Em entrevista
coletiva para atualizar sobre a situação dos pacientes em Santa Maria, o
ministro da saúde,
Alexandre
Padilha, alertou sobre os perigos da intoxicação no incêndio. Ele contou a
história a atendente da boate Kiss que, durante o incidente, escondeu-se no
freezer para sobreviver. No dia seguinte à tragédia, ela precisou ser hospitalizada
com pneumonia química. Intoxicação e queimaduras provocaram a morte de 235
pessoas no incidente.
"Ela
voltou para casa e, só na noite do dia seguinte, a mãe percebeu que a
respiração da menina estava ofegante.
“Depois
de algum tempo, levou a filha para o atendimento médico, onde imediatamente ela
teve que receber ventilação mecânica”, detalhou. Padilha relatou, porém, que a
paciente já recebeu alta do hospital.
Dessa
forma, ele reforçou o alerta para que as pessoas que presenciaram o incêndio
fiquem atentas a sintomas como tosse, cansaço e falta de ar. Mesmo para quem
estava apenas em frente à boate, podem ser sinais tardios de comprometimento
dos pulmões. Ele reforça que, com o passar do tempo, fica mais raro ter alguma
complicação, mas ainda é preciso atenção.
O
incêndio começou por volta das 2h30min de domingo. O público jovem participava
de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da
banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador.
O objeto teria encostado em uma forração de isopor.
As
pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se
espalhou, a correria teve início.
Testemunhas
relataram que, a princípio, parecia uma briga e os seguranças fizeram um cordão
de bloqueio. Mas, quando viram que era um incêndio, liberaram a passagem.
Conforme relatos,
os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram. Em pânico,
muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram
para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram
presos nos corrimões, usados para organizar as filas. A boate foi tomada por
uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu
asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.
Fonte:
Agência Brasil