A redação é um dos vilões para os estudantes que se preparam para vestibulares e também para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Escrever exige, além do conhecimento sobre tema proposto, o domínio da língua portuguesa e a organização dos pensamentos.
Reunir tudo isso em um texto que em geral é de até 30 linhas não é uma tarefa fácil para boa parte dos alunos. Pensando nisso, a escritora Sônia Rodrigues desenvolveu a plataforma de ensino Almanaque da Rede, uma rede social que estimula a leitura e oferece meios para que os alunos melhorem a escrita. Os estudantes interagem dentro do site em uma dinâmica nos moldes do Facebook, podendo escrever textos, além de interagir, lendo e comentando as redações escritas pelos amigos.
A estrutura do Almanaque na Rede é dividida em jogos, que trabalham diferentes habilidades nos estudantes:
- Jogo das Narrativas: exercita a criatividade e ajuda a contar uma história em todas as etapas, desde criar uma boa trama até desenvolver cenários e personagens;
- Jogo dos Diálogos: propõe uma história em quadrinhos em que o aluno decide os rumos da história. Com este jogo o estudante aprende a analisar problemas e desenvolver pontos de vista com os personagens;
- Jogo dos Desafios: ensina a desenvolver a escrita em tipos diferentes de textos como dissertação, narração, mensagem e descrição;
- Jogo das Resenhas: o estudante é convidado a aliar a escrita à cultura, com a possibilidade de ganhar prêmios no processo pelos textos escritos;
Há, ainda, o espaço “Sei mais”, que oferece conteúdos específicos de Português, Biologia, Física e Matemática. Para cada uma destas atividades – ler, comentar, escrever redações ou assistir às videoaulas – os estudantes ganham pontos. “Tudo que ele (o estudante) faz no ambiente é recompensado, como uma forma de estímulo para que eles continuem a participar e se desenvolver”, explica Sônia.
O projeto, iniciado em 2009, já teve a participação de 15 mil jovens e oferece conteúdos desde o ensino fundamental até o superior. Atualmente, o almanaque da Rede trabalha em parceria com as Bibliotecas-Parque da Rocinha e Manguinhos ou da Biblioteca Pública de Niterói, no Rio de Janeiro. A evolução dos estudantes é acompanhada de perto e os resultados, segundo Sônia Rodrigues, são sempre positivos. “A avaliação externa que mostra que conseguimos eliminar, em quatro meses, o analfabetismo funcional dos alunos de ensino médio”, comemora.
Os vídeos do “Sei mais física”, com aulas de física e matemática, também podem ser encontrados no Youtube. O canal do projeto tem 235 videoaulas, e já foi visualizado mais de 4,5 milhões de vezes. Em breve, o Portal EBC também vai publicar alguns desses vídeos para os estudantes que se preparam para o Enem.
O site tem, ainda, um espaço para que professores deem sugestões de atividades e interajam com os alunos. Escolas interessadas em fazer capacitações com os professores também podem procurar o Almanaque da Rede, que oferece oficinas presenciais ou online para grupos de educadores.
Matéria de Ana Elisa Santana, do Portal EBC, publicada pelo EcoDebate, 06/08/2013