Os temas que englobam a sustentabilidade voltam ao centro das discussões. O momento é de reflexão e a expectativa é que os debates gerem ações concretas no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas e a preservação ambiental
[EcoDebate] Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, que reunirá especialistas e representantes de diversos países do mundo para debater o futuro do planeta em termos de sustentabilidade, é possível avaliar os progressos conquistados pelo país nos últimos 20 anos.
O evento que ocorrerá entre os dias 13 e 22 de junho no Rio de Janeiro (RJ), duas décadas depois da Rio 92, nos leva a observar o que de fato mudou a partir dos encontros realizados naquele ano e, principalmente, reconhecer o quanto ainda precisa ser feito.
Talvez, um dos grandes méritos da Rio 92 tenha sido colocar o desenvolvimento sustentável na pauta de discussões e ações dos governos e da sociedade civil. Nunca se falou tanto em preservação do meio ambiente em paralelo ao crescimento econômico e desenvolvimento social. Infelizmente, nem todos os países, em especial os maiores poluidores do planeta, comprometeram-se em agir em favor da sustentabilidade.
O principal resultado da conferência foi a Agenda 21, documento que estabelece ações em âmbito internacional e local, que visam o desenvolvimento sob um novo padrão de consumo e de produção de forma a atender às necessidades humanas sem que, com isso, se acentue a degradação ambiental. O programa engloba temas como biodiversidades, recursos hídricos, infraestrutura, educação, habitação, entre outros.
De fato, registraram-se melhorias em diversos aspectos no Brasil. Há maior preocupação com o controle da poluição, os níveis de desmatamento têm-se reduzido, a iniciativa privada tem buscado matérias-primas, tecnologias e produtos menos agressivos ao meio ambiente, diversas medidas foram tomadas no campo social, mas para um país de 190 milhões de habitantes, extensa área territorial e diversidade em todos os campos, ainda há muito a ser feito.
As carências e problemas estão interligados: educação, emprego, distribuição de renda, moradia, infraestrutura, saúde, num círculo vicioso que custa a se quebrar. Não podemos deixar de citar a falta de saneamento básico a que uma significativa parcela da população está sujeita, um problema que não se limita a pequenas cidades.
Diversos municípios, entretanto, já possuem iniciativas para oferecer melhores condições sanitárias aos seus habitantes, com a instalação de estações de tratamento de esgoto em planos de habitação ou estabelecendo legislação que obriguem o tratamento de resíduos.
A solução, sabe-se, não é rápida e nem simples. Pressupõem investimentos, projetos consistentes, iniciativas que, muitas vezes, barram na burocracia ou na falta de preparo de técnicos e executores. Evolução existe, mas é lenta. Nos últimos anos, já é possível notar o aumento dos índices de acesso a saneamento básico das famílias brasileiras, que incluem os serviços que vão da distribuição de água potável ao de coleta e de tratamento de esgoto.
A Rio + 20 pode abrir novas perspectivas para o país e o mundo, que novamente se volta para o abrangente tema da sustentabilidade. A expectativa é que, deste encontro, surjam iniciativas ainda mais consistentes para a preservação do meio ambiente e da população mundial.
* Giovani Toledo é Gestor de Unidade de Negócios Mizumo – unidade de negócios da Jacto, especializada em sistemas compactos de tratamento de esgoto sanitário.
EcoDebate, 12/06/2012