O SUV, Sport Utility Vehicle, domina a paisagem das grandes cidades.
O homem comum se cerca de lata, borracha e combustível.
Potência, força e altura.
Como uma armadura medieval, o SUV dá a sensação de grandeza e poder à pequenice humana.
É fabricado para aqueles que vivem em áreas rurais e trafegam eventualmente por vias urbanas e rodovias.
Carregam feno, animais, ferramentas.
Têm habilidades off-road, fora da estrada, e tração nas 4 rodas.
Sem preocupações aerodinâmicas, gastam mais.
Pesam 3 vezes mais que um carro comum, gastam mais combustível, borracha.
Alguns vêm a diesel, o tóxico combustível de caminhão.
Degradam 3 vezes mais os asfaltos das ruas do seu bairro, ocupam duas vezes mais o espaço em garagens, estacionamentos ou vagas nas ruas. Para carregarem compras, sacolas de supermercado e ração para gratos.
O SUV veio da guerra, dos Jeep [americanos] e Lan Rovers [ingleses].
Para o psicólogo Gladwell Rapaille, consultor dos fabricantes, os usuários do utilitário e sentem mais confiante e seguros. “Quando você olha as pessoas de cima, você sente que domina os outros”. O problema, para Rapaille, é que quando o condutor se sente mais seguro, seu veículo fica menos seguro.
O National Highway Traffic Safety Administration soltou um estudo que indica que motoristas de SUV tem 11% mais chances de morrer em acidente do que pessoas em carros comuns.
É um risco maior no trânsito para pedestres, veículos menores e motos. Acidentes com eles são mais letais. Em 2004, estiveram envolvidos nos EUA em acidentes com vítimas fatais 3 vezes mais do que carros normais de passageiros.
Conclui-se que aquele que usa um SUV para circular numa cidade como Rio e São Paulo não pensa no meio ambiente, no bolso, na segurança alheia e na própria.
Mas tem poder de fogo nas mãos.
Cuidado. O grupo de ambientalistas sueco, Asfaltsdjungelns indianer [The Indians of The Asphalt Jungle], que acha que donos de SUV não têm direito de usar seus carros pesados e poluentes às custas dos outros, chegava a furar pneus dos utilitários em protesto.
Só no primeiro ano, furou 300 pneus e inspirou outros grupos.
Poluição: comparação entre Toyota Corolla e Land Cruiser.
Vehicle | Fuel, city cycle L/100km | CO2(g/km) | CO (g/km) | PM10(g/km) | NOx(g/km) | Noise (dB) |
L’ Cruiser Petrol | 21.5 | 387 | 2.0 | N/A | 0.09 | 72 |
L’ Cruiser Diesel | 11.5-15.8 | 250-340 | 0.7 | 0.059-0.078 | 0.52-0.57 | 73-75 |
Corolla Petrol | 8.4-11.1 | 159-198 | 0.45-0.47 | N/A | 0.02-0.08 | 69-71 |
Corolla Diesel | 7.2-7.9 | 153 | 0.19-0.24 | 0.032-0.037 | 0.39-0.45 | 71-72 |
Opinião originalmente publicada no Estadão/Blogs.
EcoDebate, 26/04/2013