A Brigada Militar encontrou domingo (6) em Capela São Roque, no interior de Cotiporã, um suspeito de participar do assalto a uma fábrica de joias no município, na Serra do Rio Grande do Sul. A polícia acredita que o homem é o oitavo integrante da quadrilha que fez reféns depois do ataque no último domingo (30). Do bando, três morreram em confronto com a polícia e outros quatro ainda estão foragidos.
De acordo com o coronel Altair Freitas, subcomandante-geral da Brigada Militar, o homem foi encontrado e estava ferido com três tiros de raspão. O suspeito ainda não foi identificado. "A princípio, ele é do Paraná", disse ao G1 na noite deste domingo.
O homem foi localizado a 2 km da área onde ocorreu o tiroteio entre policiais e assaltantes no último domingo. "Provavelmente é o oitavo integrante do grupo porque ele tem ferimentos que não são de hoje. Foram tiros de raspão na cabeça, no dedo, no braço e na perna", explicou ao G1 a capitã Helena Santana, que atendeu a ocorrência no local.
A Brigada Militar chegou ao suspeito depois da denúncia de moradores da região, que desconfiaram da atitude do homem. "Nos últimos dias, ele passou em três residências pedindo carro ou moto. Ele alegou que precisava encontrar amigos que estavam pescando no Rio Carreiro", afirmou a capitã ao G1.
Além dos ferimentos, ele também estava muito sujo, debilitado fisicamente e com as roupas rasgadas. "Ele também aparenta estar debilitado mentalmente. Estava confuso quando questionado pela polícia", concluiu. À polícia, o suspeito disse que era um "trabalhador" e apresentou documentos de funcionário de uma empresa localizada em Farroupilha, também na Serra. O homem foi levado para atendimento em um posto de saúde e depois será encaminhado à delegacia.
Quatro homens seguem foragidos
Para prender os quatro homens que estão foragidos, uma das estratégias é pedir ajuda às autoridades dos estados de Santa Catarina e Paraná, caso a quadrilha tenha conseguido escapar do solo gaúcho. "Ao nosso favor temos a prisão decretada pela Justiça. Eles sabem que estão prejudicados, só que eles podem ter fugido para qualquer lado", diz o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Guilherme Wondracek..
Na sexta-feira, a Justiça decretou a prisão de Luciano da Silveira, de 34 anos, Dejair Jorge Santos dos Reis, de 39 anos, e Carlos José Machado dos Santos, de 40 anos. Carlos da Silva, 35 anos, não teve a prisão decretada ainda por falta de provas.
O crime
O drama na cidade de Cotiporã começou às 2h de domingo (30), quando os assaltantes explodiram uma fábrica de joias. As imagens das câmeras de segurança mostram o momento das detonações e depois os homens recolhendo pacotes espalhados pelo chão. Na fuga, o grupo rendeu cerca de 30 pessoas que estavam num bar, em frente à fábrica, e fugiu levando reféns.
No caminho, eles foram surpreendidos pela Brigada Militar. Na troca de tiros, dois policiais ficaram feridos e três criminosos morreram. Entre eles, o homem mais procurado pela polícia do estado: Elisandro Rodrigo Falcão. A suspeita é que ele tenha comandado diversos ataques a bancos com explosivos no estado este ano.
Os assaltantes, que conseguiram fugir com duas reféns, invadiram uma casa e levaram mais sete pessoas. O grupo se escondeu na mata. Os reféns só foram encontrados na noite de segunda-feira (31), mais de 20 horas após serem capturados.
Na madrugada de quarta-feira (2) o grupo voltou a agir na cidade vizinha de Bento Gonçalves. Em fuga, quatro homens invadiram a casa de duas famílias. Eles pegaram alguns alimentos, bebida e fugiram em dois carros da família levando um refém. Após problemas nos dois carros, o grupo liberou o refém e foi resgatado por um comparsa em São Vendelino, seguindo na direção da Região Metropolitana de Porto Alegre. O automóvel usado na fuga foi encontrado no fim da tarde de quarta-feira (2), em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre.