Os municípios de Marcelino Ramos e Severiano de Almeida, no Norte do Rio Grande do Sul, entraram com pedido de situação de emergência por causa da falta de chuva. Os efeitos da seca localizada causam transtornos e já provocam prejuízos para os produtores.
Apesar da chuva fraca desta quinta-feira (13), os moradores do Norte do estado estão com problemas de falta de água. Para lavar louça e roupa, é preciso armazenar água em galões.
O poço que abastece a propriedade de Nery Cavalet, em Marcelino Ramos, está quase seco. Falta água também para o gado beber. “Está complicado. Para o gado, só mesmo o caminhão-pipa para salvar a criação. A água que nós temos mal dá para beber”, diz o produtor rural.
A seca localizada prejudica principalmente a produção de feijão, milho, soja e leite na região. Com a falta de chuvas regulares, parte das sementes de soja não germinou. A perda foi de 35%, estimam os produtores. Nas lavouras de feijão, mais da metade da plantação foi perdida.
As lavouras de milho foram as mais afetadas. Os pés até cresceram, mas o problema ocorreu no desenvolvimento das espigas, que, nesta época, deveriam estar com o dobro do tamanho. “O pior ainda é que, além de dar pouco, a qualidade vai ser péssima”, lamenta o produtor Nelson Cesari.
De acordo com a Secretaria de Agricultura de Marcelino Ramos, as perdas nas lavouras já chegam a R$ 4 milhões. “As perdas feitas não tem como recuperar. O que se espera agora é que se mantenha ainda esse potencial pequeno para produzir alguma coisa se chover”, afirma o técnico agropecuário Enio Wittmann.
Em Áurea, município próximo, a pastagem seca afetou também a produção leiteira. A queda já chega a 40%. Segundo a Emater-RS, a estiagem localizada pode atingir alguns municípios gaúchos neste verão.
“O que pode acontecer é ter algumas regiões que possam ter chuva abaixo da média, mas não deve haver seca do tamanho da que atingiu a última safra”, prevê o presidente da Emater-RS, Lino de David.