Brasília – Homicídios cometidos por impulso ou por motivos fúteis representaram 100% do total de assassinatos com causas identificadas registradas no Acre em 2011 e 2012. Em outros estados, o índice supera os 80%, como em São Paulo (83%, nos últimos dois anos) e em Santa Catarina (82,13%, em 2012). Os dados foram divulgados ontem (8) pelo Conselho Nacional do Ministério Público durante lançamento da campanha Conte até 10. Paz. Essa É a Atitude. Foto: CNMP/Divulgação
Homicídios cometidos por impulso ou por motivos fúteis representaram 100% do total de assassinatos com causas identificadas registradas no Acre em 2011 e 2012. Em outros estados, o índice supera os 80%, como em São Paulo (83%, nos últimos dois anos) e em Santa Catarina (82,13%, em 2012). Os dados foram divulgados ontem (8) pelo Conselho Nacional do Ministério Público durante lançamento da campanha Conte até 10. Paz. Essa é a atitude.
De acordo com o levantamento, a taxa de homicídios cometidos por impulso ou por motivos fúteis chegou a 63,77%, em Goiás, em 2012; a 50,66%, em Pernambuco, em 2011; a 43,13%, no Rio Grande do Sul, em 2011; e a 26,85%, no Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2011 a setembro de 2012.
Os estudo foi elaborado a partir de dados sobre homicídios remetidos ao Ministério Público por 15 estados e pelo Distrito Federal. Foram incluídos na categoria impulso e motivo fútil homicídios relacionados a casos de briga, ciúme, conflito entre vizinhos, desavença, discussão, violência doméstica e desentendimentos no trânsito.
Algumas mortes decorrentes de vingança e rixa, por exemplo, podem ocorrer tanto por impulso quanto ser premeditadas. O estudo incluiu esses crimes na categoria impulso por estarem normalmente associados à atuação impulsiva do autor do crime.
Para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, os resultados da pesquisa são impressionantes. “São crimes que decorrem de atitudes impulsivas ou de motivos fúteis e que poderiam ser facilmente evitados se houvesse mais tolerância, calma e uma atitude mais pacífica”, avaliou.
Gurgel destacou que o estudo engloba os chamados crimes do dia a dia, como os cometidos dentro de casa, por vizinhos, nas escolas, em bares e em estádios. “É uma fechada no trânsito, uma discussão na fila do banco porque alguém passou na frente. Homicidas todos somos em potencial”, disse. “A tentativa da campanha é evitar a banalização da vida”, completou.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ressaltou que a cultura da violência é difícil de ser combatida e que o cenário só pode ser alterado por meio da integração entre o governo e a sociedade. Uma das ações que contribuem para a redução de homicídios cometidos por impulso ou por motivos fúteis, segundo ele, é a Campanha do Desarmamento. “Ter uma arma ao lado, muitas vezes, faz com que as pessoas não contem até dez.”
*Colaborou Manuela Castro, da TV Brasil
Matéria de Paula Laboissière*, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 09/11/2012