nonfatal and fatal) IHD.
Design: A total of 44,561 men and women living in England and Scotland who were enrolled in the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC)–Oxford study, of whom 34% consumed a vegetarian diet at baseline, were part of the analysis. Incident cases of IHD were identified through linkage with hospital records and death certificates. Serum lipids and blood pressure measurements were available for 1519 noncases, who were matched to IHD cases by sex and age. IHD risk by vegetarian status was estimated by using multivariate Cox proportional hazards models.
Results: After an average follow-up of 11.6 y, there were 1235 IHD cases (1066 hospital admissions and 169 deaths). Compared with nonvegetarians, vegetarians had a lower mean BMI [in kg/m2; −1.2 (95% CI: −1.3, −1.1)], non-HDL-cholesterol concentration [−0.45 (95% CI: −0.60, −0.30) mmol/L], and systolic blood pressure [−3.3 (95% CI: −5.9, −0.7) mm Hg]. Vegetarians had a 32% lower risk (HR: 0.68; 95% CI: 0.58, 0.81) of IHD than did nonvegetarians, which was only slightly attenuated after adjustment for BMI and did not differ materially by sex, age, BMI, smoking, or the presence of IHD risk factors.
Conclusion: Consuming a vegetarian diet was associated with lower IHD risk, a finding that is probably mediated by differences in non-HDL cholesterol, and systolic blood pressure.
EcoDebate, 31/01/2013

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