Milhares de pesticidas circulam no mercado americano apesar de não terem sido aprovados em rigorosos testes de segurança, pondo em risco a saúde de pessoas, animais e insetos polinizadores, como as abelhas, alertou nesta quarta-feira um grupo ecologista. Matéria daAFP, no UOL Notícias.
O Conselho de Defesa de Recursos Naturais culpou uma lacuna regulatória no Congresso que data de 1978 e permitiu à Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) aprovar mais de 10.000 pesticidas com a realização de testes mínimos.
Este “registro condicional” foi estabelecido para casos específicos, como o aparecimento de doenças ou crises de saúde pública, mas na prática foi aplicado em 65% dos 16.000 pesticidas do mercado.
“Um dos problemas que também descobrimos foi que o banco de dados da EPA está caótico”, afirmou Mae Wu, advogada do Conselho Nacional de Proteção Ambiental, que participou da investigação nos últimos dois anos.
“Não estavam seguindo em absoluto os procedimentos corretos de registro”, acrescentou, em declarações à imprensa, ao observar que o público nunca esteve envolvido no processo de seleção e que os pesticidas temporários ficavam relegados a “buracos negros”.
O Conselho mencionou dois produtos que chegaram ao mercado sem ser submetidos a testes de toxicidade: um bactericida conhecido como nanosilver, usado em tecidos e vestuário, e o pesticida clotianidina, que ameaça as abelhas.
O grupo pediu à EPA que revise os pesticidas registrados, revogue a aprovação do nanosilver e da clotianidina, além da formação de uma base de dados de pesticidas autorizados, acessível ao público.
Consultada pela AFP, a EPA respondeu em um comunicado que estava “trabalhando intensamente para proteger as abelhas e outros polinizadores dos pesticidas perigosos através de uma regulamentação, do trabalho de voluntários e de programas de pesquisa”.
A EPA também está “acelerando o calendário para revisar os pesticidas neonicotinoides devido às incertezas em torno destes e ao desconhecimento de seus potenciais efeitos nas abelhas”, disse.
EcoDebate, 28/03/2013